Cristóvão diz entender vaias, assume culpa e admite: "Hoje erramos demais"

O que fazer? Cristóvão Borges quebra a cabeça para tentar reerguer o Flamengo (Foto: André Durão)

O Flamengo amargou mais uma derrota no Campeonato Brasileiro. E de novo no Maracanã, diante da sua torcida, que parece ter esgotado o estoque de paciência e vaiou o time e Cristóvão Borges. Depois de perder por 3 a 0 para o Corinthians neste domingo, o treinador fez uma análise do tropeço, destacou que o time errou demais, disse entender a reação dos torcedores e assumiu sua parcela de culpa. 

- É uma situação frustrante, pois viemos de um grande jogo, vitória convincente (2 a 1 sobre o Internacional, em Porto Alegre). Estamos precisando de sequência de vitórias. Em casa era a oportunidade de fazer isso. Acho que começamos bem o jogo. A equipe estava bem posicionada, marcou bem em parte do primeiro tempo. Pena não ter conseguido abrir o marcador. Sabíamos que o Corinthians, além de ser equipe de alto nível, esperaria para jogar no nosso erro, tínhamos certeza disso. Jogando aqui não temos esse controle. A ansiedade é maior, isso tem nos atrapalhado. Nós temos cometido erros. Hoje erramos demais - afirmou Cristóvão Borges.

Cristóvão também comentou a reação da torcida rubro-negra presente ao Maracanã, que destilou vaias e xingamentos para o próprio treinador e aos jogadores: 

- É compreensível. Jogando em casa, perder de 3 a 0 não tem como ficar satisfeito. Ninguém está satisfeito. O torcedor tem direito de manifestar insatisfação. Estamos aqui para dar resultados positivos, temos oscilado bastante. Todos ficamos bem chateados com a derrota.

Confira mais trechos da entrevista coletiva de Cristóvão. 

Jogar no Maracanã

"Não tem negócio de medo, não é isso. Jogando em casa, mesmo se quiséssemos esperar o adversário, seria impossível. Temos que controlar essa ansiedade para não permitir facilidade para os adversários. Não tem como jogar no Maracanã e não propor o jogo. Mas temos cometido erros. Um campeonato desse nível não dá para cometer esses erros. Hoje mais ainda. Pela campanha que estamos fazendo, jogar em casa aumenta nossa vontade, e cresce a oportunidade de fazer esses resultados. Nossa equipe não consegue o controle e se expõe demais. Sempre temos começado o jogo muito bem. Nesse nível de erros não tem perdão. Pagamos o preço".

Substituições

"A entrada do Alan... Gabriel não estava conseguindo ajudar o Canteros na armação do jogo. Precisávamos disso para bola chegar no Everton e Cirino. Por isso, botei o Alan, pois ele arma bem o jogo e ajudaria o Canteros. Desfiz o tripé de meio-campo, pois perdendo de 2 a 0, se você se expõe demais, abriríamos o jogo. Tínhamos que procurar um gol. Cáceres estava um pouco desgastado. Não que não pudesse terminar o jogo, mas botar jogador descansado que pudesse marcar o Renato Augusto e chegar bem na frente".

Onde errou?

"Erro, pois sou eu quem escolho, eu escalo. Sou o responsável. Jogadores estão ali para cumprir o que determino. Temos estratégias a cada jogo, às vezes somos felizes, às vezes não, por vários motivos que envolvem partida de futebol. A responsabilidade é do treinador, porque é ele quem determina".

Ausência de Guerrero e Sheik:

"São jogadores experientes e entrosados. Mas isso não é justificativa nem desculpa".

Por Ivan RauppRio de Janeiro