O noticiário informa que o Zico mandou uma carta à CBF pedindo endosso à candidatura dele à presidência da Fifa. Para concorrer, o Galinho precisa do patrocínio de ao menos uma confederação nacional e do apoio de outras cinco. Por enquanto, a CBF nem respondeu.
Esta quarta-feira traz outra novidade: Michel Platini tornou oficial o que era segredo de polichinelo, sua pretensão de disputar o mesmo cargo pretendido pelo Zico. O capo da Uefa, afiançado por boa parte dos cartolas europeus com direito a voto, é concorrente com imensas chances de êxito.
Mesmo que a CBF venha, em gesto diplomático, a assinar o registro do Zico, as chances do hoje técnico de clube indiano são mínimas.
Com o perdão do craque eterno, melhor para ele.
Zico jogou mais do que Platini.
E ostenta a integridade que falta ao antigo craque francês, cujas transações para a escolha do Catar como sede da Copa de 2022 se combinaram com a ascensão empresarial de um filho do antigo jogador.
Zico, em contraste, saiu de mãos limpas do governo Collor, quando exerceu o posto de secretário nacional de Esportes.
Isso mesmo: mãos limpas no governo Collor. Não é para qualquer um.
O brasileiro seria um corpo estranho no antro que é a Fifa.
Como gestor com a experiência de futebol-futebol, e não somente de futebol-negócio.
Com a decência de administrar conforme os interesses do esporte, e não dos aproveitadores do esporte.
Com a determinação de livrar o futebol dos estorvos que o castigam.
Ou seja, o Zico não teria como vencer uma eleição para a Fifa _nem para a CBF.
Porque os que mandam não querem alguém como ele para atrapalhar as armações.
Se vencesse, num cenário inverossímil, não o deixariam governar.
É muito melhor para o Zico manter distância desse pessoal.
A Fifa, pensando com otimismo no que ela poderia ser, perde.
Ao não se misturar com quem não se deve misturar, o Zico só tem a ganhar.
Ei, Galinho, não há motivo para se entristecer com os caminhos fechados: a Fifa não te merece.
Mário Magalhães
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