quinta-feira, 29 de março de 2012

Nunes visita operários do Maracanã e diz: ‘Ninguém apagará o que fiz aqui’

Por Marcelo Baltar Rio de Janeiro

A sensação não foi a mesma da primeira vez que pisou na Maracanã, com o Santa Cruz, em 1975. Muito menos lembrou o que sentiu na final do Campeonato Brasileiro de 1980, quando marcou o gol do primeiro título nacional do Flamengo. Mesmo assim, quando colocou o pé no Maracanã, nesta quarta-feira, Nunes teve sentimentos distintos. Uma mistura de surpresa e nostalgia.
Convidado a visitar os operários da obra do Maracanã – palco da final da Copa do Mundo de 2014 -, Nunes voltou ao estádio que considera o mais especial de toda sua carreira. Logo na entrada, cara de assustado. Mesmo cercado por operários, procurava, no meio de muita lama e caminhões, o local onde fez história com a camisa rubro-negra.
Nunes maracanã (Foto: Marcelo Baltar/Globoesporte.com)
Nunes foi a grande atração entre operários do Maracanã, nesta terça (Foto: Marcelo Baltar/Globoesporte.com)
- Está difícil saber. Estou procurando onde fiz o gol contra o Atlético-MG (na final do Brasileiro de 1980) e aquele contra o Vasco, na decisão do Carioca de 1981.
Os dois lances, aliás, são considerados por Nunes como seus mais importantes no Maracanã. Com um cenário completamente diferente daquele onde costumava brilhar, o ex-jogador elogiou a grandeza das obras, mas pediu que a história que escreveu no estádio não seja esquecida.
Nunes maracanã (Foto: Marcelo Baltar/Globoesporte.com)
Ex-atacante brincou com a bola no canteiro de
obras (Foto: Marcelo Baltar/Globoesporte.com)
- Para quem está acostumado a entrar no Maracanã lotado, é difícil entrar aqui deste jeito. Fiquei surpreso e assustado. É meio esquisito ver o Maracanã assim. Sei que vai ficar muito bonito quando estiver pronto para receber torcedores. Vim pra cá preocupado. Tenho medo que minha história seja esquecida. Não se pode apagar o que fizemos aqui. Tenho minha história no Maracanã, assim como Zico, Pelé, Adílio, Dinamite…Aqui, fizemos história. Enquanto existir o Maracanã, ninguém vai apagar o que fiz aqui.
Nunes aproveitou a visita para fazer embaixadas e conversar com operários. Distribuiu autógrafos e lembrou dos tempos em que o Flamengo era praticamente imbatível no estádio. Tempos que não voltam mais, uma vez que o clube dificilmente reunirá tantos talentos como em sua geração, na opinião do "Artilheiro das Decisões".
O atual Flamengo também não inspira confiança. Nunes parece não acreditar que o Rubro-Negro repita a campanha vitoriosa de 1981 e conquiste o bicampeonato da Libertadores.
- É uma parada muito difícil. Faltam algumas coisas, como um Zico, um Nunes, um Adílio, um Andrade, um Leandro, um Júnior (risos).
Sobre seu atual “herdeiro” no ataque rubro-negro, Nunes é só elogios a Vagner Love. No entanto, o tom é outro quando o assunto é Adriano. Apesar do voto de confiança, o ex-atacante pede cautela com o Imperador.
- O Love fez o que a torcida gosta: gols. Já o Adriano, com quem tenho um bom relacionamento, falo de coração. Se ele quiser voltar a jogar bola e ser um profissional respeitado, terá todo meu apoio. Mas se não levar o futebol a sério, não terá.
Nunes maracanã (Foto: Marcelo Baltar/Globoesporte.com)
Nunes não está confiante com o sucesso do Fla na Libertadores (Foto: Marcelo Baltar/Globoesporte.com)

Nenhum comentário:

Postar um comentário