domingo, 24 de fevereiro de 2019

Landim diz que famílias procuraram o Fla e acordo não está descartado

Rodolfo Landim, Rodrigo Dunshee, Reginaldo Belotti
Rodolfo Landim, Rodrigo Dunshee, Reinaldo Belotti em coletiva na Gávea (Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)
LANCE!
Após duas semanas do incêndio que atingiu o alojamento das categorias de base no Ninho do Urubu e vitimou 10 jovens atletas e feriu outros três, a direção do Flamengo, enfim, veio a público esclarecer o ocorrido. Foi a primeira vez que o presidente Rodolfo Landim, o CEO Reinaldo Belotti e o vice-presidente geral e jurídico Rodrigo Dunshee atenderam e responderam perguntas dos jornalistas.

Durante a extensa coletiva, o presidente informou que, após o anúncio por parte de algumas famílias de que não haveria mais negociações com o Flamengo, o clube já foi procurado e as conversas retomadas pela direção. 

O mandatário reforçou a percepção de que o incêndio foi uma fatalidade e defendeu as bases das indenizações propostas e a condução do clube no caso.

Segundo Landim, os contatos aconteceram ainda na sexta-feira, após a audiência de mediação proposta pelo Flamengo no Tribunal de Justiça do Rio.

- Nesse processo, nós pedimos a mediação da Justiça, Cesar Cury estava lá e abriu o processo. Todas famílias concordaram. Houve um momento em que pediram para conversar entre eles. Se dependesse do Flamengo, e foi o que sugerimos, elas teriam o auxilio da Defensoria Pública. Infelizmente, soubemos que duas famílias já vieram representadas por advogadas. A informação é que nessa reunião em separado, após a saída do desembargador, que se mostrou confiante em um término breve, o que vimos foi uma reversão total daquele quadro. Soubemos que houve a participação muito forte dessas duas advogadas, uma delas representando uma das pessoas que fez as declarações. Isso foi muito doloroso para gente, em falar em falta de respeito por parte do clube - afirmou o presidente, antes de completar:

- Tudo que fizemos foi da forma mais respeitosa possível. É um momento difícil, mas entendemos que essas duas advogadas criaram um clima, mas o que temos sentido de positivo é que, acabado aquele momento, a gente começou a ser procurado de novo pelas famílias, buscando conversar de novo e buscando o processo de mediação que foi proposto com o Tribunal de Justiça. Isso já ocorreu e está acontecendo desde sexta-feira após as declarações. Já tivemos famílias que nos procuraram e existem reuniões agendadas. Está na linha do que defendemos. Não posso garantir que todas vão seguir esse caminho. Não posso, mas isso nos deixou muito satisfeito e vai continuar acontecer.

Além dos dirigentes, Álvaro Piquet, advogado contratado para representar o Flamengo, também esteve presente e deu mais informações sobre a condução das conversas com a família e a busca pelo atendimento das necessidades de cada uma das famílias das vítimas do incêndio no Centro de Treinamento. Por questão de sigilo e em respeito à privacidade e à segurança dos familiares, Álvaro Piquet não falou em valores.

- Em primeiro lugar, uma das questões que nos levou a não falar em valores, é que as reuniões estão sujeitas a confidencialidade. Em segundo lugar, se existe ou não jurisprudência que possa ser aplicada a esse caso. Infelizmente, não é a primeira tragédia em parâmetros similares. Desde o início do processo, foi me passado: busquem as necessidades e interesses e vamos fazer acordo superiores a jurisprudência do Superior Tribunal - afirmou, antes de completar:

- Todo caso que envolve acidente, tem um grau de subjetividade grande. Não existe formula para definir valores, por isso conversamos individualmente buscando uma solução para quela família. Uma família, por exemplo, pode querer que o Flamengo arque com os estudos de um irmão, uma pode querer que o Flamengo arque com os custos de uma casa. São um conjunto de decisões que o STJ teve nos últimos anos e estudamos para avalizar o que oferecermos ás famílias. Essa foi a expressa solicitação do presidente.

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