Antes dadas como encerradas pelo presidente Carlos Miguel Aidar, as negociações do Flamengo para tentar tirar Paulo Henrique Ganso do São Paulo ganharam força. Os cariocas já subiram os valores oferecidos ao Tricolor duas vezes, até chegar a R$ 18 milhões nesta quinta-feira. Os paulistas recusaram, pois esperam chegar a R$ 22 milhões e acreditam que as conversas devem continuar.
A primeira investida flamenguista era em torno de R$ 10 milhões pelos 32% dos direitos econômicos do Maestro, mas o clube do Morumbi pediu R$ 25 milhões e praticamente deu o assunto como encerrado. O Rubro-Negro ainda sinalizou com oferta de R$ 15 milhões, mas os tricolores mantiveram a pedida inicial.
Somente nesta quinta-feira é que o Fla conseguiu se aproximar do acordo, ao oferecer os R$ 18 milhões e ver o São Paulo diminuir o montante exigido para liberar sua parcela dos direitos de Ganso. Se chegar aos sonhados R$ 22 milhões, o Tricolor passaria em quase R$ 6 milhões o valor investido para tirar o meia do Santos em 2012 - na ocasião a DIS ajudou os são-paulinos a chegarem nos R$ 23,9 milhões exigidos pelo Peixe.
Embora não seja unanimidade entre os cartolas rubro-negros, Ganso é visto como um nome forte para assumir a camisa 10, ainda guardada mesmo após a chegada de Emerson Sheik. A diretoria do Rubro-Negro, inclusive, deixou claro ao atacante que não lhe deu a peça (eternizada por Zico) porque já estaria engatilhada com um grande nome para a posição de armador. Os cariocas, inclusive, já conversaram com a DIS para saber como os outros 68% dos direitos do armador podem ser negociados.
A diretoria do Flamengo ainda trata a negociação com Ganso como especulação. No entanto, essa tem sido a postura em relação a todas as outras conversas com jogadores de ponta. Prova disso é que as tratativas com Guerrero sempre foram negadas pela cúpula de futebol rubro-negro, mas no fim o atacante peruano fechou com o clube da Gávea.
Pelas novas regras da Fifa para o mercado da bola, empresários e investidores não podem mais ser donos de direitos econômicos. Assim, a DIS precisou estudar com advogados desportivos a melhor maneira de negociar com o Flamengo e com qualquer outro interessado em Ganso. E a alternativa mais razoável, como foi informado ao L! pela empresa, seria formular um contrato cível com o comprador e parcelar o valor pelos 68%.
A DIS e o empresário Giuseppe Dioguardi procuraram o São Paulo para uma reunião, mas ainda esperam a resposta do clube paulista. Há ainda muita cautela em cima de uma transação, já que Ganso não demonstra tanta empolgação por uma nova troca de equipes no futebol brasileiro. O Maestro acredita que esse cenário poderia prejudicar sua imagem e que já tem no Tricolor a melhor estrutura para ganhar títulos e retomar o sonho de jogar na Europa.
Ao mesmo tempo, o camisa 10 já deixou para trás o interesse de alguns clubes do Velho Continente. Os franceses do Monaco foram os únicos a apresentar algo mais concreto, enquanto times da Espanha, Rússia e Itália chegaram a fazer consultas. Segundo o estafe do atleta, apenas a oferta do Monaco seria "razoável". No Brasil, Cruzeiro e Santos também tentaram negócio pelo armador.
Paulo Henrique Ganso tem 25 anos de idade e contrato com o São Paulo até 20 de setembro de 2019. Com a camisa tricolor, o meia disputou 156 partidas e anotou 15 gols. Nesta temporada foram apenas 23 jogos e um tento marcado. No Campeonato Brasileiro, fez tem seis aparições e, se chegar à sétima, não poderá trocar de clube na Série A. Contra a Chapecoense, completaria a marca, mas foi liberado por problemas musculares.
São Paulo e Flamengo têm sido protagonistas nesta janela de transferências. O Tricolor vendeu Rodrigo Caio por cerca de R$ 44 milhões para o Valencia (ESP), Paulo Miranda por R$ 10,4 milhões ao Red Bull Salzburg (AUT) e deve negociar Denilson nos próximos dias por R$ 10,7 milhões ao Al Wahda (EAU). Já os cariocas contrataram Sheik de graça e Paolo Guerrero por R$ 12 milhões de luvas.
* Colaborou Walace Borges, no Rio de Janeiro
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