sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Elias vê futuro rubro-negro para Davi e avisa: ‘Só não pode ser são-paulino’

Elias pode dizer: é ídolo das duas maiores torcidas do Brasil. O volante, que brilhou no Corinthians de 2008 a 2010, deixou saudade no Timão. Depois de uma passagem apagada pela Europa, chegou ao Flamengo nesta temporada e rapidamente conquistou os rubro-negros. Prova disso foi que os torcedores abraçaram o camisa 8 no momento mais difícil dele no clube. Elias caiu de rendimento recentemente por conta de um problema de saúde do filho. Davi, de um ano e sete meses, ficou internado com pneumonia.
A paixão corintiana, no entanto, continua forte. Nesta quinta-feira, o jogador disse que Davi tem grandes chances de ser rubro-negro, já que foi “adotado” pela torcida (veja no vídeo acima). Relembrando a rivalidade dos tempos em que jogava no Timão, só tem uma restrição.
- Ele vai ser o que ele quiser. Tentei puxar para o meu lado preto e branco, mas não foi possível. Vai ser flamenguista, tem carinho pelo Flamengo. Vai ser o que quiser, só não pode ser são-paulino - frisou o volante.  
Elias e Filho Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
Elias com o filho Davi durante treino do Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
Na vitória por 2 a 1 sobre o Goiás, nesta quarta-feira, que classificou o Flamengo para a decisão da Copa do Brasil, Elias e Davi foram homenageados pelos torcedores, que gritaram o nome do menino. Momento marcante para o camisa 8, que fez um dos gols e deu passe para Hernane marcar o outro.

- Nunca vivi isso, nunca vi alguém viver isso. A não ser o Ronaldinho que teve uma fase parecida com a minha com a mãe dele (Dona Miguelina), a torcida deu carinho. Jogador às vezes precisa de carinho. Às vezes leva muita porrada, é necessário. Mas às vezes a gente precisa de carinho, de apoio, o torcedor do Flamengo entende que não somos máquinas. É fundamental o carinho e o apoio do torcedor. Vou guardar para o resto da minha vida. Só não chorei para não perder a concentração. Foi especial. É uma situação que estava afetando a minha vida. Quem é pai sabe disso. Contra o Botafogo, não queria jogar e contei com o apoio dos meus companheiros. Para mim, aquele gol, essa vitória, ficarão marcados pela volta por cima que dei nesse pouco tempo. E o carinho que o torcedor tem por mim e minha família.   
Na comemoração do seu gol, o segundo sobre o Esmeraldino, Elias fez uma homenagem ao filho. Como Davi vinha usando uma máscara, o volante cobriu a boca com a palma da mão para brincar com o pequeno.
- Depois de dois, três dias internado, o médico disse que ele teria que dormir e passar boa parte do dia com máscara para ajudar na respiração Era difícil colocar nele, tinha de tirar a chupeta, ele gosta muito da chupeta, foi difícil. Você chegar e ver o filho na UTI entubado, com sonda, é difícil ver a cena. Mas ele superou, foi uma forma de homenageá-lo.
O Flamengo enfrentará o Atlético-PR na decisão. O primeiro jogo, dia 20, será no Paraná. No dia 27, as equipes jogam no Rio. Davi, que não foi ao Maracanã nesta quarta por conta do mau tempo, deve estar lá. E a meteorologia precisa ajudar.  
- Espero que sim. Se estiver calorzinho, ele vai. Minha mulher queria levar ele contra o Goiás, mas estava frio, falei para ele ficar em casa, torceu em casa, viu os gols. Espero que ele possa ir no próximo, que esteja presente e possa receber o carinho que recebi.

