segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Entrevistão: Adriano, Seleção, Copa, Mano... Os pitacos do tetra Jorginho

Por Lucas LoosRio de Janeiro
 
O tetracampeão mundial e atual treinador Jorginho tem bastante história para contar. Com passagens por grandes clubes, como Flamengo, Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, São Paulo, Vasco e Fluminense, o carioca de 48 anos tem uma forte ligação com a seleção brasileira, muito por conta da conquista com a equipe de Parreira em 1994. Teve também a Copa de 2010, quando integrou a comissão técnica de Dunga. Nesse ciclo recente, teve a oportunidade de se aproximar de Adriano, que, nas palavras do atual técnico do Kashima Antlers, vacilou e acabou “se punindo” com a ausência do Mundial. Esse, particularmente, é um assunto que mexe com o ex-lateral. Não a derrota para a Holanda na África do Sul, mas a situação em que se encontra o Imperador.
JOrginho kashima antlers (Foto: Divulgação)No Kashima Antlers, Jorginho diz que recebeu uma sondagem forte do Fla neste ano (Foto: Divulgação)
- Ele não pode fazer as mesmas besteiras. Tem que demonstrar que é o Adriano do Flamengo e precisa saber ser homem. Ser exemplo. Não pode mais faltar treinamento. Chega disso. As pessoas o amam, querem abraçá-lo. Isso aqui é papo de quem ama ele. Não o estou criticando, estou alertando. Tem que ser profissional, procurar tratamento psicológico. Não precisa de amigos que só querem o dinheiro dele. Precisa de pessoas que o amem - disse Jorginho, que revela que houve uma “forte sondagem” para comandar o Flamengo antes da chegada de Dorival Júnior.
JOrginho kashima antlers (Foto: Divulgação)
Carioca de 48 anos, Jorginho está no comando do
Kashima desde o início do ano (Foto: Divulgação)
 
