Atordoados, alguns atletas tentaram demovê-lo da ideia até o último segundo. Chicão, Hernane, André Santos e Marcelo Moreno o perseguiram até a porta que dava acesso ao auditório onde seria dada entrevista coletiva. Não teve jeito. Mano Menezes seguiu firme, com a fisionomia fechada, até o microfone para revelar a todos que tinha pedido demissão. Era o ato final de uma passagem de três meses e dois dias, desde sua apresentação no Flamengo.
Aos jogadores, Mano Menezes seguiu a mesma linha do discurso dito a imprensa, mas foi mais profundo e se mostrou duplamente decepcionado: com a dificuldade do elenco a executar suas ordens e com a postura apresentada diante do Atlético-PR. Diante do grupo, as palavras seguiram a seguinte linha:
- Vocês não estão conseguindo assimilar o que peço. Já são quase quatro meses e não é feito o que peço em campo. Vou fazer uma coisa que nunca fiz, que é pedir demissão. O Flamengo não pode ficar nesta situação. É inadmissível perder um jogo desses. Estávamos ganhando por 2 a 0, mais próximos de fazer o terceiro e conseguimos perder.
- Nada vai mudar. Respeitem minha decisão.
Assim como os jogadores, o diretor executivo Paulo Pelaipe foi outro que ficou espantado com o comunicado de Mano e apenas exclamava: “Que isso!? Que isso?!”. Membros da comissão técnica e do staff rubro-negro também não acreditavam na informação e a checavam constantemente com jornalistas e funcionários que passavam pelos corredores do Maracanã.
Na saída do estádio, o abatimento era evidente em toda delegação do Flamengo. Alguns membros, no entanto, não escondiam a frustração e até certa irritação com a decisão de Mano. Surpresos, frustrados ou irritados, os rubro-negros terão cerca de 12 horas para assimilar a saída do treinador. Nesta sexta-feira, às 10h (de Brasília), já tem treino no Ninho do Urubu, sob o comando do interino Jayme de Almeida. A posição de momento é essa, mas até o jogo com o Náutico, domingo, em Recife, tudo pode acontecer.
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