
Todos conhecem a família Antunes Coimbra pelo craque caçula Zico, pelo irmão “baixinho” e talentoso Edu e até mesmo pelo irmão mais velho, o atacante Antunes, que jogou na década de 60 por Fluminense, América e Cruzeiro. Poucos sabem, no entanto, que Fernando Antunes, o Nando, também foi jogador de futebol e só não seguiu a carreira porque teve problemas fora do campo.
Perseguido político nas décadas de 60 e 70, o irmão do Galinho é o primeiro ex-jogador de futebol anistiado e lançou na noite desta terça-feira, em Fortaleza, com a presença de Zico, o livro “Futebol e Ditadura - A história de Nando, o primeiro jogador anistiado do Brasil". O evento fez parte da série de homenagens organizadas pelo Ceará, clube por onde atuou em 1968.
- Para quem não viu Nando jogar, ele era canhoto, muito habilidoso e de boa técnica. É um momento importante para toda a nossa família. Só ele pode dizer tudo o que passou. Eu era muito pequeno e me lembro do sofrimento dos meus pais, dos meus irmãos, não entendia bem o que se passava. E eles escondiam de mim porque eu era muito novo quando isso começou. Mas acho importante porque esse reconhecimento está acontecendo com ele vivo, o que não é comum. Foram muitos anos de esforço para buscar os direitos dele e a Justiça tardou, mas não falhou – comentou Zico, em Fortaleza.
Nando jogou futebol exatamente no período em que o Brasil era comandado pelo regime militar, a partir de 1964. Dos irmãos Antunes Coimbra, ele era o mais ligado a prima Cecília, militante do Partido Comunista e que chegou a colaborar com o MR8 (Movimento Revolucionário).

No ano de 1968, o Ceará Sporting Club montava a base do grande time que seria campeão nordestino no ano seguinte. Entre os destaques estava o canhoto Nando, que guarda boas lembranças de sua passagem pela cidade de Fortaleza e revela que a perseguição política começou muito antes de jogar pelo “Vovô”.
- Nós tínhamos uma equipe forte e, quando saí daqui, tinha a certeza que aquele grupo ia conquistar algo, ou cedo ou tarde. Mas toda essa perseguição começou bem antes, na Bahia e mesmo quando eu defendia o Madureira, no Rio. Até em Portugal fui procurado pelos militares – revela Nando.

fonte: Zico na Rede
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