Confira a entrevista completa do volante:
Encontro com Davi depois do jogo
- Cheguei em casa às duas da manhã e ele estava dormindo. Só que ele acordou do nada, me viu da cama e tive que ficar até cinco horas com ele vendo o replay do jogo, ele comemorando (risos). Mostrei o pessoal cantando o nome dele. Daqui um ano, dois anos, ele vai entender e vou mostrar para ele de novo aquela cena.
Química com a torcida e permanência
- Já sentia isso antes. O torcedor me para na rua, cobra, cobra a permanência. Ontem (quarta) só serviu para confirmar. Vou focar no Brasileiro e na Copa do Brasil, e no fim do ano a gente define. Claro que a vontade é ficar. Só que a gente sabe que não depende só de mim. Depende do Sporting, do Flamengo, do fundo que detém 50% dos meus direitos.
Negociação com os portugueses
- Meu pai já foi lá, sentou com eles, fez acordo do que deviam (cerca de R$ 2,6 milhões). Vamos tentar jogar isso para ajudar o Flamengo a convencê-los.
Identificação com o Flamengo
- Me identifiquei, acho que a torcida gostou do meu jeito. Não só pelo futebol, mas pela liderança. Fico feliz com o carinho, mas quero concretizar com o título.
Final contra o Atlético-PR
- Em final tudo pode acontecer. A gente tem que chegar bem na final, preparados psicologicamente, com nível físico e nível técnico altíssimo.
Durival de Britto, palco do jogo de ida
- Já joguei pela Série B pelo Corinthians, mas foi contra o Paraná. É um estádio acanhado, mas que sempre quando está cheio se torna um caldeirão.
Ansiedade para a decisão
- Não somos máquinas. Não tem como apertar o botão ou virar a chave e jogar o Brasileiro. Temos de aproveitar essa euforia, tentar colocar no Brasileiro, somar mais pontos, mandar de vez essa coisa de rebaixamento para fora, já que estamos próximos disso, para que no fim, se der, a gente possa brigar pela Libertadores.
Atlético-PR dividido entre Brasileiro e Copa do Brasil
- Não muda nada. A responsabilidade é dividida. Libertadores é importante disputar, mas o que marca são os títulos que ficam na história Eles vão dar tudo para ganhar essa final. Se não me engano, podem ser o primeiro clube paranaense a conquistar a Copa do Brasil. Com certeza vão dar a vida, e a gente vai ter que fazer o mesmo. 
Queda de desempenho
- Nessa última partida, não. Mas nos dois últimos jogos não joguei bem, e a equipe venceu. Não estou preocupado em jogar bem. Sei que se jogar bem a equipe vai ter boas chances de conseguir a vitória, mas se não jogar bem e a equipe vencer, é isso que vale.
Esperança na convocação para a Seleção
- Até a última convocação vou trabalhar para que possa ser chamado. São sete meses, seis meses para Copa do Mundo. Tudo pode acontecer. Ele (Felipão) pode ter uma base, os jogadores, mas a gente sabe que alguma coisa pode acontecer durante o percurso. Um jogador pode ser um dos melhores do Brasil e ser convocado. Tenho que estar preparado até o último minuto. Mesmo se não for, vou estar torcendo pela Seleção.
Importância da  torcida e decisão no Maracanã
- Vai ser importante se fizermos um grande resultado na ida. Em todos os jogos a gente conseguiu decidir em casa, a gente fez grandes jogos. É importante fazer um bom primeiro jogo, se manter vivo e decidir no Maracanã. A gente sabe que o apoio tem sido incondicional. A gente sabe que a torcida consegue fazer a diferença.
Será poupado contra o Goiás pelo Brasileiro?
- Vamos conversar até amanhã (sexta-feira), não sei o que o Jayme vai decidir. Temos pouco tempo para nos recuperarmos, senti um desgaste enorme no fim da partida (pela Copa do Brasil). Temos atletas para dar conta do recado.
Virada do Flamengo no ano
- Nós jogadores mudamos a mentalidade. E é um hábito do brasileiro que só consegue mudar no momento crítico. Quando a gente perdeu o Mano (Menezes), chegamos no momento crítico. Tivemos de começar do zero, fechar a equipe mesmo. Hoje podemos falar que somos companheiros mesmo de trabalho. E isso às vezes é mais importante do que sermos amigos.
Comemoração “deita e rola”

- Estávamos combinando, conversando. Foi uma brincadeira. Tenho certeza que o Walter (atacante do Goiás) vai levar na esportiva como a gente levou a dele. Faz parte do futebol. Não considerei provocação dele. Foi uma brincadeira de vestiário e a gente brincou ali (no campo do Maracanã). Foi uma forma de comemorar.

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