O
Flamengo colocou seus produtos menos utilizados na prateleira, mas está
com dificuldade para encontrar comprador e renovar seu estoque. Sem
espaço com Jayme de Almeida, boa parte das pratas da casa
recém-promovidas tem um futuro de pouquíssima possibilidade de
oportunidades pela frente. A diretoria já decidiu: a melhor opção é
emprestá-los para que se mantenham em atividade. A opção, por sua vez,
esbarra na falta de propostas por nomes como Digão, Frauches, Fernando,
Igor Sartori e até mesmo Mattheus.
Com
o elenco inchado - atualmente com 35 jogadores -, muitas vezes os
jovens sequer participam de coletivos e a opinião de dirigentes e
comissão técnica é de que "o tempo está passando" para estes jogadores.
Como estouraram a idade, não podem mais atuar nos juniores e não contam
com a confiança de Jayme para atuar em um torneio como o Brasileirão. A
situação é a mesma de Feijão e Rodolfo, por exemplo, que acabaram
liberados para Bahia e Ponte Preta, respectivamente.
Flamengo estuda negociar Digão, Frauches, Fernando, Igor Sartori (Foto: Editoria de Arte) |
A
saída de Rodolfo, por sinal, exemplifica bem a realidade do mercado.
Atrás até mesmo de Mattheus na fila de meias do elenco, o jovem foi
oferecido ao Bahia na ocasião da antecipação do fim do empréstimo de
Feijão, mas não houve interesse. Cerca de dez dias depois, surgiu a
possibilidade da transação para a Macaca.
Do quinteto
que permanece no Ninho, o filho de Bebeto é quem teve mais chances em
2014: seis partidas. A última delas aconteceu na estreia no Brasileirão,
diante do Goiás, em Brasília. A participação discreta, por sua vez, fez
com que Jayme optasse até mesmo por André Santos no meio na partida
seguinte e sequer o relacionasse para viajar para pegar o Corinthians.
Digão, Frauches, Fernando e Sartori vivem situação ainda pior.
O
lateral-direito, que jogou cinco vezes na temporada, foi preterido por
Jayme mesmo com a suspensão de Léo Moura e a lesão de Léo. Contra o
Palmeiras, domingo, Luiz Antonio será improvisado no setor. O mesmo vale
para Frauches (cinco jogos em 2014) e Fernando (apenas um). A dupla de
zagueiro está no fim da fila mesmo com a liberação de González e
Welinton, e a chegada de Marcelo, ex-Volta Redonda, serviu para suprir a
carência com as prováveis convocações de Samir, para Seleção Sub-20, e
Erazo, para o Equador, uma vez que os jovens não inspiram confiança.
Por
fim, Igor Sartori também não tem muitas aspirações para o restante da
temporada. Com três partidas no ano, o filho de Alcindo até foi elogiado
pelas atuações diante de Boavista e Bangu, mas sequer tem o hábito de
ser chamado para sentar no banco de reservas. Apesar de não contar com
os jovens para o Brasileirão, o Flamengo não cogita colocá-los para
treinar separado, como aconteceu com alguns nomes não aproveitados na
temporada passada. Todos permanecem trabalhando com o elenco até que
surjam propostas.
Dos recém-promovidos, quem goza de
maior prestígio com a comissão técnica é Recife. Além de ainda ter idade
para jogar na base, o volante é visto internamente como um "novo
Samir", com potencial de dar respostas imediatas em campo. A atuação
ruim contra o Emelec, no Equador, colocou um freio na empolgação
interna, mas a paciência com o jovem é maior.
Mais rodados,
nomes como Muralha e Negueba não empolgam, mas são vistos como úteis.
Caso algum clube se mostre interessado, no entanto, a diretoria também
não colocará muitos empecilhos para que sigam a carreira em outros
lugares, como aconteceu no ano passado, quando defenderam Portuguesa e
São Paulo, respectivamente. O mesmo vale para Thomás, que retorna de
empréstimo ao Siena, no meio do ano.
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