domingo, 3 de março de 2013

Zico ganha de aniversário estátua na sede do Flamengo

Carlos Eduardo Mansur (Facebook · Twitter)
 

Zico faz pose ao lado da estátua na Gávea. Com ele, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello
Foto: Nina Lima / Agência O Globo
Zico faz pose ao lado da estátua na Gávea. Com ele, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de MelloNina Lima / Agência O Globo
 
RIO — A partir de agora, quem subir a escadaria da entrada da sede do Flamengo, após ultrapassar todos os degraus, cada um com um verso do hino do clube, dará de cara com Zico. Braços abertos, a expressão congelada num grito de gol e vestido com uma camisa do Flamengo em tons de bronze. A inauguração da estátua, o quarto monumento dedicado a ele — há dois no Japão e um no Maracanã —, na manhã deste sábado, na véspera de seu aniversário de 60 anos, representa a volta definitiva do ídolo à Gávea. Na sacada da sede, ele falou para cerca de duas mil pessoas, que o tratavam como rei. A idolatria atravessa gerações. Naquela multidão, muitos sequer o viram jogar.
Zico parecia querer apenas expressar sua gratidão. Quem tentou evocar uma manifestação política e lembrar desavenças da gestão passada do clube, viu o craque logo reprovar o gesto. Zico falou em tom de agradecimento e não pediu nada para ele. Pediu apenas amor ao Flamengo.
— Obrigado, obrigado, obrigado, 60 vezes obrigado. Tudo o que alcancei aqui foi por sempre ter me considerado um de vocês. Na minha família, meu pai ensinou todos a amarem o Flamengo. O que fiz foi com amor, determinação. Queria o melhor para o Flamengo e para a torcida. Há momentos da vida que não há como agradecer — disse Zico, na sacada da sede do clube.
Logo em seguida, ele desceu para a entrada principal e retirou a bandeira do Flamengo que cobria a estátua. Em tamanho natural, é feita em bronze e foi inspirada em uma foto da comemoração do gol que Zico marcou contra o Botafogo, em 1989, num clássico que terminou empatado em 3 a 3. A foto foi escolhida por Zico.
Na direção do ídolo, olhares de admiração e idolatria de quase duas mil pessoas que ignoraram a chuva e a greve dos rodoviários e até complicaram o trânsito na Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa. O público não era suficiente para transferir a festa para o campo. Mas a Polícia Militar, que recebera do clube um pedido apenas para um evento interno, ameaçou proibir a festa, pelo transtorno no fluxo de veículos e pelo risco ao público.
‘Ei, ei, ei, Zico é nosso rei’
Houve gente chegando desde 7h da manhã. Ao som da charanga, criou-se um cenário de jogo, com gritos de guerra do clube sendo entoados. Bastou Zico começar a falar, para um respeitoso silêncio dominar o ambiente.
— Falar de vocês não é fácil. Os melhores momentos que vivi foram junto de vocês — disse à torcida, sendo interrompido por gritos de “ei, ei, ei, o Zico é nosso rei”. — Espero que minha relação com o Flamengo continue eterna. Vocês terão sempre um rubro-negro junto de vocês. Peço que respeitem e amem o clube como a gente aprendeu a fazer.
Em um vídeo gravado, Zico agradeceu aos jogadores por terem usado a camisa dos seus 60 anos na entrada em campo em um jogo do Estadual.
— Não quero que se sintam pressionados a me homenagear. Quero que lutem e joguem com a alegria que têm mostrado — disse o ídolo, que não vai ao Engenhão hoje. — O Flamengo nunca me deveu nada, me abriu todas as portas.


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