Crescido em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, ele, assim como o Imperador, sabe muito bem o que é deixar uma comunidade mais humilde para ganhar o mundo. Mas o capítulo Adriano integra apenas uma parte da coleção de histórias de Jorginho no mundo da bola. A Copa de 2010 merece uma menção à parte. Por exemplo, o critério usado por Dunga e sua comissão técnica para deixar a dupla Ganso e Neymar fora da África do Sul é outro tema que segue fresco na memória do treinador.
Se o passado já está escrito, o futuro ainda está sendo desenhado. E, quando se fala de seleção brasileira, o que aparece no horizonte é a Copa de 2014. Mesmo distante, ele acompanha a equipe de Mano e tem seus pitacos na ponta da língua. Jorginho diz que entende o treinador, mas vê duas falhas na preparação atual: o modo como a renovação de jogadores foi feita e o nível dos adversários brasileiros.
- É o momento de abrir os olhos. Precisamos enfrentar seleções de peso.
De sua casa no Japão, Jorginho conversou por telefone durante cerca de uma hora com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM. Desde janeiro no comando do Kashima Antlers, clube pelo qual já havia defendido na época de jogador durante meados da década de 90, ele diz já estar habituado novamente à vida na Terra do Sol Nascente, após um período em Florianópolis à frente do Figueirense. Apesar da idolatria no país, o futuro ainda é incerto, e uma definição deve sair apenas no fim do ano. Confira algumas das histórias de Jorginho, e os personagens que protagonizaram sua biografia ao longo dos últimos anos.
GLOBOESPORTE.COM: após uma boa passagem pelo Figueirense, você retornou ao Japão no início do ano para assumir o comando do Kashima Antlers. Como está sua situação no futebol asiático?
O Campeonato Japonês está muito embolado. Estamos em 13º na tabela, a sete pontos do G-4 e da zona do rebaixamento, e temos mais seis jogos. Peguei um momento de transição. O Oswaldo (de Oliveira, ex-técnico da equipe) mesmo falou que era normal, até porque a equipe mudou muito. Trouxemos o Renato Cajá, que deu uma melhorada sensível. E os resultados estão aparecendo. Na Copa Nabisco, estamos na semifinal contra o atual campeão, o Kashiwa Reysol, dos brasileiros Nelsinho Batista, Jorge Wagner e Leandro Domingues. O primeiro jogo ganhamos em casa por 3 a 2 (NR: neste sábado, o time de Jorginho empatou por 2 a 2 com o Kashiwa Reysol e garantiu vaga na final contra o Shimizu S-Pulse). Também tem a Copa do Imperador, que estamos na briga.
Tabela de classificação do Campeonato Japonês 2012 (até agora foram disputadas 28 de 34 rodadas)
Colocação Equipe Pontuação Saldo de gols
1 ºSanfrecce Hiroshima 54 25
2 ºVegalta Sendai 51 20
3 ºUrawa Red Diamonds 48 6
4 ºShimizu S-Pulse 44 2
13 ºKashima Antlers 37 5
16 ºAlbirex Niigata 30 - 7
18 ºConsadole Sapporo (último colocado) 13 - 49
Como jogador, você já havia defendido as cores do Kashima. O cotidiano do futebol japonês é muito diferente do que vemos no Brasil?
O respeito à história conta muito aqui no Japão. Eles não esquecem isso. Nós ficamos um tempo sem ganhar, mas a própria torcida falou para a diretoria que não poderiam me mandar embora. A equipe se recuperou e está no meio da tabela. O respeito com a história é impressionante. Mas, apesar de ser uma responsabilidade muito grande, eles sabem que a equipe está numa fase de mudança.
JOrginho kashima antlers (Foto: Divulgação)Kashima de Jorginho está na 13ª posição do Japonês, mas segue bem na Copa Nabisco (Foto: Divulgação)
E a vida na Terra do Sol Nascente? Como está a adaptação à mudança de cultura?
Kashima é uma das menores cidades dos times que estão na J League. É uma cidade pequena que não tem muita coisa para se fazer. Mas morei aqui quatro anos na época de jogador e estou muito bem adaptado. Na minha primeira vinda, tinha chegado da Alemanha, que, apesar de ter seus contrastes com o Japão, é um país diferente do Brasil. A família até sente falta. Mas este não é um problema e, por isso, não pensamos em voltar ao Brasil. Nisso eu não tenho problema. A gente fica batendo papo. Convivo mais com a comissão técnica. Com atleta, o convívio não é tão intenso, só às vezes, num aniversário ou coisa do tipo. Mas o relacionamento é ótimo, e tem também o contato com os japoneses, que é muito bom.
Assim como no Brasil, a temporada no Japão já está em seu final. Faltam seis rodadas para o término da J League. Já definiu seu futuro? O objetivo é seguir em Kashima em 2013?
Já demos início ao planejamento do próximo ano. Mas ainda não chegamos a uma definição quanto à renovação. Vamos aguardar mais para frente. Tem essa questão do respeito, mas sabemos que resultado é importante. Acredito que eles devem renovar. Só que é melhor aguardar, tanto para o lado deles quanto para o meu.
Info_Jorginho_TECNICO-JOGADOR-2 (Foto: infoesporte)
Você recebeu proposta de algum clube brasileiro desde que chegou ao Kashima?
Eu tive uma oferta do Brasil e achei que não tinha a menor condição de voltar atrás com minha palavra. Tenho um contrato e precisaria sair quase no início do campeonato. Ficaria ruim a minha situação. Além disso, gosto de manter minha palavra. Tenho que cumprir os compromissos até o fim.
Pode falar qual clube brasileiro foi esse?
Tive uma sondagem forte do Flamengo neste ano. Mas, como já falei, foi difícil tomar essa decisão pelo compromisso que eu tenho. Da mesma forma que se eu estivesse lá não sairia para um clube da Europa. Não é o tipo de decisão fácil de tomar porque há uma ligação. Já tive outra chance em 2009, antes do Andrade, e não pude assumir porque estava na Seleção. De repente, em uma outra oportunidade. Mas não me arrependo.
No Flamengo, você poderia reencontrar o Adriano, com quem trabalhou na Seleção. Na ocasião, em 2010, a comissão técnica do Brasil preferiu deixá-lo fora do Mundial da África do Sul. Qual foi o verdadeiro motivo?
O Adriano é um cara por quem tenho carinho especial. Quando voltou ao Brasil após dar um tempo do futebol em 2009, fui à sua casa conversar com ele e com a mãe. Mantinha contato por telefone. Mas a verdade é que o Adriano se desconvocou em 2010. Ele sabe disso. O mais triste é que ele voltou a fazer as mesmas coisas daquela oportunidade. Não é a primeira vez que falta a treinamento. Quando parar verdadeiramente, vai sentir muita falta. Falei naquela ocasião que ele precisava ouvir umas verdades, e o Adriano precisa de um acompanhamento, sim. Ele está jogando a carreira fora. Que bom que o Liedson chegou ao Flamengo, o Vagner joga muito, mas ele poderia estar jogando e até voltar à Seleção.
Se pudesse reencontrá-lo como naquela oportunidade em 2009, o que falaria para o Adriano?
 
