domingo, 15 de novembro de 2015

Parabéns ao Flamengo pelos 120 anos!

Zico com a camisa do Dia do Flamenguista de Russas
Eu ainda me lembro bem do percurso que tinha trem e ônibus para chegar à Gávea partindo de Quintino para os treinos. Uma viagem. E ainda guardo na memória algumas tardes de domingo na arquibancada como torcedor do Flamengo. As palavras de Celso Garcia sobre o clube, Modesto Bria me olhando… Seu Antunes e Dona Matilde me dizendo que as primeiras sílabas que pronunciei foram “Di-Da” por causa do meu ídolo camisa 10. Seguem na lembrança imagens de companheiros e passes que recebi, gols que marquei, a taça levantada no frio do Mundial no Japão e o carinho dos torcedores nas excursões pelo país, que eram chamadas de “Bye Bye, Brasil”. Muitas histórias curiosas nessas viagens em que a gente percebia a força de uma torcida maior do que a população de grandes países. Uma nação de milhões de apaixonados…


Dos meus 62 anos, eu posso dizer que minha memória registra mais de cinco décadas de lembranças rubro-negras. A maioria delas, registro com orgulho, maravilhosas. A história da minha vida está misturada a do Flamengo de modo praticamente impossível de separar. A formação da minha família com Sandra, a chegada dos meus três filhos junto com a era mais vitoriosa do futebol rubro-negro. Só para citar um exemplo.

Adultos e até crianças trazem o nome de Arthur por minha causa. Depoimentos emocionados de quem me encontra em qualquer lugar do mundo por onde eu passo. A alegria que eu e meus companheiros demos a tanta gente e a forma como as vitórias marcaram a vida dessas pessoas de modo diferente, mas igualmente importantes, assim como marcaram a minha vida. Situações que jamais deixam de me emocionar, pois cada testemunho é único. Honra e privilégio pelo trabalho que realizei com dedicação e paixão ao lado de tanta gente fundamental, dentro e fora dos campos.

Ainda assim, eu sou apenas um fragmento na história que completa hoje 120 anos. O Flamengo é um gigante e ser parte disso tudo é especial. Por essa razão, nesse dia 15 de novembro eu fiz questão de escrever um texto diferente sobre o aniversário do Flamengo, relatos breves de lembranças.

Quando jogava, eu gostava de andar pela Gávea ir aos jogos e eventos para ver a força do clube. O remo já era uma tradição e pude acompanhar a hegemonia de Buck. Via treinando Frederico Flexa no judô, nadava perto de feras da natação comandadas pelo Daltely Guimarães, e torcia pelas cestas de Pedrinho Ferrer, Peixotinho e cia ouvindo histórias de Algodão, Kanela e do craque Guguta, entre outros. E pude ver de perto o início do trabalho de Georgette Vidor na Ginástica Artística do clube no ginásio bem pertinho do campo, além de incursões vitoriosas no vôlei onde conheci Bernard e Jackie Silva. E o Flamengo já teve atletismo forte. Corri com a Erica Lopes, a Gazela Negra, e fui treinado pelo grande Tião Mendes, preparador físico do Juvenil depois de uma carreira de provas de fundo com participação em olimpíadas e medalha em Pan.

A minha homenagem ao Flamengo pelos 120 anos é essa coleção de memórias esportivas. Tenho certeza de que você, flamenguista como eu, também tem a sua lista de bons momentos. Isso porque a história desse gigante também é a soma das emoções de todos nós. Vamos celebrar hoje. E vamos refletir para que o Flamengo possa ser dentro de campo, na revelação de talentos e como clube esportivo, do tamanho gigante da sua história.

É preciso seguir em frente e construir mais décadas de lembranças para nós torcedores e para quem ainda nem nasceu para fazer parte da nação, mas ainda virá. Pego emprestados os últimos versos do hino para encerrar.

“Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo. Ele vibra, ele é fibra. Muita libra já pesou. Flamengo até morrer eu sou!”

Por Arthur Antunes Coimbra

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