Ibson tem sido pouco utilizado por Jorginho (Foto: Alexandre Cassiano / Ag. O Globo) |
Um casamento próximo de seu terceiro divórcio. Desta vez, unilateral e
que a parte reticente terá que aceitar na marra. Esse é o panorama da
relação atual de Ibson
com o Flamengo. Relegado a segundo plano desde a chegada de Jorginho, o
volante dificilmente emplacará o Brasileirão na Gávea. O problema, ao
contrário do que tem sido exposto ao público, não está somente na parte
técnica. O imbróglio financeiro envolvendo clube e jogador, que se
arrasta desde o começo do ano, causou um desgaste que fez com que a
diretoria chegasse a um consenso de que uma transferência é a única
saída.
Contratado junto ao Santos em maio do ano passado, Ibson está vinculado
ao Rubro-Negro até 2015 e vive situação idêntica às de Vagner Love e
Dorival Júnior, que deixaram o clube sob a justificativa da diretoria de
que recebiam salários altos demais. Com vencimentos que superam a casa
dos R$ 600 mil mensais, no somatório de luvas, salário e direitos de
imagem, o volante não aceitou a redução do valor proposta pela diretoria
em reuniões. A postura do jogador nos encontros colabora para a decisão
de romper com o atleta. Internamente, dirigentes reclamam que Ibson
não tem se dedicado.
O problema é que, ao contrário de Dorival Júnior, que teve a cláusula
de rescisão reduzida a partir de março, e do Artilheiro do Amor, com
proposta vantajosa para voltar ao CSKA da Rússia, Ibson dificulta a
saída. O motivo? Novamente o alto salário, que assusta também possíveis
interessados. Nos bastidores do Flamengo já é cogitada até mesmo a
possibilidade de arcar com parte dessa despesa para solucionar o
problema. Em fevereiro, o clube chegou a negociar o empréstimo ao
Palmeiras, recusado pelo jogador.
Membros da alta cúpula do clube deixam claro em conversas informais que
consideram que Ibson não vale o que recebe e expõem outros fatores como
determinantes para a decisão da transferência. Enquanto uns usam até
mesmo o termo “peladeiro” ao revelarem que Dorival e Jorginho se
mostraram incomodados com uma dificuldade para cumprir obrigações
táticas, outros sugerem que ele não se empenha o suficiente.
- Qual torcedor do Flamengo não vai querer o Ibson de 2007, 2009?
Agora, o valor que se paga é muito alto. Qualquer jogador diferenciado
tecnicamente atuaria na equipe atual, basta ter um pouco de vontade,
dedicação – reclamou um dirigente.
Outra comparação pesa contra o jogador. Se Dorival Júnior e Love
optaram pelo desligamento, casos como Renato Abreu e Léo Moura, que
também tinham contratos considerados pela direção como fora da nova
realidade, optaram pela adequação. A diferença é que Renato e Léo
discutiam renovação no fim de 2012 e aceitaram as novas condições para
ficar. Segundo dirigentes, Ibson não foge da postura de “cumprir o que
está assinado”.
Titular durante toda a Taça Guanabara, Ibson chegou a se destacar na
campanha invicta até a semifinal, diminuindo bastante a resistência a
seu nome criada após as más exibições no segundo semestre do ano
passado. Desde que Jorginho chegou, porém, tudo mudou. Apesar de titular
na estreia do treinador, contra o Boavista, ele foi substituído no
começo do segundo tempo, quando tinha boa atuação. Em seguida, figurou
no banco diante de Audax e Duque de Caxias, entrou nos minutos finais,
ou sequer foi relacionado, como contra Bangu e Remo.
O vice de futebol Wallim Vasconcellos diz que a decisão de escalar Ibson é exclusivamente de Jorginho, mas deixa claro que todo o grupo está sob análise.
