Fernando
Antunes Coimbra, o Nando, foi craque para além das quatro linhas. De
família rica em boleiros, que contava com Zico, Edu e Antunes, o
ex-jogador também entrou para a história pela sua luta na política em
tempos de ditadura militar e articulação no campo da pedagogia. Em solo
cearense, o seu apelido 'Nando' proliferou-se nos gritos das
arquibancadas dos estádios. Jogou pelo Ceará em 1968, se tornando ídolo
pela habilidade e postura como atleta e humanista.
Exatamente
por esta admiração e identificação de Nando com a história do esporte e
da política na capital, o vereador Evaldo Lima (PCdoB) encaminhou
Projeto de Decreto Legislativo na Câmara Municipal de Fortaleza para
conceder ao carioca o título de Cidadão Honorário de Fortaleza. Uma
justa homenagem a quem alegrou o povo pelos feitos com a bola, ao mesmo
tempo que nos traz orgulho pela resistência nos anos mais duros e
difíceis para os ideais democráticos. Nando contribuiu de modo relevante
na busca pela liberdade de expressão. Por Fortaleza, pelo Ceará, pelo
Brasil.
Histórico de luta
Natural
de Quintino Bocaiúva, bairro da cidade do Rio de Janeiro, Nando seguiu
desde cedo dois caminhos: o dos gramados e também o da política
progressista. Além de calçar chuteiras, ele estudou na Universidade de
Filosofia do Rio de Janeiro, chegando a ser professor do Plano Nacional
de Alfabetização (PNA), projeto baseado nas propostas do pedagogo Paulo
Freire para combater o analfabetismo entre jovens e adultos e que foi
encerrado após o Golpe de 1964.
Nos
anos de regime militar, o membro da família Coimbra sofreu perseguição e
foi preso enquanto ainda exercia atividade como jogador, sendo este
episódio uma mancha vergonhosa na história do futebol brasileiro. "A
intolerância de um governo antidemocrático interrompeu a sua carreira, e
nos privou de desfrutar por mais tempo da sua aptidão invulgar e
sensibilidade para o futebol-arte", enfatiza Evaldo Lima.
Fora
da prisão, Nando foi forçado ao exílio. Tentou jogar futebol fora do
Brasil, migrando para Portugal, país de origem dos seus pais. Por lá,
terminou sendo ameaçado pela polícia do ditador Salazar, a mando dos
ditadores brasileiros. Diante disso tudo, o professor não desistiu tendo
em vista o desejo por um futuro melhor. Democrático. Nem que para isso
fosse colocada em xeque sua promissora carreira.
"Nem
todos que amam o futebol serão grandes atletas, mas todos devem
aprender a lição de que jogar bola também é opção de educação para a
vida. Nando simboliza um pouco do sonho brasileiro de talento e
superação, euforias e tristezas de um país que ainda luta para construir
a cidadania extensiva a todos, e que precisa resgatar páginas
arrancadas da nossa memória", argumenta o parlamentar do Partido
Comunista do Brasil.
Fonte: Assessoria de Imprensa do vereador Evaldo Lima.
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