Quando volto às minhas raízes, em Guadalupe, todo mundo me respeita. Todo mundo sabe que saí e venci. Eu mudei e transformei minha vida. Nunca fui de fazer besteira, mais ia para baile e fazia bagunça. Quando decidi parar de beber e fumar com 17 anos, quis vencer. Hoje, quando retorno à minha comunidade, as pessoas me respeitam. Falei para ele que as pessoas o têm como exemplo. Precisa mudar a imagem. Chegar na comunidade e não esquecer os amigos é bom. Mas os caras precisam ter respeito por você. Não pode fazer as mesmas besteiras. Tem que demonstrar que é o Adriano do Flamengo e precisa saber ser homem. Ser exemplo. Não pode mais faltar treinamento. Chega disso. As pessoas o amam, querem abraçá-lo. Isso aqui é papo de quem o ama. Não o estou criticando, estou alertando. Tem que ser profissional, procurar tratamento psicológico. Não precisa de amigos que só querem o dinheiro dele. Precisa de pessoas que o amem.
Assim como Adriano, a dupla Ganso e Neymar foi outra ausência sentida por torcedores e imprensa na África do Sul. Fica algum arrependimento por tê-los deixados fora da lista?
Arrependimento nunca. Tínhamos convicção naquilo que estávamos fazendo. O Dunga tinha uma linha que só convocaria jogadores os quais já havia testado. O Ganso estava mais maduro e por isso entrou entre os 30 (relação que incluía os sete jogadores da "lista de espera" composta por Diego Tardelli, Carlos Eduardo, Paulo Henrique Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Marcelo, Alex e Sandro para o caso de corte por lesão). O Neymar ficou no banco diversas vezes em 2009 e não estava pronto, porque encontrava-se naquele processo de transformação. Chegamos a 2010 com um amistoso apenas, e o grupo estava mais ou menos se definindo. Na oportunidade, o Ganso estava infinitivamente na frente. Tinha maturidade e inteligência. Ficamos balançados em relação a isso. Mas pesou que estávamos dando preferência aos jogadores que vinham sendo testados.
Dunga e Jorginho no treino do Brasil (Foto: agência Reuters)Jorginho fez parceria com Dunga no ciclo até a Copa do Mundo de 2010 (Foto: agência Reuters)
De lá para cá, muita coisa mudou. Ganso sofreu com as lesões, se mudou para o São Paulo... enquanto o Neymar virou titular absoluto da Seleção. Acha que agora eles estão preparados para 2014?
 
Hoje é muito fácil falar do Neymar. Do Ganso não, já que não conseguiu manter a sequência de 2010 e um pouco de 2011. Acredito que a lesão o atrapalhou muito. O Neymar veio subindo e era mais para o futuro, assim como o Ronaldo em 94. Mas o Parreira tinha um pensamento, e o Dunga, outro. O Neymar hoje é outro jogador. Só que não é o mesmo no Santos e na Seleção. Que fique bem claro. Acredito que ele joga muito. O Messi é o Messi, mas ele joga com Xavi e outros craques. Com o Neymar não é assim. Para mim, o que o Neymar fez em 2011 fez dele o melhor do mundo. Acho que ele não pode demorar muito a ir à Europa porque vai ser um dos melhores do mundo. Mas Seleção é resultado. Você tem que chegar e fazer. E ele ainda tem que mostrar isso. É importante ele ser o mesmo do Santos na Seleção.
Como vê o Brasil em relação aos rivais para 2014?
Somos considerados os melhores, mas a Espanha, por exemplo, está muito à nossa frente, em termos de resultado e ter uma base formada. Eles têm praticamente uma base de dois times. Além disso, o jogador europeu está muito próximo do local de jogo para disputar eliminatórias e amistosos. No Brasil, é mais difícil. O jogador, muitas vezes, tem uma viagem longa só para defender a Seleção.
Quando o Mano assumiu a Seleção, ele atendeu o pedido da torcida. Deixou alguns jogadores pouco populares fora e fez a renovação, lançando Neymar e Ganso no time titular. Como avalia esse processo?
O Mano fez a renovação que precisaria ter. Ao meu ver, com todo respeito, é claro que existia um clamor público. Mas um líder nato como o Lúcio deveria ter sido mantido por um ou dois anos até que o Thiago Silva e o David Luiz pegassem mais experiência. Precisariam desse contato com o Lúcio (NR: Lúcio disputou a Copa América de 2011 sob o comando de Mano). Acabou a Copa e quase não vimos mais um pentacampeão convocado. A experiência não pode ser deixada de lado. A minha crítica é na estratégia. Deveria ter sido mantida uma base. Começou tudo novo e teve suas consequências. Como não ganhou a Copa América, a pressão aumenta. Sei dos problemas que ele enfrenta e sou solidário a isso. E sei muito bem o que ele sofreu.
JOrginho kashima antlers (Foto: Divulgação)Jorginho critica o nível dos adversários da preparação da seleção brasileira (Foto: Divulgação)
Apesar de as vitórias estarem vindo, o Mano ainda recebe muitas críticas à frente da Seleção. Assim como ele recebe vaias, vocês também tiveram diversos momentos turbulentos. Acha que é pressão natural do cargo ou há um certo exagero por parte da imprensa e da torcida?
Seleção brasileira não tem jeito. É um mundo à parte. Joguei no Flamengo e outros grandes clubes, mas nada se compara à Seleção. A gente sabia da cobrança dos tempos de jogador, porém a cobrança em cima do treinador é grande. A cobrança sempre existiu e vai continuar existindo. Só que tivemos uma cobrança maior por várias razões: o Dunga não tinha sido treinador. É o jeito autêntico dele: bateu, levou. O Mano é mais polido. Tem uma personalidade completamente diferente. Ele está vendo que, por mais educado que seja, deve tratar todos com respeito. O Parreira era um exemplo de postura, por tudo que sofreu e deu a volta por cima. Procuro pegar coisas dos treinadores e aprendi com o Parreira esse jeito de tratar as pessoas.
Ainda sobre essa pressão. Nos bastidores, teve algum momento no qual você e o Dunga pensaram em chutar o balde?
Nunca pensamos em entregar os pontos. Sabíamos que seria difícil. Quando perdemos para o Paraguai (2 a 0, no dia 15 de junho de 2008) e empatamos com a Argentina (0 a 0, dia 19 de junho), o presidente foi firme e nos segurou. Perdemos as Olimpíadas em seguida, mas subimos nas eliminatórias. Para o Mano, a coisa está apertando e não tem uma disputa de eliminatórias ou um teste real para mudar a situação. As melhores seleções contra as quais vi o Brasil jogar recentemente foram México, Japão e EUA. Com todo respeito ao Iraque, de um grande amigo que é o Zico, mas não dá (o Brasil goleou por 6 a 0).
Acha que essa preparação contra seleções mais fracas pode prejudicar o Brasil?
 
