Marcelo Cirino limpa o goleiro para fazer o terceiro do Fla contra o Tigres (Foto: Gilvan de Souza / Fla Imagem) |
A leve desconfiança que causou na torcida na pré-temporada por conta do pé descalibrado na hora de finalizar foi chutada para bem longe. Mas o longe, neste caso, é positivo. A pontaria melhorou, e as boas atuações vieram junto. Na tarde desse sábado, na vitória sobre o Tigres por 3 a 1, Marcelo Cirino balançou a rede duas vezes e se isolou na artilharia do Campeonato Carioca, com oito gols, dois à frente de Fred, do Fluminense, que está suspenso e não joga na rodada. O Flamengo, por sua vez, também assumiu a ponta da tabela de forma provisória. Ainda assim, é uma premiação dupla para a evolução que o camisa 7 apresentou desde o início do ano.
Vanderlei Luxemburgo tem dado importância ao rodízio na equipe titular para tentar dar ritmo de jogo a todo o elenco e evitar desgaste físico já na primeira parte da temporada. No trio de ataque que lançou também tem sido assim, com exceção de Cirino. O reforço contratado junto ao Atlético-PR começou jogando todas as partidas do Flamengo em 2015. Com boas performances, gols, e sem qualquer problema físico, ele se tornou absoluto no setor ofensivo rubro-negro.
Contando só os jogos oficiais e deixando os amistosos de lado, o Fla tem 11 no ano, todos com Cirino titular. Atrás dele vêm dois com seis partidas: Everton, que também tem status de titular absoluto, mas que machucou a coxa esquerda e tem ficado fora; e Gabriel, que já passou por um trabalho de reforço muscular. Nixon, que operou o joelho esquerdo e volta em no mínimo 40 dias, iniciou quatro jogos. Alecsandro, três, assim como Eduardo da Silva. E Paulinho, que está voltando agora após seis meses fora devido a uma lesão no joelho direito, não foi titular por ainda não ter condição de aguentar 90 minutos em campo. Veja a seguir a relação completa:
1x1 Macaé - Marcelo Cirino, Everton e Nixon.
4x0 Barra Mansa - Marcelo Cirino, Everton e Nixon.
2x1 Resende - Marcelo Cirino, Everton e Nixon.
5x1 Cabofriense - Marcelo Cirino, Everton e Gabriel.
2x0 Boavista - Marcelo Cirino, Everton e Nixon.
1x1 Madureira - Marcelo Cirino, Everton e Gabriel.
2x1 Brasil de Pelotas - Marcelo Cirino, Eduardo da Silva e Alecsandro.
0x1 Botafogo - Marcelo Cirino, Gabriel e Alecsandro.
2x0 Friburguense - Marcelo Cirino, Gabriel e Eduardo da Silva.
2x1 Volta Redonda - Marcelo Cirino, Gabriel e Eduardo da Silva.
3x1 Tigres - Marcelo Cirino, Gabriel e Alecsandro.
Total de jogos como titular: Marcelo Cirino - 11 (100%), Everton - 6 (54%), Gabriel - 6 (54%), Nixon - 4 (36%), Alecsandro - 3 (27%), Eduardo da Silva - 3 (27%), Paulinho - 0.
Outra vantagem de Cirino que conta muitos pontos com Luxemburgo é a versatilidade. Ele tem atuado bem tanto como homem mais avançado do ataque, de forma mais centralizada, quanto caindo pelas pontas, o que só acontece quando divide o setor com Alecsandro, que é um centroavante de ofício. Contra o Tigres, o camisa 7 jogou o primeiro tempo mais na ponta direita, alternando o lado com Gabriel. Durante a segunda etapa, mudou para o centro quando Alecsandro foi substituído por Paulinho. E depois disso marcou seus dois gols no duelo.
Acho que ele produz mais por dentro porque após quaisquer 10 metrinhos está na cara do gol. No terceiro gol o Gabriel dá a bola para ele, que sai depois do marcador e consegue chegar antes, tira do goleiro e bate para o gol. É uma coisa que foi analisada quando pensamos em contratá-lo. Eu disse que ele era de lado, mas que tinha uma característica diferente. Acho que ali (no centro) ele vai evoluir mais do que no Atlético-PR. Ele agora está fazendo gol. A função do treinador é essa - disse Luxa, defendendo mais uma vez sua escolha por Cirino no centro do ataque, que tem se justificado nos gols do artilheiro do Carioca.
Além da confiança do professor, Marcelo Cirino ganhou também o carinho da torcida. Passou a ser comum nos jogos, principalmente no Maracanã, o nome do atacante ser o mais aplaudido dentre todos os 11 titulares do time anunciados nas caixas de som do estádio. E, se continuar nessa evolução, a tendência é que a idolatria só aumente.
Por Ivan RauppDuque de Caxias, RJ
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