Por Hector WerlangAtibaia, SP
A história de Felipe, personagem com 186 jogos, campeão
carioca e da Copa do Brasil, é insuficiente para retomar a titularidade. Ser
promessa da base e ter tido bom desempenho nas últimas três partidas, uma
espécie de oásis no deserto de qualidade que levou o Flamengo à zona do
rebaixamento, não garante continuidade a Paulo Victor. Então, os treinos
durante o recesso à Copa do Mundo, a começar pela primeira semana em Atibaia,
no interior de São Paulo, vão definir quem será o goleiro rubro-negro, na
gestão de Ney Franco, a partir do confronto com o Atlético-PR, dia 16 de julho,
na retomada do Brasileirão. A disputa por posição está aberta, afinal, “jogará
o melhor”.
Caberá ao técnico decidir, claro, mas a opinião do
preparador de goleiros Wagner Miranda embasará a escolha. E, a julgar pela
frase acima, deste profissional que está no Ninho do Urubu desde 2005,
começando pelas categorias inferiores e chegando ao profissional, conhecido
como Gigante, antigo camisa 1 do Bragantino, campeão paulista de 1990, sob
comando de Vanderlei Luxemburgo, conhecedor dos dois arqueiros, comprova a
indefinição. Tudo porque, ao faltar a um treinamento, sem justificativa, antes
da partida contra o Figueirense, em 25 de maio, Felipe abriu a concorrência.
- Ainda está cedo para decidir, temos mais 30 dias de
treinamentos para avaliar o condicionamento dos goleiros. A análise será feita
de acordo com o rendimento. Força, reação, potência, qualidade técnica... isso
vai definindo o nosso ponto de vista. Durante este processo, eu e o Ney Franco
vamos conversando para chegarmos a um denominador comum para essa situação. Vai
jogar quem estiver melhor, vai jogar o melhor – explica Wagner, que conversou
com o antigo titular sobre o ato de indisciplina.
Para o preparador, por ora, a dupla está no mesmo nível. Ele
incluiu ainda os outros dois jogadores da posição, que treinam diariamente, Cesar
e Luan. Ao lembrar que todos atuaram recentemente, algo incomum nos clubes da
Série A, garante que o Flamengo está bem servido no setor:
- Me surpreendi, pois voltaram em uma condição muito boa.
Todos tiveram ganho de 1% do percentual de gordura, algo normal para quem ficou
15 dias parado. Em uma semana, a gente tira. Os quatro goleiros estão
nivelados, estão muito bem. E jogam. Felipe era o titular, Paulo Victor
terminou jogando. Mas o Luan, que subiu este ano, atuou contra o Bangu no
Estadual. Cesar, na última rodada do Brasileiro do ano passado, contra o
Cruzeiro. Então, todos tiveram as suas oportunidades.
A prioridade dos treinamentos é retomar o “tempo de reação”,
afinal, reflexo, a expressão popular, é um movimento involuntário.
- Vamos restaurar essa parte de agilidade, velocidade nos
primeiros 15 dias, pelo tempo que ficaram parados. E depois vamos priorizar na
parte técnica, situações de jogo – completa Wagner.
E o motivo do apelido Gigante? Wagner explica:
- O Gigante é um estímulo que uso nos meus treinamentos.
Fazer oito repetições no exercício, claro, chega no sexto e o jogador já está
um pouco cansado. Uso ‘gigante’, ‘vamos, gigante’, para o cara poder reagir e
terminar bem o trabalho. Aí, pegou.
Melhor para o Flamengo que Felipe ou Paulo Victor se agigantem
no gol rubro-negro...
Paulo Victor terminou primeira parte do Brasileirão como titular do Flamengo (Foto: Hector Werlang) |
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