segunda-feira, 3 de março de 2014

Zico 'troca' Beija-Flor por Imperatriz e diz que no carnaval vale virar a casaca



É possível imaginar um torcedor que, em apenas um campeonato, resolve trocar de camisa e desejar que outro time seja campeão? No futebol, parece algo inconcebível. E no carnaval? Para Zico é algo possível e é exatamente o que vai acontecer este ano, quando o craque vai trocar a Beija-Flor, escola do coração, pela Imperatriz Leopoldinense. O Galinho tem um motivo nobre para fazer a mudança: o enredo da Imperatriz, cujo tema é a história do maior ídolo do Flamengo, que será contada na avenida. Diante da homenagem assim, ele acha válido virar a casaca.

- Sem dúvida que vale. É um ano atípico. Ser homenageado, ser o enredo de uma escola do peso de uma Imperatriz... É gratificante eles terem me escolhido - disse, quando questinado sobre a "troca" pela repórter Aurora Bello, em entrevista ao "É Gol!!!".
Zico contou que já desfilou por outras escolas, como a Estádio de Sá e a União da Ilha, mas deixa a paixão falar mais alto quando fala da Beija-Flor, que conquistou o ex-jogador quando ainda brilhava nos gramados.
- Já desfilei na Estácio, (no enredo sobre o Flamengo), na Ilha, e na Beija-Flor era constante. Em 1975, fui homenageado na quadra, recebi um troféu muito bonito. Estava começando minha carreira, tinha sido artilheiro do campeonato e no carnaval de 1976, a Beija-Flor foi campeã. Com isso, passei a ser Beija-Flor e todos os anos ia na Sapucaí - explicou.
A paixão pelo Carnaval, segundo ele, começou muito antes. Ainda adolescente, o craque participava de um bloco que reunia a garotada do bairro Quintino Bocaiúva, zona norte do Rio de Janeiro, onde ele cresceu e de onde surgiu o apelido "Galinho de Quintino".
- O Carnaval sempre foi curtido com muita intensidade. É uma relação de muitos e muitos anos, desde os 13, 14 anos, porque tínhamos o bloco lá de Quintino, de juventude, em que saíamos sempre - contou.

Animado por virar enredo, Zico acompanhou os preparativos da Imperatriz para o desfile de segunda-feira, dia 3 de março, dia do seu aniversário. Ele deu palpites nas fantasias e até barrou algumas sugestões. Agora, está na expectativa para pisar na avenida e espera ver a escola levantar as arquibancadas.
- O samba encaixou direitinho, tem refrão forte, que é o que a galera canta no Maraca, que levanta o time. Estou muito feliz com toda essa aura que está em torno do que está acontecendo na Imperatriz. Seria muito legal se a gente pudesse transformar isso numa vitória da escola - disse.
O tabu de que escolas com enredos relacionados a esporte não ganham Carnaval não preocupa o homenageado, que espera dar sorte.
- A escola e a comunidade estão trabalhando para devolver o título a Imperatriz, que não ganha há muitos anos. Essa questão do esporte sempre teve,que não conseguiu (levar as escolas ao título), mas estamos acostumado a quebrar pedra. Vamos quebrar mais uma - afirmou, confiante.
Por Rio de Janeiro

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