quarta-feira, 17 de abril de 2013

Coração aberto: Renato relembra drama e visita Instituto de Cardiologia

Uma visita para sorrir e fazer sorrir. Quando visitou o Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro, nesta semana, Renato Abreu era a atração. Estava ali para levar um pouco de alegria a crianças e jovens que sofrem diariamente com a indefinição do futuro por problemas cardíacos. Deslumbrados diante do ídolo, porém, os pacientes não sabiam que o encontro representava uma troca de boas energias. Enquanto passava de leito em leito, o meia do Flamengo, destaque da vitória rubro-negra no Fla-Flu de domingo, com dois gols, se dividia entre fotos, afagos e um filme que teimava em reprisar na cabeça de quem há pouco mais de um ano viveu o lado oposto.
Em plena atividade e atualmente titular do time de Jorginho, Renato Abreu teve uma arritmia descoberta em testes de esforço após uma viagem do Flamengo à Bolívia, pela Libertadores. O diagnóstico colocou em dúvida sua carreira, mas o alívio não demorou a vir. No dia 10 de março, o meia realizou uma ablação bem sucedida no coração e cerca de um mês depois já voltava aos gramados. O retorno à realidade de um hospital o fez reviver o drama em tom de agradecimento.
- O coração até acelera, bate diferente. Toda vez que lembro, me emociono. É tanta lembrança que vem na cabeça. Muita coisa. Há um ano tive o mesmo problema e a gente pensa tanta coisa, sem saber se iria seguir jogando ou parar. Vêm aquelas coisas de jogadores antigos (que já pararam por isso). A gente pensa na família, nos amigos. Vejo essas crianças aqui e tenho três em casa. Fiz até umas loucuras, gravei uns vídeos... Mas Deus me deu a cura junto com os médicos e voltei a fazer o que amo.
MOSAICO - renato abreu flamengo hospital (Foto: Cahê Mota)
Muito assediado, Renato Abreu não poupou carinho a pacientes das mais diversas faixas etárias e diagnósticos. Simpático, se divertiu com rubro-negros e rivais em repetição de gesto que já tinha acontecido em 2012, quando visitou o mesmo local semanas após ter alta.
- Mesmo sabendo que era um risco, todos (os médicos) me passaram tranquilidade na época. Também estive no hospital há um ano e lembro de algumas crianças. Poder ver agora o sorriso, dar essa alegria, recarrega as baterias. É estimulante.
Desde a cirurgia, Renato, que tem 34 anos, nunca mais sentiu qualquer tipo de incômodo no coração. O episódio, no entanto, fez com que o jogador criasse o hábito de realizar uma bateria de exames a cada seis meses, mesmo que fora da programação do Flamengo. Os dias de angústia fizeram ainda com que o rubro-negro dividisse a experiência com pais de jovens internados no local. A principal mensagem passada a cada diálogo era de tranquilidade.
- Posso passar para os pais que não tem nada de complicado. Hoje em dia, a medicina está avançada. São procedimentos que têm que ocorrer para uma vida estável e saúde boa. É importante ter tranquilidade, estimular os filhos a brincar, praticar esportes, coisas saudáveis. Isso melhor a autoestima.

Por Cahê Mota Rio de Janeiro 

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