Jayme de Almeida orienta o time do Flamengo contra o Goiás no Maracanã (Foto: Fabio Castro / Ag. Estado) |
Ainda faltam dois jogos, mas Jayme de Almeida já respira aliviado.
Depois de superar o Goiás na semifinal da Copa do Brasil, nesta
quarta-feira, com uma vitória por 2 a 1, o Flamengo está na decisão.
O Rubro-Negro contrariou previsões, superou um ano apinhado por
incertezas e resultados ruins e vai tentar o tricampeonato em duas
partidas contra o Atlético-PR, dias 20 e 27 de novembro. Após a
classificação, Jayme reconheceu: está mais leve. O sentimento, segundo
ele, é de realização. Mas não para por aí. Já que conseguiu levar o time
à final, quer o título.
-
Eu acho que daquele dia contra o Náutico (empate sem gols pelo
Brasileiro, quando foi efetivado) até chegar numa final, cumpri meu
trabalho no Flamengo. Estou muito feliz, com sentimento de dever
cumprido. É legal chegar numa final, é fantástico, mas agora vamos
tentar vencer. A gente vai lutar para ser campeão. A sensação é de tirar
um peso de muita coisa que a gente viveu esse ano. É um peso que a
gente tira. Ficamos mais leves. Levar à final, do jeito que a coisa
estava no clube, só tenho que agradecer ao grupo. Eu era uma incógnita,
não era badalado. Tem muita gente, não consegui sozinho. Tem a comissão,
os meninos, tudo isso ajudou para que a gente focasse no trabalho que
está dando resultado.
Curiosamente, Jayme terá na decisão o
adversário do último jogo de Mano Menezes no comando do Rubro-Negro.
Mano pediu para sair depois de perder por 4 a 2 para o Furacão, no
Maracanã, pelo Brasileiro. A partir daí, Jayme assumiu, o time
praticamente escapou da zona de rebaixamento do nacional e virou
finalista da Copa do Brasil.
- Aconteceu aqui no Maracanã
(derrota por 4 a 2), um dia infeliz para o Flamengo. Houve a saída do
Mano, infelizmente. Foi um momento muito difícil para o clube, ninguém
esperava. E agora vamos voltar a enfrentá-los. É um adversário muito
perigoso, qualificado, está em segundo no Brasileiro. Já é motivo para
respeitá-los bastante. Cada jogo tem sua história, sabemos da força do
Atlético. Vamos tentar neutralizar essa força e tentar sermos campeões.
Final é difícil dizer quem é favorito.
O técnico, no entanto, vê o time preparado para entrar forte na briga pelo título.
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O que fizemos contra o Goiás mostrou que o grupo amadureceu mais um
pouco. Sofremos o gol no início do jogo e não nos abalamos. Estamos
caminhando para fazer uma disputa muito legal. O Mano saiu contra o
Atlético-PR, agora vamos à final com o Atlético-PR. Temos que preparar
bem a equipe e tentar vencer. Se formos campeões, merecemos. Quem
convive conosco sabe que foi muito difícil. O Atlético é uma equipe
muito qualificada e bem treinada.
O primeiro jogo da decisão, dia 20, será no Paraná. A finalíssima será no Maracanã, dia 27.
Confira a íntegra da entrevista:
Avaliação do resultado contra o Goiás e classificação
Como
eu tinha falado a semana inteira, foi um jogo muito difícil. O Goiás é
uma equipe bem montada, tem um treinador que trabalha lá há dois anos.
Para nossa infelicidade ou virtude do Goiás, fizeram o gol com quatro
minutos. A maior virtude do Flamengo foi que os jogadores não se
abalaram. Léo, Elias, pegaram a bola e pediram calma. E fizemos nosso
jogo com troca de passes. E viramos o jogo. A equipe amadureceu bem, a
torcida no estádio, cobrança. Conseguimos reverter. No segundo tempo
fizemos o gol legal, mas o bandeirinha se equivocou. O jogo ficou
parelho, erramos a penúltima bola, infelizmente o gol não saiu. O Goiás
começou a colocar a bola na área, o jogo ficou perigoso. Acho que nosso
time conseguiu resistir bem, com muito empenho. No fim, o Paulinho teve a
chance, mas não conseguiu. No geral, disputar uma semifinal com toda a
carga, só tenho que dar os parabéns, agradecer a eles. Era um time que
ninguém acreditava, todo mundo era ruim, descartável. Estamos na final.
Mérito deles que se juntaram, se uniram e chegam com méritos.
Time está à vontade em campo
O
que a gente ouviu muito é que o Flamengo não saía atrás do marcador
comigo. Mas hoje foi gratificante ver o time que começou perdendo não
perder a cabeça. Essa maturidade eles estão conquistando, jogando
juntos, se conhecem mais. Isso tudo facilitou a virada. Não deixaram de
fazer o que estava combinado. Isso deixa o time mais forte e mais
maduro.
Fim de ano promissor
Mais
promissor que isso é o título. Agora dá para sonhar com o título. Vai
ser difícil, nós e o Atlético-PR chegamos, os dois podem sonhar. Para
ser mais promissor é chegar numa conquista, que para muitos estaríamos
fora contra Cruzeiro, Botafogo e Goiás. Fomos passando, passando, e
estamos numa final. É gratificante ver o esforço deles, o trabalho
deles, a determinação com que abraçaram a ideia de fazer o Flamengo
forte, e estão conseguindo fazer. O título é totalmente viável, e vamos
lutar por ele para terminarmos bem.
