Ibson em treino do Flamengo no Ninho do Urubu (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo) |
A torcida do Flamengo já concordou com o pensamento da diretoria e da comissão técnica de que a saída de Ibson
não fará falta ao time. Em enquete realizada pelo GLOBOESPORTE.COM em
janeiro, 85% dos 16.469 torcedores participantes votaram a favor da
dispensa do jogador. Porém, eles não pensam mais assim. As críticas que
acompanharam o volante no ano passado cessaram com as boas atuações
desta temporada. Neste mês de abril, em nova enquete com a mesma
pergunta, 58% dos votos de 22.174 rubro-negros já consideram prejudicial
ao clube a perda do camisa 7, que deve ter seu futuro definido na próxima semana.
Segundo avaliação do GLOBOESPORTE.COM, Ibson tem a segunda melhor média
entre os volantes dos quatro grandes clubes no Campeonato Carioca. Com
6,34, ele fica atrás apenas do tricolor Jean (6,50). Está à frente do
botafoguense Gabriel (6,33) e do tricolor Edinho (6,12). Mas o que joga
contra o volante é o alto valor de seu contrato: R$ 200 mil de salário e
R$ 250 mil de direitos de imagem por mês. A diretoria rubro-negra
considera o custo-benefício baixo e já tentou negociar uma redução
salarial com o jogador. Sem sucesso, o Fla busca alguma maneira para
colocar o volante no mercado. Mas ele não tem propostas de compra,
apenas de empréstimo, e ainda há uma dívida pendente: sete dos últimos
oito pagamentos da maior fatia do acordo não foi depositado.
Nos comentários abertos ao público nas páginas do GLOBOESPORTE.COM, a
torcida também se mostrou dividida. Alguns recordam as passagens
anteriores de Ibson pela Gávea e, mesmo reconhecendo que o volante não
está rendendo como em outras temporadas, defendem o jogador no processo
de fritura no clube.
- Ibson, você veio para o Flamengo em todas as vezes que queríamos
contar com você. Sempre foi um grande jogador. Assumo que não está
rendendo muito no Flamengo como já rendeu, mas o que a diretoria está
fazendo com você é um absurdo. Ver um jogador do seu nível passando por
isso, com todo seu amor pela torcida e a camisa do clube, ainda continua
treinando com muita dedicação e carinho. Muito obrigado, Ibson. Vai ser
nosso eterno camisa 7 - escreveu o internauta Bernardo Mariano.
Outros ficam do lado da diretoria quando o assunto é o custo-benefício
de Ibson. Eles admitem a qualidade do volante, mas questionam a relação
do jogador com o clube, especialmente depois de negar reduzir seu
salário, conforme fizeram Renato Abreu e Léo Moura.
- A torcida sempre pediu a saída do Ibson... Ele ganha meio milhão por
mês. Pergunto, joga para isso? Vamos colocar os pés no chão. Ele só não
aceita sair, não por amor, mas porque sabe que nenhum clube do Brasil
lhe pagará esse salário. No mercado, não passa de R$ 200 mil, isso em
boa fase. Ibson no Flamengo já era - comentou o internauta Erisson
Santos.
Desde que assumiu o comando, a nova diretoria mirou os salários mais
altos e não mede esforços para desfazer-se dos jogadores em que não
aprova a relação custo/benefício. Foi assim com Vagner Love e será assim
com Ibson. A ordem vem da cúpula do clube e tem o diretor de futebol
Paulo Pelaipe como executor. Desta forma, o dirigente pediu o
afastamento de Ibson ao técnico Dorival Júnior no início do ano. O
treinador disse que não tiraria o volante do grupo porque ele estava
treinando e jogando bem, e sugeriu que Pelaipe o afastasse e assumisse a
decisão publicamente – o que não foi feito. Com a troca de Dorival por
Jorginho, o “pedido” da diretoria novamente foi feito e desta vez
atendido. O técnico só relacionou o jogador em três partidas e o
utilizou nos minutos finais de duas.
Na folha salarial, os salários de Ibson e Vagner Love praticamente se
equivalem aos de Elias (R$ 300 mil mais luvas) e Carlos Eduardo (R$ 500
mil mais luvas). Enquanto os dois primeiros pertenciam ao Flamengo
(contratos até 2015), a dupla contratada por empréstimo de Sporting e
Rubin Kazan, respectivamente, tem vínculos curtos e para mantê-los, o
Rubro-Negro teria que desembolsar mais de € 20 milhões (R$ 52 milhões) -
€ 8 mi (R$ 20 milhões) por Elias e € 13 milhões (R$ 33,8 mi) por Carlos
Eduardo.
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