sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Novembro: mês de relembrar a alegria de ser rubro - negro.

Inesquecível a festa da vitória após o jogo. O título da Libertadores, com os 2 a 0 sobre o Cobreloa, foi comemorado até alta madrugada nos suntuosos salões de um tradicional hotel no Centro de Montevidéu, onde a delegação rubro-negra estava hospedada. Todos reverenciavam Zico, Tita, Adílio e, sobretudo, Anselmo, um jovem atacante de 22 anos, que entrara no último minuto e acertou um um soco em Mario Soto para vingar as agressões sofridas pelos companheiros no jogo anterior.
Claro que o título da Libertadores e a classificação para a final em Tóquio foram comemorados com muita alegria por todos da delegação. Afinal, o Flamengo atingira sua meta, que era disputar o Mundial Interclubes contra o Liverpool, o campeão europeu.
Além disso, a nação rubro-negra estava de alma lavada pelo nocaute sofrido por Mario Soto. O jovem Anselmo se transformou em herói, tanto que, mesmo suspenso e sem condições de ser escalado contra o Liverpool, ganhou como prêmio o direito de fazer parte da delegação que, semanas depois, viajaria para o Japão - uma prova de que a própria comissão técnica assumia a culpa por aquele ato.
Um show de bola no Estádio Centenário
Mas vamos à conquista rubro-negra. Se no Estádio Nacional, em Santiago, o time mal conseguia pegar na bola, tal a virilidade dos chilenos, em Montevidéu, no Centenário, o show foi completo. O Cobreloa tentou repetir a dose, mas como era campo neutro e o apoio dos torcedores não foi igual ao recebido no Estádio Nacional de Santiago, a equipe dirigida por Paulo César Carpegiani dominou a partida.
Mas só quem estava lá sabe como o soco foi comemorado. Na volta ao Rio, o avião que transportou a delegação rubro-negra trazia os jornais do Rio, que passavam de mão em mão. A todo instante Anselmo tinha o nome gritado. No desembarque mais festa ainda. E o jovem atacante recebeu tratamento de estrela.
Todos sabem que o Flamengo tinha um timaço. Mas os atuais jovens rubro-negros não viram aquela equipe jogar e não fazem idéia da superioridade sobre as demais. Zico era a estrela maior, mas, além do grande craque, havia Leandro, Júnior, Andrade, Adílio, Tita, Nunes e tantos outros jogadores, como Lico.
O soco de Anselmo em Mario Soto não chegou a ser flagrado pela TV. E acrescento: só vi o lance no estádio porque naquela época era raro um treinador substituir um jogador no minuto final e Anselmo parecia nervoso.
Do banco do Flamengo, as pessoas gritavam para ele, apontando o dedo em direção ao campo do Cobreloa. Foi, então, que Anselmo se aproximou de Mario Soto e, diante dele, deferiu-lhe um soco.
Os rubro-negros que estavam no Centenário comemoraram ao ver o chileno caído. Depois, a partida acabou e a festa da vitória se iniciou no vestiário e continuou no hotel. A revolta rubro-negra era imensa, pois na partida em Santiago, vencida pelo Cobreloa por 1 a 0, o que se viu foi uma carnificina, tal a violência dos chilenos, que deram show de deslealdade.
Após o jogo, o corredor do hotel em Santiago, onde a delegação estava concentrada, mais parecia o de um hospital. Lico, por exemplo, tinha extenso corte na orelha. Acabou vetado para a decisão. Adílio, uma ferida no globo ocular e outra no supercílio. A maioria dos jogadores caminhava com dificuldade.
Veja a saga do Mengão em 1981 nesta matéria que foi exbida pelo Esporte Espetacular(Rede Globo)

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