domingo, 11 de novembro de 2018

Liga dos Campeões da Ásia: o título que faltava ao Kashima Antlers

Zico comemora nas tribunas do Azadi: chegada do brasileiro como diretor técnico botou ordem na casa depois de um primeiro semestre de crise e levou o Kashima de volta para o caminho das vitórias — Foto: Hiromi Hara
Zico comemora nas tribunas do Azadi: chegada do brasileiro como diretor técnico botou ordem na casa depois de um primeiro semestre de crise e levou o Kashima de volta para o caminho das vitórias — Foto: Hiromi Hara
Por Tiago Bontempo- Globo Esporte
Era o título que faltava para o Kashima Antlers. O maior campeão da história do futebol japonês chegou ao topo da Ásia pela primeira vez. Depois de vencer o jogo de ida em Ibaraki por 2x0, o Antlers jogou com o regulamento embaixo do baixo e segurou a pressão do Persepolis diante de quase 100 mil pessoas no Azadi Stadium, em Teerã. Com o 0x0 no placar, conquistou a inédita Liga dos Campeões da Ásia. Foi o sétimo título do Japão no torneio continental e o segundo consecutivo - o Urawa Reds havia sido campeão em 2017. O Kashima ganhou o direito de participar do Mundial de Clubes pela segunda vez, agora como representante da Ásia.

Motivado por duas vitórias na J-League com os reservas que deixou o time em terceiro lugar e perto de se classificar para a ACL do ano que vem (o campeão não tem vaga garantida no ano seguinte), o Antlers repetiu a escalação do jogo de ida, com força máxima. O Persepolis, invicto no Azadi em jogos de ACL desde 2012 (eram 16 partidas), teve uma única mudança, no meio-campo: Adam Hemati no lugar de Siamak Nemati, que havia sido expulso nos acréscimos da partida em Ibaraki.

No primeiro tempo, só deu Persepolis e Kwon Sun-tae teve trabalho em alguns lances, mas no geral os persas criaram pouco. Shoji e Jung Seung-hyun estavam bem na marcação de Mensha e Alipour, e sempre havia cobertura. O iraquiano Bashar Rasan era o que mais levava perigo e quase marcou em um lance de habilidade ao fazer fila na defesa nipônica, mas parou no goleiro coreano. Léo Silva ganhava quase todas no meio-campo. Só faltava a ligação com o ataque. Yuma Suzuki não estava bem e Serginho aparecia pouco.

A postura dos times não mudou no segundo tempo, mas o bicampeão iraniano ameaçava cada vez menos. A falta de criatividade era evidente para quem precisava tomar a iniciativa e fazer pelo menos dois gols para levar o confronto para a prorrogação. Com seus atacantes e meias engolidos pela defesa japonesa, as chances do Persepolis se restringiram a um ou outro lance de bola parada. Bastou ao Antlers fazer o feijão com arroz que já vinha fazendo. Atuação sem brilho no aspecto ofensivo, mas sólida defensivamente para segurar a vantagem até o apito final.

O resultado reforçou ainda mais a supremacia do leste do continente na ACL. 12 das últimas 13 decisões foram vencidas por times de Coreia do Sul, Japão, China ou Austrália. O único título do Oriente Médio nesse período foi o do Al Sadd, do Catar, em 2011. O Irã não vence desde 1993, quando o PAS Tehran, clube que nem existe mais, levantou a taça. O Persepolis, estreante em finais assim como o Kashima, continua sem o troféu continental, enquanto seu maior rival, o Esteghlal, tem dois títulos (1970 e 1991).

Liga dos Campeões da Ásia - Final
Persepolis (Irã) 0x0 Kashima Antlers (Japão)
Azadi Stadium
Placar agregado: Persepolis 0x2 Kashima

Persepolis (4-4-2): Beiranvand; Khalilzadeh, Hosseini (C), Ansari (69' Alvanzadeh), Mosleh; Hemati (64' Rabikhah), Kamyabinia, Bashar Resan, Nourollahi; Alipour e Mensha. Técnico: Branko Ivankovic

Kashima (4-4-2): Kwon Sun-tae; Nishi, Jung Seung-hyun, Shoji (C), Yamamoto; Doi (68' Anzai), Misao, Léo Silva, Abe (90+3' Kanamori); Serginho e Suzuki (78' Nagaki). Técnico: Go Oiwa

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