quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Ex-capitão do Fla, Jônatas desiste de retomar a carreira: "Deixei isso de lado"

Jônatas foi o capitão no título da Copa do Brasil de 2006 (Foto: Agência O Globo)
Jônatas foi o capitão no título da Copa do Brasil de 2006 (Foto: Agência O Globo)
Por Juan Andrade, Globo Esporte
Jônatas projetava colocar o último capítulo na sua história como jogador de futebol. Mesmo longe dos gramados desde 2014, tinha a esperança de arrumar um último clube antes de oficializar a aposentadoria dos gramados.

Mas agora, aos 36 anos de idade, o volante campeão da Copa do Brasil de 2006 pelo Flamengo desiste da ideia e anuncia o fim da carreira.

"Eu deixei isso de lado (voltar a jogar). Até pouco tempo eu tinha em mente continuar no futebol. Estava esperando aparecer alguma coisa, mas não foi tão legal o que apareceu e agora não vou mais tentar. Estou deixando de lado", diz.
Atualmente morando em Fortaleza, no Ceará, ele bateu um papo com o GloboEsporte.com e revelou os planos para o futuro.

Projeta voltar a trabalhar com o futebol, mas com algo que passe longe dos gramados.

- A princípio, eu não penso em ser treinador, trabalhar diretamento no campo. Mas penso em alguma coisa dentro do futebol, algum trabalho com a molecada, de alguma forma. Só ainda não sei onde - conta Jônatas, que ainda revelou como tem sido a vida fora dos gramados.

- Eu ainda tenho alguma coisa do que ganhei com o futebol, alguns investimentos. Eu vivo disso. Até porque estava em dúvida do que ia fazer, se eu voltaria ou não ao futebol. Agora vou procurar fazer alguma coisa, porque a família vai crescendo, e eu tenho que pensar.
Jônatas surgiu com a camisa do Flamengo em 2003. Aos 20 anos, participou do grupo vice-campeão da Copa do Brasil, embora não tenha atuado nas finais contra o Cruzeiro.

Em 2006, já como titular, capitão e maestro do meio de campo rubro-negro, o volante então com 24 anos comandou o Fla na conquista da Copa do Brasil em cima do rival Vasco.

- Na minha época, o grupo era limitado. A gente fez um começo de temporada ruim, tínhamos muitas dificuldades, mas nós conseguimos reunir forças. A gente mereceu por toda a dificuldade, salários atrasados, essas coisas - lembra.
Após a conquista da Copa do Brasil, Jônatas foi convocado para a seleção brasileira pelo técnico Dunga para um amistoso contra a Noruega.
Ele não chegou a entrar em campo no empate por 1 a 1, mas teve a oportunidade de conviver com diversos astros do futebol mundial na época, como Lúcio, Juan, Robinho e Fred, por exemplo.

- Em 2006 foi um momento especial na minha vida. Eu era capitão do Flamengo, fui para a Europa... Vivi o que hoje o Paquetá está vivendo. Fiquei muito feliz por ele, pelo Everton, que está no Grêmio. Ele tem que aproveitar o momento. Depois, eu tive muitos problemas familiares, não consegui dar sequência. Mas a seleção foi um sonho, e eu tive essa felicidade de ser convocado.

Poucos dias depois da convocação, Jônatas acabou negociado com o Espanyol, onde por pouco não se tornou herói ao marcar na final da Copa da Uefa na temporada 2006/2007 contra o Sevilla - o clube, no entanto, perdeu a decisão nos pênaltis. De volta ao Brasil, retornou ao Fla, mas sem o brilho da passagem anterior.

Depois, rodou por Botafogo, Boavista-RJ, Figueirense e Icasa-CE, onde atuou pela última vez, em 2014.
"Muitas estrelas"
Apesar da distância do futebol, Jônatas sempre acompanha o Flamengo e deu a sua visão do atual elenco rubro-negro, que, apesar do alto investimento, ainda não correspondeu às expectativas em relação aos títulos.
- Hoje eu vejo que tem muitas estrelas. Às vezes tem que ter mais união, querer ganhar títulos, vestir a camisa de alguma outra forma. O Flamengo é um clube de pressão, mas não está em crise, isso não existe. Tem um jogo difícil contra o Cruzeiro pela Libertadores, que é um título que a torcida quer muito, até pelo investimento que foi feito. Às vezes os jogadores não têm a capacidade de assimilar isso - disse Jônatas, que ainda completa:

- Mudou muita coisa da minha época. Hoje o dinheiro está mais fácil. Tem jogadores de grande nome. Hoje todo clube brasileiro praticamente tem uma estrela. Se isso está atrapalhando, tem que reunir e ver o que está acontecendo, porque ainda tem Copa do Brasil, Brasileiro e Libertadores. Na Libertadores, pega um pouco mais. Porque é o título que a torcida quer mais, e a diretoria tem que cobrar pelo investimento feito nesses jogadores.

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