domingo, 19 de abril de 2015

Estagnado, Flamengo lança kit sócio-torcedor para atingir camadas populares

Um programa estagnado em busca de sobrevida. Falar que o sócio-torcedor do Flamengo é um fracasso seria exagero. Com R$ 34 milhões anuais, o “Nação Rubro-Negra” é a terceira maior receita do clube atualmente – atrás de patrocínio de camisa e cotas de TV -, mas a dificuldade de crescimento é algo que preocupa. Na casa dos 50 mil desde o início do ano (54.321 nesta sexta-feira, um terço fora do Rio de Janeiro), o clube busca ações para seduzir a torcida e lançou nesta semana um kit vendido em bancas de jornais para alcançar camadas mais populares.
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Com dois anos recém-completados no último dia 26 de março, o programa era praticamente restrito a torcedores com acesso ao site oficial, até chegar a poucas lojas licenciadas localizadas no centro do Rio de Janeiro nos últimos meses. Com o kit, que custa R$ 39,90 e contém uma revista explicativa, uma camisa rubro-negra (que não é de jogo) e um código promocional que dá desconto de um mês em novas adesões, o Flamengo deseja aumentar o número de pessoas com conhecimento do “Nação”.

– Alguns aspectos fazem o torcedor se tornar sócio, e um deles é a distribuição, que faz o programa chegar até ele. Temos um modelo de venda em lojas oficiais que está funcionando legal, e vamos espalhar pelo Brasil. O kit nas bancas é um canal mais popular. O Benfica fez isso com um kit um pouco diferente, com cachecol, que trocamos pela camisa. É um trabalho para massificar, mas ainda restrito ao Rio de Janeiro. No domingo, vamos vender no Maracanã. Depois, expandir para outras praças – explicou o diretor de marketing do Fla, Bruno Spindel.
Sucesso no primeiro ano muito por conta da presença na final da Copa do Brasil, o sócio-torcedor do Flamengo viveu o auge na Libertadores de 2014, com 64 mil participantes. A eliminação precoce, que calhou com o fim da carência de seis meses para aqueles que buscavam o benefício da partida contra o Atlético-PR, entretanto, fez o número despencar. Muitos questionamentos dão conta da falta de atrativos para o torcedor, o que Spindel promete apresentar novidades em breve.
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- Acho que vamos andar ao longo do ano. O kit é a primeira de uma série de iniciativas. Tem o plano de fidelidade, que vem no segundo semestre. Vamos premiar com pontuação quem consome mais a marca Flamengo, dar recompensas. O maior benefício do torcedor é ver o clube mais forte. O tamanho do clube depende do torcedor, o céu é o limite.

O discurso de “adesão por amor” é algo que sempre fez parte da diretoria rubro-negra. Sem estádio próprio, o clube alega que esbarra nas obrigações contratuais com o consórcio Maracanã para maiores descontos e sofreu ainda com o regulamento do estadual, que não prevê mando de campo nas partidas, o que impossibilitou maiores descontos nos primeiros meses do ano. Com o Brasileirão pela frente, a expectativa é evolução.
– O Brasileirão ajuda o programa a voltar a crescer. Não estamos prevendo carnê, mas a competição é algo que ajuda muito. O sócio-torcedor sempre tem muito interesse. Cerca de 95%, por exemplo, vai ao estádio com cartão-ingresso, o que dá comodidade.
Sétimo programa no ranking nacional, o Flamengo busca alternativas por dias melhores. Depois do boom no ano de nascimento, quando chegou a ser terceiro no país – atrás somente do Internacional e do Grêmio -, o “Nação Rubro-Negra” encontrou uma estabilidade na casa dos 50 mil, mas é inegável a dificuldade de crescimento. Enquanto isso, Palmeiras e Corinthians, com as novas arenas, dispararam – além dos paulistas e dos gaúchos, Cruzeiro e Grêmio estão na frente do Rubro-Negro.
GE

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