- O Ibson é uma cria do Flamengo, saiu, voltou, é Flamengo. Ele só vai recuperar a posição no dia que o Jorginho achar que deve ser titular. A responsabilidade é dele. Eu vou cobrar dele o desempenho do time, e ele do jogador que não tiver o desempenho esperado. Se o Ibson está no banco, vai depender dele voltar. A questão é saber se o atleta que tem remuneração mais alta está performando ou não. Os jogadores aqui são de qualidade. Ou não estariam recebendo remunerações mais altas. O atleta vai demonstrar se é capaz de estar no Flamengo. Todos que estiverem aqui têm condições de estar no Flamengo.
O empresário de Ibson, Eduardo Uram, diz que acredita plenamente que a ausência de Ibson na equipe titular é uma decisão técnica e que ainda não foi procurado para tratar de qualquer outro assunto sobre o jogador.
O vice de futebol Wallim Vasconcellos diz que a decisão de escalar Ibson é exclusivamente de Jorginho, mas deixa claro que todo o grupo está sob análise.
- O Ibson é uma cria do Flamengo, saiu, voltou, é Flamengo. Ele só vai recuperar a posição no dia que o Jorginho achar que deve ser titular. A responsabilidade é dele. Eu vou cobrar dele o desempenho do time, e ele do jogador que não tiver o desempenho esperado. Se o Ibson está no banco, vai depender dele voltar. A questão é saber se o atleta que tem remuneração mais alta está performando ou não. Os jogadores aqui são de qualidade. Ou não estariam recebendo remunerações mais altas. O atleta vai demonstrar se é capaz de estar no Flamengo. Todos que estiverem aqui têm condições de estar no Flamengo.
O empresário de Ibson, Eduardo Uram, diz que acredita plenamente que a ausência de Ibson na equipe titular é uma decisão técnica e que ainda não foi procurado para tratar de qualquer outro assunto sobre o jogador.
- Confio nos critérios e nas atitudes do Jorginho e da comissão técnico
técnica. Cabe ao Ibson, dentro dos treinos, onde tem diariamente
oportunidades, convencer com atitude e com trabalho o treinador de que
ele tem espaço no grupo do Flamengo e nos onze do Flamengo. Qualquer
coisa diferente disso o Flamengo tem que me contar, me procurar e me
propor. Enquanto não fizer isso, cabe apenas ao Ibson reverter isso
diariamente, provando a eles que ele tem capacidade de fazer parte do
grupo. E não me cabe papel algum. Este assunto é do Ibson com a comissão
técnica. Não me cabe intereferência.
Segundo o GLOBOESPORTE.COM apurou, há três semanas o Flamengo procurou Ibson para renegociar a dívida que tem com o jogador referente a direitos de imagem de 2012 em atraso. Dados internos do clube apontam que o Rubro-Negro deve ao volante cerca de R$ 750 mil, quatro vezes menos do que dirigentes do clube comentam internamente. De acordo com o Uram, Ibson sempre mostrou-se disposto a negociar e nunca colocou o débito do clube como razão para sair.
- O Ibson compreende o processo de reestruturação financeira do Flamengo e em nenhum momento se recusou ou colocou qualquer obstáculo para renogociar com o clube o montante devido do ano passado a ele – frisou o agente.
Segundo o GLOBOESPORTE.COM apurou, há três semanas o Flamengo procurou Ibson para renegociar a dívida que tem com o jogador referente a direitos de imagem de 2012 em atraso. Dados internos do clube apontam que o Rubro-Negro deve ao volante cerca de R$ 750 mil, quatro vezes menos do que dirigentes do clube comentam internamente. De acordo com o Uram, Ibson sempre mostrou-se disposto a negociar e nunca colocou o débito do clube como razão para sair.
- O Ibson compreende o processo de reestruturação financeira do Flamengo e em nenhum momento se recusou ou colocou qualquer obstáculo para renogociar com o clube o montante devido do ano passado a ele – frisou o agente.
Diante do panorama, a situação pode ser vista como uma queda de braço.
De um lado, o clube testa a paciência do jogador diante de sua exposição
como reserva ou até mesmo fora da lista de relacionados em algumas
partidas. Do outro, ele se mantém firme no desejo de cumprir seu
contrato. No casamento rubro-negro, Ibson já dorme no sofá da sala.
Resta saber se aceitará sair de casa.
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