quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Orgulho da família, Jayme destaca um Flamengo 'sem medo de ser feliz'

Jayme de Almeida e família (Foto: Luciano Mello)
Jayme de Almeida posa com a família após a goleada sobre o Botafogo (Foto: Luciano Mello)
Por Rio de Janeiro 
Jayme de Almeida chegou à sala de entrevistas do Maracanã mandando beijinhos. Não, não era uma provocação ao Botafogo, nem um gesto de carinho com a imprensa. O treinador do Flamengo dividia daquela maneira com a família a noite mais especial de sua curta carreira como treinador. Na plateia, filha, genro e dois netos esperavam orgulhosos por suas palavras após a vitória por 4 a 0 sobre o Botafogo, na noite desta quarta-feira, que valeu a vaga na semifinal da Copa do Brasil.
Com pouco mais de um mês no cargo, Jayme ainda carrega consigo parte da história da Mano Menezes. O fim dela, na verdade. As perguntas ainda o citam como um cara que deu vida (e muita vida) a um time praticamente abandonado por um treinador que tinha acabado de sair da Seleção. Tal feito, por sua vez, não o faz mudar o discurso simples e que prima pelo coletivo, como sua família certamente já conhece.

- Nós nos preparamos para uma decisão. Sabíamos que a torcida viria. Entramos com vontade e organização. Não adianta falar só em determinação. Corremos, lutamos e sabíamos o que fazer. Todo mundo se ajudou, tentou encaixar o que pedi. Foi um jogo muito legal. O Flamengo entrou para ganhar, para vencer, e a torcida veio junto. Foi um espetáculo muito bonito.

O Flamengo aguarda o vencedor do duelo entre Vasco e Goiás (que terá o jogo de volta às 21h desta quinta), para saber qual deles será seu adversário na semifinal. Agora, o Rubro-Negro volta o foco para o Brasileirão e encara a Portuguesa, domingo, às 16h (de Brasília), no Castelão, em Fortaleza, pela 31ª rodada.

Confira abaixo toda entrevista coletiva:
Mudança tática

- Passamos o Paulinho para o lado esquerdo por termos perdido o João Paulo. O André vinha jogando no meio-campo, e contra o Bahia (quando João Paulo se lesionou) usamos o Gabriel, que perdemos no domingo (lesão no joelho contra o Galo). A opção de passar o Paulinho para a esquerda foi para aliviar o André, e colocamos o Elias fechando o caminho pela direita. Pensamos, treinamos cinco minutos, e o time fez muito bem. O Paulinho taticamente foi fantástico. A partir do momento que ele se soltou, o futebol tem crescido, e tem nos ajudado muito.

Determinação da equipe

- Nós nos preparamos para uma decisão. Sabíamos que a torcida viria. Entramos com vontade e organização. Não adianta falar só em determinação. Corremos, lutamos e sabíamos o que fazer. Todo mundo se ajudou, tentou encaixar o que pedi. Foi um jogo muito legal. O Flamengo entrou para ganhar, para vencer, e a torcida veio junto. Foi um espetáculo muito bonito. Independentemente do que dizem, o grupo é muito bom de trabalhar, é determinado, vai à luta e não tem medo de ser feliz.
Quando vi do jeito que o Maracanã estava, pensei: 'Está bonito demais, e não vamos decepcionar'"
Jayme de Almeida
Exibição de gala

- Era um jogo muito importante. Com a possibilidade de passar de fase, o estádio estava cheio, e o clima era de decisão. O Flamengo foi muito grande. Ficamos bastante satisfeitos e temos que dar os parabéns aos jogadores, que vestiram a camisa e deram um espetáculo bonito. O resultado foi bem justo pelo jogo.

Botafogo anulado

- Treinamos para tentar dificultar, e acho que conseguimos. Fizemos um treinamento tático muito rápido, mas, quando as pessoas estão determinadas a fazer, fazem. Vimos um time que jogou muito bem e marcou muito o Botafogo, com determinação e vontade de fazer um Flamengo forte. Com a torcida junto, (o Flamengo) é difícil de ser batido. Minha formação foi aqui e conheço bem o clube. É assim, respeitamos todo mundo, mas não tememos ninguém. É preciso ter tranquilidade para não dizer que está tudo perfeito. É algo que preocupa, mas estou muito feliz pelo jogo, pelo que o time se propôs a fazer e fez com dignidade, luta e amor. A torcida e o time me emocionaram.

