Por Hector Werlang
Atibaia, SP
Ele surgiu como promessa, até pelo berço que tem: é filho do ex-atacante Bebeto. A certeza de sucesso despertou interesse do gigante italiano Juventus, porém, uma arrastada negociação transformou o sonho de ir à Europa em pesadelo e o deixou sem atuar por três meses no Flamengo. Era preciso mudar. Com nova cabeça, obedecendo uma meta pessoal de treinar o dobro do que os colegas, e a confiança dada por Ney Franco, um treinador que o conhece do tempo das seleções de base, o meia Mattheus, 19 anos, virou titular nos testes do Rubro-Negro que se prepara em Atibaia à retomada do Brasileirão. É o passo definitivo para se consolidar como realidade no futebol.
Verdade que Alecsandro e Hernane, os homens do ataque, ainda não estão liberados para treinar com o grupo – completam a recuperação física após lesões no tornozelo direito. Este porém, como se fosse o asterisco daquele produto que parece revolucionar o mercado, não é um demérito ao jovem atleta. Este é o momento de aproveitar a chance e, no mínimo, virar peça a ser usada na tentativa de tirar o time carioca da zona do rebaixamento. Mas o que mudou?
- Estou feliz, contente. É reconhecimento. Vinha treinando forte, desde o começo do ano. Botei na minha cabeça que faria diferente. Conquistar o que não tinha conseguido. Penso em fazer o dobro dos outros. Aperfeiçoar as minhas carências, a parte de marcação. Procuro me dedicar. Sei que com a bola no pé tenho qualidade. Mas hoje em dia isso não basta. Tenho de melhorar a marcação e a parte tática – conta o atleta.
Mattheus é o segundo atacante, ao lado de Paulinho, no 3-5-2 testado por Ney Franco. Nos treinos, realmente, consegue cumprir a função dada por Ney. E tem tido bom desempenho.
- Ney me conhece da seleção de base, me convocou algumas vezes. Sabe que posso ajudar, que posso render. Sabe do meu potencial. Tento retribuir a confiança dele dentro de campo. Me convocou em 2012, tinha acabado de subir ao profissional do Flamengo. Foi um torneio na Argentina, em Resistência. Me tratou bem, me orientou. Fazia melhorar a cada dia. Me ajudou na época assim como hoje. Tem sido fundamental. Ele sabe que tenho versatilidade – conta o jogador.
Sem jogar desde 20 de abril, no empate sem gols com o Goiás, na primeira rodada do Nacional, ainda na gestão de Jayme de Almeida, Mattheus soma 18 jogos pelo Flamengo. Ainda não marcou gol. E convive com a sombra do pai. Mas...
- Cresci de maneira absurda desde 2012, o ano da estreia. Tenho reparado nos treinos, parte física e tática. Coloquei na minha cabeça que quero ajudar. Não importa a posição. Estou correndo atrás do meu sonho. Seja como titular ou reserva. É meu melhor momento, com certeza.
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