quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Capital do futebol no Japão, Kashima tem 'santuário' de Zico e brasileiros

Por Carlos Augusto Ferrari Kashima, Japão
Kashima parece ser só mais uma cidade comum do interior japonês. Mesmo estando na região de Tóquio, guarda as características do país antes do avanço tecnológico e da expansão comercial. A vida dos 66 mil moradores caminha em seu passo natural, sem trânsito, sem agito, sem problemas. Mas, a 10 km do centro, um verdadeiro "santuário" em homenagem a Zico e a outros jogaddores brasileiros transforma o bucólico local.
A arquitetura arrojada do Kashima Soccer Stadium, construído para a Copa do Mundo de 2002, com a capacidade de 40 mil lugares, contrasta com a simplicidade da cidade. Um gigante que fica ainda maior quando são abertas as portas do museu do Antlers, clube pioneiro e mais popular do país.
Estátua Zico Museu Kashima Antlers (Foto: Carlos Augusto Ferrari)Estátua de Zico na entrada do Kashima Soccer Stadium: idolatria (Foto: Carlos Augusto Ferrari)
São registros históricos sobre o futebol japonês divididos em mais de dez salas. Tudo está conservado como se tivesse sido produzido ontem, detalhadamente explicado e organizado. Zico está por todos os lados. Tudo gira em torno dele e de como ajudou a transformar o futebol local. São camisas, chuteiras, fotos, cartazes em tamanho real, troféus, desenhos e uma infinidade de artigos para contar a história dele no Japão. Desde a chegada ao Sumitomo Metals, ainda amador, até a idolatria criada com a mudança de nome para Kashima Antlers.
O Galinho fez tanto pelo futebol japonês que não precisou de títulos nacionais para virar um mito. Em 1993, perdeu a primeira edição da J-League para o Verdy depois que se irritou com um pênalti, cuspiu na bola e foi expulso. No ano seguinte, prestes a pendurar as chuteiras, ajudou o time a chegar ao terceiro lugar.
memorial do Kashima Antlers no Japão (Foto: Carlos Augusto Ferrari)Camisa 10 com o autógrafo do Galinho está exposta no memorial (Foto: Carlos Augusto Ferrari)
A idolatria é tanta que Zico ganhou uma estátua na praça em frente aos portões principais do estádio - há outra no shopping da cidade. Nela, veste a camisa do Antlers e carrega a bola com o genial pé direito. Virou parada obrigatória de turistas e ponto de encontro de torcedores. Abaixo dele foi criada uma calçada da fama, com os pés dos maiores ídolos que passaram pelo clube.
As ligações com Zico foram capazes até de mudar as cores do clube. O azul e vermelho usados nos primeiros anos vêm sendo substituídos gradativamente pelo preto e vermelho. Não por acaso, uma referência ao Flamengo do seu grande ídolo.
memorial do Kashima Antlers no Japão (Foto: Carlos Augusto Ferrari)Oswaldo de Oliveira também é reverenciado
(Foto: Carlos Augusto Ferrari)
Zico está acompanhado de outros brasileiros nos registros históricos do Antlers. O lateral-direito Jorginho, o volante Toninho Cerezo (atual treinador), o meia Leonardo e o atacante Bismarck são os mais reverenciados, evidentemente sem o mesmo peso do Galinho.
Os treinadores também são lembrados, principalmente Oswaldo de Oliveira, tricampeão nacional entre 2007 e 2009. Paulo Autuori, hoje adversário com o São Paulo na Copa Suruga, também é citado pela passagem que teve em 2006, logo depois de conquistar o Mundial de Clubes pelo Tricolor paulista.
Kashima está longe de parecer com o Brasil ou de ser um paraíso para jogadores brasileiros. Mas a paixão pelo futebol é a mesma, sobretudo por um certo camisa 10.

Nenhum comentário:

Postar um comentário