Flamengo é campeão da LDB (Foto: Fabio Leme) |
A expectativa era de um jogo disputado, até por ser uma final de Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB). Mas não
foi isso que se viu na quadra do ginásio Hélio Maurício, na Gávea. O que
aconteceu foi uma garotada do Flamengo muito mais ambiciosa e com mais vontade de celebrar
a virada de ano do que a do Minas. Em mais de 30 minutos de partida, os
mandantes, empurrados pela sua fanática torcida, que compareceu em grande
número, foram absolutos, nunca ameaçados e faturaram o bicampeonato em três
edições do torneio, com a vitória por 51 a 42 (28 a 14).
A conquista do forte plantel rubro-negro veio muito pelas
individualidades do rápido Gegê, passando pelas mãos calibradas de Diego e
terminando com a força debaixo da tabela de Cristiano Felício, todos destaques
da finalíssima. O pivô foi o cestinha da decisão com 16 pontos, além de
pegar 11 rebotes, alcançando um duplo-duplo. Gegê anotou com 11 pontos e oito
assistências, enquanto Diego teve os mesmos 11 pontos e quatro rebotes. Pelo lado
mineiro, destaque para o ala Rafael com 13 pontos e sete rebotes.
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Vencemos porque temos o melhor grupo. São jogadores fechados, unidos,
que trabalham sempre e sabem o que querem. Temos dois atletas para cada
posição e mais o Gegê, que é o comandante, o capitão - analisou o
técnico Paulo Chupeta, que também é coordenador da base rubro-negra e
que tem 18 anos de clube.
Presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello entrega o troféu aos campeões (Foto: Lucas Figueredo/LNB) |
Para
o capitão Gegê, o título coroa um ano maravilhoso para ele. Além de ser
campeão da LDB, também beliscou os títulos carioca e do NBB no meio do
ano, sem contar que é titular da equipe principal. Mais especial ainda é
por dar a volta olímpica diante da torcida da qual é apaixonado.
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Cara, dia 30 de dezembro, véspera de ano novo, chovendo forte e esta
torcida lota nosso ginásio para nos incentivar. Não tem o que falar
deles, até porque eu sou um deles. Sou suspeito para falar. Quando há
esta união, é difícil parar - declarou o jogador que, ao lado dos
companheiros, entoou o novo cântico das arquibancadas que faz provocação
ao arquirrival Vasco.
Fla se impõe no início
O jogo começou com os dois times com posturas bastante
diferentes. Enquanto o Flamengo brigava por todas as bolas como se fosse um
animal com fome, o Minas aceitava passivamente a iniciativa rubro-negra, que
vinha através de bons contra-ataques puxados por Gegê, a mão calibrada de
Chupeta, além da força de Cristiano Felício, soberano no garrafão. Para
completar, os mandantes contavam com o apoio de sua fanática torcida, que após
a primeira cesta pelas mãos do armador, restando 6m40s para o fim, não parou
mais de cantar. Dono do jogo, os cariocas foram abrindo vantagem sem serem
incomodados, até fecharem o período em 18 a 9.
Destaque da partida, Gegê chuta para dois pontos (Foto: Fabio Leme) |
Diferentemente dos dez minutos iniciais, os mineiros mudaram
de personalidade e começaram a incomodar mais o Flamengo com uma defesa forte. O
êxito pode ser visto no placar dos rubro-negros inalterado até a metade do
quarto, quando, de três, Diego acertou a cesta. Porém, se os cariocas não
conseguiam pontuar, os mineiros também não. Cometendo muitos erros por nervosismo
e afobação, os visitantes perderam quase todas as bolas de rebote e foram para o
vestiário 14 pontos atrás no marcador (28 a 14).
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A sensação de que o Minas poderia crescer na segunda etapa, após o papo
no vestiário, foi descartada logo nos primeiros minutos do terceiro
quarto. Abatidos, os visitantes viram o Flamengo ampliar a vantagem com
Gegê, Diego e Felício, chegando a colocar 19 pontos de frente. A
distância no placar permitiu ao técnico Paulo Chupeta tirar o seu
armador. Foi neste período que o time mineiro cresceu, muito por causa
das bolas de longa distância do ala Rafael. Entretanto, o bom momento
não foi suficiente para descontrolar os rubro-negros, que logo voltaram a
dar as cartas, quando Gegê retornou à quadra.
Com 13 pontos de vantagem, o Flamengo foi para o quarto
final mais para administrar o placar do que qualquer outra coisa. E soube fazer
isso, razoavelmente, bem. Fortes na defesa, mas desconcentrados no ataque, os
cariocas viram o adversário diminuir, mas de maneira tímida. Uma bola de
Douglas, restando 2m40s para o fim, colocou a diferença em nove pontos (este
fora, apenas, o quarto ponto do Rubro-Negro até então no período). A vitória já
estava assegurada. Daí para frente foi só esperar os segundos passarem para
soltar o grito da garganta. E soltaram. Agora resta esperar mais um dia para o
estourar da champagne rubro-negra, que será ainda mais festejada do que o
convencional.
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