segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Evaldo propõe Título de Cidadão de Fortaleza para Nando irmão de Zico

 

Fernando Antunes Coimbra, o Nando, foi craque para além das quatro linhas. De família rica em boleiros, que contava com Zico, Edu e Antunes, o ex-jogador também entrou para a história pela sua luta na política em tempos de ditadura militar e articulação no campo da pedagogia. Em solo cearense, o seu apelido 'Nando' proliferou-se nos gritos das arquibancadas dos estádios. Jogou pelo Ceará em 1968, se tornando ídolo pela habilidade e postura como atleta e humanista. 
Exatamente por esta admiração e identificação de Nando com a história do esporte e da política na capital, o vereador Evaldo Lima (PCdoB) encaminhou Projeto de Decreto Legislativo na Câmara Municipal de Fortaleza para conceder ao carioca o título de Cidadão Honorário de Fortaleza. Uma justa homenagem a quem alegrou o povo pelos feitos com a bola, ao mesmo tempo que nos traz orgulho pela resistência nos anos mais duros e difíceis para os ideais democráticos. Nando contribuiu de modo relevante na busca pela liberdade de expressão. Por Fortaleza, pelo Ceará, pelo Brasil. 
Histórico de luta
Natural de Quintino Bocaiúva, bairro da cidade do Rio de Janeiro, Nando seguiu desde cedo dois caminhos: o dos gramados e também o da política progressista. Além de calçar chuteiras, ele estudou na Universidade de Filosofia do Rio de Janeiro, chegando a ser professor do Plano Nacional de Alfabetização (PNA), projeto baseado nas propostas do pedagogo Paulo Freire para combater o analfabetismo entre jovens e adultos e que foi encerrado após o Golpe de 1964. 
Nos anos de regime militar, o membro da família Coimbra sofreu perseguição e foi preso enquanto ainda exercia atividade como jogador, sendo este episódio uma mancha vergonhosa na história do futebol brasileiro. "A intolerância de um governo antidemocrático interrompeu a sua carreira, e nos privou de desfrutar por mais tempo da sua aptidão invulgar e sensibilidade para o futebol-arte", enfatiza Evaldo Lima. 
Fora da prisão, Nando foi forçado ao exílio. Tentou jogar futebol fora do Brasil, migrando para Portugal, país de origem dos seus pais. Por lá, terminou sendo ameaçado pela polícia do ditador Salazar, a mando dos ditadores brasileiros. Diante disso tudo, o professor não desistiu tendo em vista o desejo por um futuro melhor. Democrático. Nem que para isso fosse colocada em xeque sua promissora carreira. 
"Nem todos que amam o futebol serão grandes atletas, mas todos devem aprender a lição de que jogar bola também é opção de educação para a vida. Nando simboliza um pouco do sonho brasileiro de talento e superação, euforias e tristezas de um país que ainda luta para construir a cidadania extensiva a todos, e que precisa resgatar páginas arrancadas da nossa memória", argumenta o parlamentar do Partido Comunista do Brasil.
Fonte: Assessoria de Imprensa do vereador Evaldo Lima.

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