Foto Gilvan Souza - Divulgação, Flamengo |
Por Amanda Kestelman e Marcelo Baltar*, Rio de Janeiro
O discurso parece ensaiado por ambas as partes. O Flamengo deseja manter Guerrero. E o atacante, por sua vez, diz estar feliz e quer continuar defendendo a camisa rubro-negra. A menos de 4 meses do fim do contrato (10 de agosto), o cenário segue indefinido e o desgaste existe.
A relação clube/jogador passou por abalos desde a suspensão do atleta, em janeiro - revelada ao blog "Ser Flamengo" em entrevista do vice-presidente jurídico, Flavio Willeman.
Guerrero vai a julgamento 3 de maio, próxima quinta-feira, às 8h45, na Suíça. A suspensão termina exatamente no dia da audiência que vai reunir o jogador, seus advogados e a WADA. Após a audiência, há expectativa que o processo de renovação tome rumo de forma efetiva.
Nas últimas conversas - agora conduzidas pelo diretor geral do Flamengo, Fred Luz - o staff do atacante (a empresa OTB Sports) pediu pelo jogador de 34 anos (completa 35 no início do ano que vem) contrato de três anos, mantendo o mesmo salário. Além disso, Guerrero pede que seja pago de forma retroativa o período que seus vencimentos foram suspensos - entre janeiro e março - por conta da suspensão imposta pela Fifa.
A decisão do clube de congelar o contrato e, principalmente, a exposição do fato através do departamento jurídico não foram bem digeridas. O atacante se sentiu exposto e ''pouco abraçado'' pelo Flamengo durante o momento difícil que viveu desde o teste positivo de doping, quando defendia sua seleção. Guerrero entende que foi suspenso injustamente pela Fifa e não se sentiu amplamente apoiado pelo Rubro-Negro.
O combinado foi que o salário seria suspenso, mas o camisa 9 receberia os valores diluídos na renovação. No entanto, a exposição do assunto poucos dias depois do acordo de tentar não fazer com que a informação vazasse, revelado pelo vice jurídico Flávio Willeman, azedou a situação.
A relação chegou a ficar estremecida antes do retorno do atleta aos treinamentos, em março. Neste momento, houve manifestação de apoio ao jogador.
Suspenso em novembro quando atuava pela seleção do Peru, Guerrero desfalcou o Flamengo em momentos decisivos da temporada passada. Não atuou nas finais e semifinais da Copa Sul-Americana, além de desfalcar o time na reta final e decisiva do Brasileirão. A ausência do centroavante fez o Rubro-Negro buscar Henrique Dourado no mercado.
Conversas serão retomadas
O Rubro-Negro, por sua vez, queria inicialmente uma renovação pelo menos até o fim do ano. Atualmente, está disposto a buscar um denominador comum com o prazo de um ano e meio (até o fim de 2019). Fred Luz conversa diretamente com Bruno Paiva, um dos sócios da OTB.
Apesar do impasse, há ainda uma possibilidade de entendimento. Aos 34 anos, a cúpula de futebol do Flamengo acredita que o mercado não ofereça os valores pedidos pelo atacante com facilidade. Por outro lado, uma atuação na Copa do Mundo pode o colocar em maior evidência no mercado internacional. O clube também sabe da importância técnica do jogador.
Pessoas próximas ao atacante reforçam que Paolo Guerrero deseja permanecer no Flamengo, que as conversas estão em andamento e que o interesse mútuo vai convergir para a renovação contratual.
Suspenso desde novembro do ano passado, Paolo Guerrero está na contagem regressiva para sua audiência na Corte Arbitral do Esporte (CAS) - última instância. No fim da próxima semana, ele fará sua defesa no tribunal com sede na cidade de Lausanne, na Suíça. Se nada mudar, ele poderia voltar a atuar pela equipe no próximo mês.
* Colaborou Raphael Zarko.
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