Não tem nenhum amistoso que vale a pena. Sei que não é fácil arrumar amistoso para a seleção brasileira, mas minha preocupação é o nível dos amistosos. Sei que nem todos os países querem enfrentar o Brasil. Mas conversei com o Zico e ele falou que nem todos estavam treinando no Iraque. A obrigação é toda da seleção brasileira. Como não teve vitória na Copa América, a coisa aperta para a Copa das Confederações. Não é momento para desespero, é para reflexão. O Brasil necessita enfrentar seleções com capacidade e tradicionais. É a única oportunidade, porque não está disputando as eliminatórias. Só não acho que é momento. É o momento de abrir os olhos. Precisamos enfrentar seleções de peso.
Uma possibilidade concreta para 2014 atende pelo nome de Wellington Nem, convocado contra a Argentina e um dos principais nomes do Fluminense, líder isolado do Brasileiro. Você trabalhou com ele no Figueirense em 2011. Achava que em um período tão curto ele poderia estourar desta forma? Além disso, houve algum plano para desenvolvê-lo?
Para mim é especial, porque o Nem estava largado quando cheguei. Fora dos planos, com muito peso, largado... E o conhecia da seleção juvenil e já tinha visto ele treinando. Falei que ele não podia estar assim, desinteressado. Quando perdia a bola voltava desinteressado. Disse que um jogador como ele tem que estar ligado o tempo todo. Além disso, ele estava como meia-atacante e o coloquei como segundo atacante, ao lado do Julio César. Cobrei que ele voltasse para marcar quando o time perdesse a bola. Ele não é apenas ofensivo, brilhante e veloz. Ele, taticamente, é importante. Rouba a bola, dá o combate. É taticamente muito mais responsável que antes. Claro que, com a experiência do Abel, está aprendendo bastante. Era uma questão de tempo até que se desse bem.
Jorginho, Botafogo x Figueirense (Foto: Ide Gomes/Agência Estado)Jorginho diz que encontrou um Wellington pesado e largado no Figueira (Foto: Ide Gomes/Agência Estado)
Para finalizar: ano passado, com o Wellington Nem, você quase levou o Figueirense à Libertadores. Agora, o rebaixamento é uma realidade próxima do clube. O que houve para tamanha queda?
De longe, fica naturalmente difícil apontar um erro ou outro. Não tenho dúvida que a campanha do ano passado foi fantástica e surpreendente para muita gente. Sinceramente, ao ver as contratações que fizeram, esperava um rendimento até melhor do que na temporada passada. Financeiramente, é muito melhor atualmente. Contrataram, por exemplo, o Ronny e o Loco Abreu, alguns jogadores que não teríamos condições de trazer no ano passado. O que eu vejo é o planejamento que foi feito. Eles começaram com o Branco e ele ganhou os dois turnos, mas não foi campeão. Perderam na final para o Avaí. Botaram o Argel e não deu certo. Em seguida, o Helio dos Anjos e agora volta o Márcio Goiano. Isso tudo atrapalha. Muita mudança.

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