Jogadores do Flamengo bfestejam com a torcida no Tijuca (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo) |
O torcedor rubro-negro que deixou o ginásio do Tijuca no intervalo da
segunda partida entre Flamengo e Paulistano, nesta quinta-feira,
certamente foi dormir com a cabeça inchada e vai se arrepender, e muito,
ao acordar nesta sexta. Depois de anotar apenas 22 pontos e terminar o
primeiro tempo perdendo por uma diferença de 16, realmente era difícil
acreditar que o time rubro-negro tiraria tamanho prejuízo e faria 2 a 0
na série melhor de cinco jogos das quartas de final do NBB. Mas como no
basquete nada é impossível, a equipe do técnico José Neto voltou
completamente diferente do vestiário e venceu o time paulista por 80 a
76 (22 a 38), numa virada sensacional (assista aos melhores momentos).
- O Flamengo começou mal, fez um primeiro tempo ruim, mas nos
encontramos no terceiro quarto graças ao apoio da torcida. O torcedor
hoje foi determinante para que conseguíssemos reagir e chegar à vitória -
avaliou o ala-pivô Olivinha.
Do lado visitante, o técnico Gustavo de Conti lamentou a queda de produção da equipe nos dois últimos quartos.
- Fizemos um bom primeiro tempo, estávamos bem na partida, mas não
conseguimos defender bem no terceiro e último quartos, quando deixamos o
adversário converter muitas bolas previsíveis.
saiba mais
O camisa 11 rubro-negro, Marquinhos, foi o cestinha da partida com 19
pontos, seguido pelo armador Kojo e o ala-armador Vitor Benite, que
anotaram 12. Pelo Paulistano, os destaques foram o ala Eddy e o pivô
Toyloy, que marcaram 16 e 13 pontos, respectivamente. As duas equipes
voltam à quadra do Tijuca neste sábado, para o jogo 3, às 21h30m, com
transmissão do SporTV - O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real. Com 2
a 0 na série, o time rubro-negro precisa vencer novamente diante de
seus torcedores para assegurar uma vaga nas semifinais do NBB. Ao
Paulistano, resta ganhar três vezes seguidas.
Paulistano domina no início
A torcida cantava sem parar, e a atmosfera no ginásio do Tijuca era a
melhor possível para os jogadores do Flamengo. Mas o primeiro quarto foi
todo do Paulistano. Em especial de Eddy. Um dos responsáveis pela
reação do time paulista no terceiro período da primeira partida, o ala
do começou o jogo com a mão certeira, anotou 12 pontos e infernizou a
defesa rubro-negra.
Se o setor defensivo do Flamengo não funcionava, o ataque tampouco. O
time carioca abusou dos erros dentro do perímetro, precipitou-se nos
arremessos de três pontos e terminou o quarto com apenas 13 pontos,
contra 23 do adversário.
Numa repetição da tática que deu certo no primeiro jogo, o técnico José
Neto rodou praticamente todo o time. Se na capital paulista as mudanças
surtiram efeito, e o time rubro-negro deslanchou para terminar o
segundo período com 24 pontos de vantagem, nesta quinta-feira, em casa, o
aro direito da quadra do Tijuca parecia estar contra os donos da casa.
Os arremessos rodavam, davam bico e teimavam em não entrar.
Melhor para o Paulistano, que não enfrentava o mesmo problema na cesta
do outro lado. Mesmo diante de uma marcação mais agressiva do Flamengo,
após as entradas de Duda, Shilton e Bruno Zanotti, as bolas paulistas
seguiam caindo de todos os jeitos, e a diferença, aumentando. No fim do
primeiro tempo, a vitória parcial dos visitantes por 38 a 22 acabou
ficando barato, uma vez que o time rubro-negro anotou apenas nove pontos
no período.
Virada no grito da torcida
Olivinha, marcado por Wagner, tenta o arremesso (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem) |
A bronca no vestiário deve ter sido daquelas. Vibrante e com uma
postura defensiva agressiva, marca registrada da equipe durante todo o
campeonato, o Flamengo voltou do intervalo a 200km/h, não deixou o
Paulistano respirar e em menos de cinco minutos diminuiu a diferença
para apenas oito pontos. Se quando nada dava certo o torcedor
rubro-negro não parava de cantar, o barulho no terceiro período era
ensurdecedor.
A pressão desestabilizou o time paulista, que começou a cometer erros
em excesso. Por outro lado, as bolas do Flamengo que amassaram o aro
direito do ginásio do Tijuca no primeiro tempo, eram mais do que
bem-vindas no esquerdo. A diferença que chegou a ser de 20 caiu para
apenas seis.
Nem um princípio de confusão atrás do banco de reservas do Paulistano,
que interrompeu o jogo por alguns minutos, esfriou a reação rubro-negra,
e a diferença não parava de cair. Até que Benite, com uma bola de três
do meio da rua, a menos de 10 segundos do fim do período, colocou o
Flamengo à frente pela primeira vez. Wagner ainda deixou tudo igual ao
converter um lance-livre, mas o paraguaio Bruno Zanotti quase trouxe o
ginásio do Tijuca abaixo em outro arremesso de três pontos para devolver
a surra sofrida no terceiro quarto em São Paulo e selar a vitória
parcial dos donos da casa por 56 a 53.
O Paulistano não se entregava, mas o Flamengo não parecia disposto a
perder a oportunidade de ampliar a vantagem. O jogo era lá e cá, mas as
bolas de três pontos de Duda apareciam e mantinham o Flamengo na
liderança. O time paulista não desistia, e a diferença não passava de
cinco pontos.
Se não ajudaram o Flamengo no primeiro tempo, as bolas de três pontos
fizeram toda a diferença na etapa final. Benite, Marquinhos, Duda e
Zanotti já tinham dado suas contribuições de longa distância, mas a
vitória rubro-negra ficou ainda mais perto quando Olivinha também deixou
a sua a pouco mais de um minutos para o fim do jogo. Com cinco pontos
de frente, só restou ao Flamengo administrar a vantagem, mesmo que da
maneira mais sofrida, de lance em livre em lance livre, para assegurar a
segunda vitória na série e ficar a um resultado positivo das
semifinais.
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