Reencontro com o Atlético-PR, último jogo de Mano Menezes
Aconteceu
aqui no Maracanã (derrota por 4 a 2), um dia infeliz para o Flamengo.
Houve a saída do Mano, infelizmente. Foi um momento muito difícil para o
clube, ninguém esperava. E agora vamos voltar a enfrentá-los. É um
adversário muito perigoso, qualificado, está em segundo no Brasileiro.
Já é motivo para respeitá-los bastante. Cada jogo tem sua história,
sabemos da força do Atlético-PR. Vamos tentar neutralizar essa força e
tentar sermos campeões. Final é difícil dizer quem é favorito. O que
fizemos contra o Goiás mostrou que o grupo amadureceu mais um pouco.
Estamos caminhando para fazer uma disputa muito legal. O Mano saiu com o
Atlético-PR, agora vamos à final com o Atlético. Temos que preparar bem
a equipe e tentar vencer. Se formos campeões, merecemos. Quem convive
conosco sabe que foi muito difícil. O Atlético-PR é uma equipe muito
qualificada e bem treinada.
Recuperação de Elias
O
Flamengo jogou muito bem, o Flamengo não é um só. Elias jogou muito
bem, como todos os jogadores. Elias faz parte de um grupo, trabalhou, a
parte emocional melhorou com o filho recuperado em casa. Ajudou a gente
como todos os jogadores a vencer o Goiás.
Final para Jayme
Eu
acho que daquele dia contra o Náutico (empate sem gols pelo Brasileiro,
quando foi efetivado) até chegar numa final, cumpri meu trabalho no
Flamengo. Estou muito feliz, com sentimento de dever cumprido. É legal
chegar numa final, é fantástico, mas agora vamos tentar vencer. Vamos
lutar para sermos campeões. A sensação é de tirar um peso de muita coisa
que vivemos esse ano. É um peso que tiramos. Ficamos mais leves. Levar à
final, do jeito que a coisa estava no clube, só tenho que agradecer ao
grupo. Eu era uma incógnita, não era badalado. Tem muita gente, não
consegui sozinho. Tem a comissão, os meninos, tudo isso ajudou para que
focássemos no trabalho que está dando resultado.
Brasileiro ainda preocupa?
Ainda
não escapamos com 44 pontos. Só vamos jogar com o Atlético-PR no dia
20. A gente tem que voltar as nossas forças para o Brasileiro, sei que é
complicado, mas enquanto tiver chance de nos passarem temos de estar
atentos. É matemática. Precisamos fazer pelo menos mais três pontos para
termos tranquilidade e terminarmos o ano pensando na Copa do Brasil.
Apoio da família
Família
é o respaldo, dá sustentação ao meu trabalho. Em casa com esposa,
filhos e netos é maravilhoso. A gente forma uma família legal, né?
(aponta para a família na sala de imprensa). Apoio grande, primordial
para ter forças e vir todo dia trabalhar e lutar, fazer com que a gente
sonhe coisas grandes. Tendo em casa minha mulher, meus filhos estão
comigo desde que eu jogava. Os netos pegaram carona agora, estão
empolgados, é legal.
Interino que vira campeão
A
oportunidade aparece nesse momento que conseguimos chegar à final e
temos que sonhar com o título. Em relação ao que aconteceu com o Andrade
(em 2009) é uma coisa que não consigo entender como um cara campeão
brasileiro, eleito o melhor treinador de 2009, nunca foi convidado para
trabalhar em nenhum clube de Primeira Divisão do Brasil. Ainda não ouvi
uma resposta que me convença.
Torcedor entregou camisa da Desportiva no Maracanã
Trabalhava
no Flamengo em 1991, o Flamengo emprestou quatro atletas para a
Desportiva, existia uma parceria. Classificamos a Desportiva para a
Primeira Divisão e fomos campeões no campeonato capixaba. Foi meu
primeiro clube. Achei muito legal o presente, é um clube pelo qual tenho
muito carinho. Abriu as portas quando ninguém me conhecia.
Decidir a Copa do Brasil em casa
O
Maracanã com torcida do Flamengo é sempre emoção. A gente vai precisar
dela. A gente vai tentar essa força maior que é jogar no Maracanã com
estádio cheio, e a torcida nos incentivando.
Pode pensar mais na permanência no clube
Meu
compromisso com Wallim (Vasconcellos, vice de futebol) e o presidente
Eduardo Bandeira de Mello vai até o dia 8 de dezembro. Estou trabalhando
para levar da melhor maneira possível, e a partir de 8 de dezembro a
gente deve conversar sobre o futuro no Flamengo ou não.
Poupar jogadores no sábado contra o Goiás
Ainda
não nos livramos do rebaixamento. Quem estiver bem vai para o jogo
sábado (às 21h, no Maracanã, pela 33ª rodada do Brasileirão).
Felipe pensa em jogar a final
Acho
prematuro tocar nesse assunto. Felipe é um grande goleiro, mas está em
recuperação (de cirurgia no joelho esquerdo). A gente tem que esperar
ele ficar bom para pensar em botá-lo ou não.
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