Hernane

- Parabéns para ele. É difícil fazer 31 gols na temporada. O "problema" é que ele acredita nele, acredita no trabalho, treina, se cuida, ajuda para caramba no meio e está sempre bem fisicamente. Na forma que estamos jogando, as jogadas acontecem em velocidade, e o cara que tem que finalizar é ele. Tem essa facilidade e está sempre ali para colocar a bola pra dentro. O aproveitamento é muito bom. Fico muito feliz pelo que tem feito. Temos que acreditar na gente, e ele acredita.

Léo Moura na cobrança do pênalti

- Em falta e pênalti, combinamos o seguinte: há sempre dois ou três que têm condição de bater, e coloco quem estiver melhor psicologicamente em campo, com confiança. Eles sentem o clima. Era o Hernane, virei para falar alguma coisa e depois vi o Léo. Achei muito legal. Era aniversário, fez uma partida fantástica e está há oito anos no Flamengo. É exemplo para garotada. Se a partida fosse para os pênaltis, ele bateria. Então, eu tinha confiança. Foi para consagrar o jogo e o aniversário.
Time com cara de Flamengo

- Passar luta e garra, sempre passamos. Mas jogamos, principalmente, organizados. Por isso, vencemos. É a determinação de fazer o que combinamos. Todo mundo trabalhou para o conjunto, pelo objetivo de vitória. Não tinha ego. O Flamengo tem que ter técnica, coração, amor e entrega. Foi um grande jogo contra um grande adversário.

Botafogo era favorito?

- O Botafogo é um grande time. Quem falava que eles iam ganhar não fomos nós. Nós sempre achamos que íamos ganhar, íamos fazer um grande jogo. Essa é a primeira coisa. Todos os jogos Botafogo x Flamengo foram muito parelhos. Respeito o Botafogo, mas íamos para cima para vencer com organização. Isso foi determinante. Passamos confiança e o resultado foi excelente.

Desempenho da torcida

- Foi o time que levou a torcida. Se o time não vai bem, não tem torcida que aguente. E isso faz parte do torcedor: vaiar quando não gosta. É algo normal. Mas foi uma união maravilhosa. Eu sabia que a torcida vinha, e o jogador deu uma resposta muito bonita.

Carlos Eduardo

- Temos um grupo bem determinado. Então, o Carlos Eduardo tem a função dele e a fez da melhor maneira possível hoje. A torcida tem certa implicância, até porque o Carlos foi objetivo de muita coisa para atingir o Flamengo. Leva uma carga muito grande, mas a confiança que temos nele é grande. Tem uma função específica e tem feito bem.

Permanência em 2014

- Vou repetir: meu compromisso é com o Flamengo, sou funcionário do clube. Com tranquilidade, procuro fazer o melhor. Meu compromisso é até o fim do Brasileiro. Não penso em nada além disso. A responsabilidade é grande, e o Flamengo ainda não saiu da zona de rebaixamento. Temos que pensar no que é melhor para o Flamengo. Vamos pensar agora na Portuguesa, que é um adversário difícil para caramba. Não vou pensar no futuro, mas no presente e na responsabilidade que foi passada.

Libertadores

- O Flamengo está na semifinal. Então, tem o direito de tentar. É por aí. Vamos nos preparar e lutar, seja contra Vasco ou Goiás. O adversário vai ser difícil. Temos o direito de sonhar com uma final.

Emoção com a partida

- Como atleta, passei por várias emoções no Maracanã. Essa foi mais uma e diferente, como treinador. O que me marcou muito foi quando entrei em campo e fiquei emocionado. Quando vi do jeito que o Maracanã estava, pensei: "Está bonito demais, e não vamos decepcionar". Graças a Deus, não decepcionamos.

 

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