Bem no começo, mas apagado na segunda etapa, Elano, visivelmente cansado, sai sob aplausos da torcida rubro-negra em sua estreia com a camisa do Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / FlaImagem) |
De uma coisa os torcedores presentes ao Maracanã neste sábado à noite
para assistirem a Flamengo x Duque de Caxias - 13.528, com renda de R$
456.495,00, proporcionada pelos 9.980 pagantes - não podem reclamar: da
falta de surpresas. Num reencontro com o time A rubro-negro, campeão da
Copa do Brasil de 2013, teve de tudo no empate por 2 a 2. O Duque de
Caxias fez gol olímpico. Belo gol de Rodrigues, por sinal. Abriu 2 a 0
num lance em que a bola resvalou no braço do atacante Gleisson, tocou no
travessão e encontrou Alex Terra livre. Tudo em noite pouco inspirada
de Hernane Brocador, que desandava a perder gols. Motivo suficiente para
o técnico Jayme de Almeida pôr o estreante Alecsandro e Gabriel na
equipe. E os dois marcaram os gols do empate na partida válida pela
terceira rodada do Campeonato Carioca.
Com o resultado, o Flamengo, que com o time B tinha 100% de
aproveitamento nas duas primeiras rodadas, chega a sete pontos ganhos e
mantém, provisoriamente, a liderança. Na próxima quarta-feira, vai a
Nova Friburgo encarar o Friburguense no Eduardo Guinle, em Nova
Friburgo. Foi visível a falta de ritmo de jogo do time A e de alguns
jogadores importantes na campanha de 2013, principalmente dos atacantes
Paulinho e Hernane e do lateral André Santos, que até melhorou no
segundo tempo e participou dos dois gols. O meia Elano e o atacante
Alecsandro, estreantes, tiveram bons momentos na partida.
- Já estrear fazendo o gol é importante. Vivi muita coisa, mas com
certeza foi um dos momentos mais importantes da minha carreira - afirmou
Alecsandro.
Na quinta-feira, o Duque de Caxias, que marcou seu primeiro ponto na
tabela, receberá o Bonsucesso. O lateral Rodrigues, que por pouco não
saiu como herói da partida - além do gol olímpico, salvara gol certo de
Hernane ainda no primeiro tempo -, não escondia a emoção pelo maior
feito da noite.
- Pensei na família, mulher, filho, é sempre bom um gol no Maracanã. Nada melhor do que fazer um gol bonito num jogo desse.
Gol olímpico
Houve pouca emoção nos primeiros minutos. O Flamengo, que guardou o
time A para período maior de pré-temporada visando à participação na
Libertadores, dava claros sinais de falta de ritmo de jogo. O Duque de
Caxias procurava fazer a sua parte: se fechando sem a bola para buscar
os toques rápidos nos contra-ataques, principalmente pelo lado esquerdo.
A estratégia era explorar os avanços de Léo Moura. Mas foi o
lateral-direito que criou o primeiro lance de perigo,.aos 15 minutos, ao
centrar na medida para Hernane cabecear mal, para o alto. Pouco depois,
o Brocador perdia nova oportunidade após bom passe de Carlos Eduardo. O
goleiro Andrade defendeu com o pé. O terceiro frisson da torcida
rubro-negra foi na cobrança de Elano, no travessão.
De uma hora para outra, o Flamengo tivera três oportunidades, todas
criadas pela meia-direita. Aí, vem aquela máxima de que o futebol
pune... E, no caso do Flamengo, a punição não poderia ser mais
inusitada. Um gol olímpico, um golaço, diga-se de passagem, mudou a
partida. O lateral-esquerdo Rodrigues já batera escanteio com perigo
duas vezes. Até que, aos 27 minutos, na terceira cobrança seguida pela
direita do ataque, mandou a bola no ângulo direito de Felipe, que não
olhava para a bola... E o lateral comemorou aos gritos, chorando...
Foi só sofrer o gol para os problemas do Flamengo ficarem mais
evidentes. André Santos e Paulinho não produziam nada pelo lado
esquerdo, Muralha abusava dos toques de efeito e iniciava lentamente as
jogadas, Elano, que começara bem, tinha os espaços reduzidos. No Duque
de Caxias, Angulo, Alex Terra e Gleisson buscavam tabelas rápidas,
incomodando a zaga rubro-negra. No fim do primeiro tempo, Alex Terra,
num rápido contra-ataque, obrigou Felipe a boa defesa, quase aumentando o
placar. O Flamengo deu o troco em seguida com Hernane, que com um leve
toque encobriu Andrade, mas encontrou Rodrigues, o mesmo do gol
olímpico, para evitar o gol, garantir a vitória parcial de sua equipe e
se tornar o destaque da primeira etapa.
Mexida e reação do Fla
Alecsandro celebra seu primeiro gol com a camisa do Fla (Foto: Alexandre Loureiro / Agência Estado) |
A torcida do Flamengo esperava reação logo no começo da segunda etapa.
Mas viu a situação se agravar quando, aos dois minutos, Leandro Teixeira
bateu de fora da área. A bola desviou no braço de Gleisson, bateu no
travessão e sobrou limpa para Alex Terra, livre de marcação, mandar de
cabeça para as redes: 2 a 0. O gol foi a gota d'água para a torcida
rubro-negra começar a vaiar o time. Nada dava certo. Alex Terra quase
marcou o terceiro - o forte chute de canhota chegou a tocar no
travessão.
Foi aí que o técnico Jayme de Almeida resolveu mexer no Flamengo.
Trocou Elano, cansado, e Carlos Eduardo, vaiado, por Alecsandro, que
fazia sua estreia, e Gabriel. Hernane desperdiçava mais uma chance, numa
cabeçada fraca. Era visível a falta de ritmo do Brocador e de outros
jogadores, principalmente a ala esquerda rubro-negra. Mas André Santos
acordou. Aos 24, cobrou falta para Alecsandro, de cabeça - que já tivera
chance anterior -, escorar e diminuir o placar. Pouco depois, aos 26, o
lateral-esquerdo iniciou tabela com Hernane. O camisa 9 tocou cruzado
para Gabriel, outro que entrara na equipe, mandar para as redes, empatar
a partida e incendiar o Maracanã.
O técnico do Duque de Caxias, Mario Junior, que já trocara o colombiano
Angulo por Leandro Cruz, tirou Alex Terra para lançar Washington no
ataque. Jayme trocou André Santos por João Paulo. Os dois times
procuraram a vitória, mas o cansaço era visível. A noite já estava cheia
mesmo de surpresas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário