domingo, 8 de janeiro de 2017

Avesso ao futebol moderno, Popoca busca resgatar craque à "moda antiga"

Resultado de imagem para gilmar popocaUm treinador com formação acadêmica e que busca ter um time organizado taticamente dentro de campo. Mas também um ex-jogador que valoriza o futebol bem jogado, vistoso e de dribles. Com esse perfil, o Flamengo tem em seu comando técnico na atual edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior, Gilmar Popoca, ex-meia do clube e que admite que o principal objetivo não é ser campeão do torneio, mas, sim, formar bons jogadores para o futuro. 
Popoca sabe muito bem o que é ser considerado uma promessa no Flamengo. No início da década de 1980, ele era uma das jovens esperanças na Gávea. Meia habilidoso, foi campeão brasileiro em 83 pelo clube, além de ter sido camisa 10 da seleção brasileira que ficou com a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. 
– Temos que parar de buscar apenas o resultado. Claro que eu quero títulos, mas quero que os meninos tenham liberdade de evoluir tecnicamente. O futebol brasileiro está ficando muito pobre, é muito sistema tático e limitação de jogo. Me entristece o jogador atual não poder dar um drible, fazer uma jogada de efeito e ser criticado por isso. O jogador não pode apenas entrar em campo para cumprir funções, tem que jogar futebol – disse o treinador Rubro-Negro. 

Uma grande discussão no futebol brasileiro tem sido o "duelo" entre os treinadores por formação e os ex-jogadores que se tornam técnicos após a aposentadoria. Gilmar Popoca diz que sua maior formação foi durante os anos de convivência com Carlinhos "Violino", ex-jogador, treinador e ídolo Rubro-Negro, que faleceu em 2015. 
O grande objetivo de Popoca é unir a experiência de ex-jogador com a didática de treinador. Para ele, o jogador ideal precisa saber o que faz taticamente, mas não pode ficar preso ao jogo e deixar de surpreender o adversário simplesmente jogando futebol. Essa é a grande filosofia de trabalho do comandante do Flamengo na Copinha. 
– Existe uma briga muito grande entre os professores e os ex-atletas. Eu terminei minha carreira como jogador e me qualifiquei, tenho formação acadêmica e isso gera um respeito maior. O Carlinhos sempre dizia que era necessário se qualificar para entrar nesse meio. Apesar disso, nunca perdi minha essência de jogador, eu era muito técnico, habilidoso e gosto desse tipo de jogo. Cada um tem o seu conceito, ninguém é melhor do que ninguém. Um ex-atleta merece ser respeitado pelo conhecimento – avalia.
Popoca assumiu o time sub-20 do Flamengo quando Zé Ricardo foi efetivado no profissional. Os dois treinadores são amigos e a relação pode facilitar a ida de algum jovem para o time de cima. Apesar disso, Gilmar freia a expectativa dos torcedores em torno de novas promessas e admite que dificilmente alguma revelação da atual edição da Copinha seja aproveitada. 
–  Acho difícil essa safra da Copinha fornecer algum jogador para o elenco profissional, porque é um time muito jovem, que acabou sendo renovado. Perdemos 50% dos jogadores do último campeonato, são atletas de 16 anos em sua maioria. O plantel do Flamengo é muito rico e acho complicado alguém subir nesse momento –  analisa. 
Na Copa São Paulo, o Flamengo já garantiu vaga à próxima, com duas vitórias em dois jogos. No domingo, às 19h45, o duelo contra o São Caetano, no estádio Anacleto Campanella, no ABC paulista, vale a liderança do Grupo 23. O GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.

Por São Caetano do Sul, SP

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