Felipe Vizeu sobe e cabeceia no canto entre dois jogadores do Macaé: o gol da vitória do Fla (Foto: Reprodução/Twitter) |
Timidez não existiu na estreia como titular de Felipe Vizeu. É evidente que um gol logo aos oito minutos ajuda, mas o garoto de 18 anos não só cabeceou certinho no canto direito de Andrey, como abriu os braços, reclamou, catimbou quando foi preciso e mostrou desenvoltura até em entrevistas de intervalo e após o jogo. Aquela imagem do garoto talentoso, acanhado, com frases curtas e que está "à disposição do professor" passou longe. Na brecha da lesão de Kayke, que se lesionou jogando futevôlei nas férias, Vizeu aproveitou a vitrine da Copinha, ultrapassou com facilidade Douglas Baggio e no melhor estilo centroavante rompedor se apresentou à torcida do Flamengo como opção inquieta para a temporada e para o futuro rubro-negro.
- O professor Muricy sempre pede pra estar na área quando a bola estiver nas laterais. E pude receber a bola do Pará e fazer o gol. Fui muito feliz na minha finalização. Venho fazendo bom trabalho nos treinamentos. Isso reflete nos jogos. Futebol é justo: se a gente treinar bem, reflete no jogo - disse, no intervalo, o jogador do Flamengo.
Falante dentro e fora de campo, Vizeu não se intimidou nem com o árbitro - com quem conversava e reclamava em lance na primeira etapa. Depois de jogar poucos minutos em dois jogos no Carioca, o jogador, que foi vice-artilheiro, campeão e melhor jogador da Copinha, mostrou fome de bola e muita personalidade na na estreia como titular. O gol foi dedicado a Marco Vizeu, pai dele e aniversariante da quarta-feira.
Nascido em Três Rios (RJ), o atacante proporcionou cena curiosa na saída para o intervalo. Ao ser questionado pelo repórter sobre testes na Cabofriense, ele esclareceu, disse “que não tinha nada disso”, que apenas havia morado em Cabo Frio. Com a bola rolando, precisou de pouco tempo para incomodar. Bem posicionado, saiu menos da área do que Guerrero costuma fazer, principalmente no primeiro tempo, mas também marcou com muito mais disposição.
A segunda chance veio no susto. Chiquinho foi à ponta, cruzou, a bola resvalou na defesa e pegou na perna de Felipe Vizeu, que não conseguiu empurrar para as redes. Minutos depois, cheio de moral, o jogador gesticulava bastante e respondia ao árbitro da partida. Com os braços abertos, pedia a bola a todo momento para os companheiros. No intervalo, como bom aluno, agradeceu aos ensinamentos do “professor Muricy”. O treinador gostou.
- Foi boa (a estreia como titular). Fez gol e teve outras oportunidades. É forte no papel de pivô, não é de velocidade, mas dentro da área é muito perigoso. Falei para ele que era importante estar na área. Foi muito treinado isso, é legal ver o garoto estrear com gol, ficamos muito felizes com ele - disse o técnico do Flamengo.
No segundo tempo, chamou a atenção que o garoto saiu um pouco mais da área. Com 1,84m e bom porte físico, Vizeu protegia a bola e tentava arrancar pelos lados do campo, mesmo cercado pelos adversários. Tentou mais uma – em cabeçada na frente de Andrey -, duas vezes e deu bola longa para Canteros, que pedia sozinho. Mas o passe saiu muito forte.
- Não posso parar por aqui. Depois de um mês da Copa São Paulo sem jogar desde o início, senti um pouco o ritmo. Estava ansioso, mas trabalhei para ter essa chance. Nessa função de centroavante é isso, tem que fazer gol. Mas não estava ansioso, não. Fiz excelente Copa São Paulo e estava confiante. Fiquei feliz por essa oportunidade e fiz o meu - disse e também se contradisse o jovem Felipe Vizeu.
Por Raphael ZarkoMacaé, RJ
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