Luxemburgo queria a liderança, mas Flamengo está um gol atrás do Botafogo (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo) |
O jogo com o Bangu ficou em segundo plano. Vanderlei Luxemburgo até elogiou a postura da equipe muito desfalcada na vitória por 2 a 1, nesta quarta-feira, no Maracanã, pela 12ª rodada do Carioca, lamentou o gol sofrido, que impediu que o clube assumisse o primeiro lugar na tabela, mas todo mundo só queria saber de uma coisa: a opinião sobre a punição do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RJ), por conta das críticas à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ). Uma liminar permitiu que o treinador comandasse o Rubro-Negro do banco de reservas e o julgamento do caso está marcado para próxima segunda-feira. Luxa, entretanto, não se intimidou com a situação.
Em entrevista coletiva na terça-feira, no Ninho do Urubu, o técnico do Fla bradou contra o regulamento do Carioca, que restringe o número de inscritos e não permitiu a convocação de jovens da base diante dos muitos desfalques rubro-negros. Em determinado momento, disse que a imprensa deveria "dar porrada na Federação", no sentido de criticá-la. O TJD, por sua vez, interpretou no sentido literal e considerou incitação a violência. Vanderlei falou sobre a acusação e se manteve em linha de tiro contra a Ferj.
- Não tiro uma vírgula do que falei. Quando falei em dar porrada, é impossível. Lá é parede. Foi uma interpretação totalmente mal intencionada, tendenciosa. Alguma coisa aconteceu. Quando falo dar porrada, é criticar o procedimento. A ditadura acabou, a constituição mostra isso aí. Briguei demais como estudante por isso. Não é para dar porrada em ninguém. O torcedor do Flamengo está de parabéns, torce junto com rivais, e quero deixar claro que falei porrada no sentido figurado. Quem está em cargo público, tem que saber que vai ser cobrado. Não ofendi ninguém, não falei nada ofensivo, e vou continuar falando o que tiver que falar para colaborar com minha profissão. Futebol tem um linguajar nosso, não tem como mudar. Se interpretar como no dicionário, estamos roubados.
O treinador ressaltou a todo instante que tem todo respaldo do departamento jurídico do Flamengo em suas declarações. Ao seu lado, o vice de futebol, Alexandre Wrobel, reforçou o posicionamento:
- O Flamengo não vai se curvar, não vai se calar. Não quero pensar em nada premeditado. Toda vez que o Flamengo se sentir prejudicado, vai recorrer nas autoridades competentes. Fomos surpreendidos com a notícia no fim da tarde e logo recorremos em busca da liminar. Não houve qualquer tipo de incitação à violência. O Flamengo repudia isso. O Flamengo sempre vai defender a democracia e nosso departamento jurídico brigou pelos direitos do clube.
Com 29 pontos, o Flamengo é o vice-líder do Carioca, atrás do Botafogo apenas no saldo de gols: 18 a 17. Sábado, o Rubro-Negro encara o Bonsucesso, às 16h (de Brasília), no Engenhão, pela 13ª rodada da competição.
Confira a íntegra da coletiva:
Jorge e Matheus Sávio
São jovens que estão tendo espaço. Foi feito no nosso planejamento isso. O Jorge coloquei no lugar do Thallyson até porque a torcida podia pegar no pé e preocupa. O Jorge é da casa e é preciso mais paciência. Começou bem e depois encolheu. Ficou mais preocupado de marcar do que jogar. O Matheus Sávio tem só 17 anos, mas dá para perceber que é diferente, não faz o simples, faz algo mais abusado. Tem uma frente boa para caminhar. O Cirino pediu para sair por cansaço do outro jogo.
Críticas à Ferj
Não tiro uma vírgula do que falei. Quando falei em dar porrada, é impossível. Lá é parede. Foi uma interpretação totalmente mal intencionada, tendenciosa. Alguma coisa aconteceu. Quando falo dar porrada, é criticar o procedimento. A ditadura acabou, a constituição mostra isso aí. Briguei demais como estudante por isso. Não é para dar porrada em ninguém. O torcedor do Flamengo está de parabéns, torce junto com rivais, e quero deixar claro que falei porrada no sentido figurado. Quem está em cargo público, tem que saber que vai ser cobrado. Não ofendi ninguém, não falei nada ofensivo, e vou continuar falando o que tiver que falar para colaborar com minha profissão. Futebol tem um linguajar nosso, não tem como mudar. Se interpretar como no dicionário, estamos roubados.
Censura da Ferj
Fui processado em São Paulo por uma coisa que não falei para um jornal. Vamos falar de forma bem prática. Se quiserem me denunciar de novo... Por que não denunciou o presidente da Federação quando agrediu verbalmente o presidente do Flamengo? O tribunal não mostrou nada? Isso que me preocupa. Se quiser me punir por falar, vou fazer o quê? Se nos calarmos em um país jovem democraticamente, daqui a pouco vamos voltar lá atrás. O departamento jurídico do Flamengo disse que eu não precisava mudar nada.
Efeitos da suspensão e liminar
É duro ter que ir para um tribunal. Estou dando folga domingo e segunda para o pessoal e estava programando ir para São Paulo fazer um check-up. Não vou poder ir por causa de julgamento. Era 18h30m quando recebi uma notícia dizendo que tinha sido punido. Dou os parabéns ao departamento jurídico do Flamengo, que se movimentou.
Postura do Fla diante do Bangu
Sou chato, cobrei muito no intervalo, tinha que botar o time para cima, mas sabia que era difícil. Tivemos uma vitória importante no fim de semana, muitos desfalques... É complicado. Quando acabou o jogo, estava todo mundo chateado e dei os parabéns. O time superou as minhas expectativas. Perdemos muitos gols. Ficamos chateados porque queríamos a liderança, mas dou os parabéns. Temos um elenco enxuto e versátil.
Por Cahê Mota e Ivan RauppRio de Janeiro
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