quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Zico exalta importância de Capita para o futebol: "Pensava na frente"

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O dia é de tristeza no mundo do futebol. A morte de Carlos Alberto Torres, capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo em 1970, comoveu companheiros, jogadores, técnicos e todos aqueles envolvidos no esporte. Zico, que atualmente treina o Goa, da Índia, jogou e foi comandado pelo Capita no Flamengo nas décadas de 1970 e 1980. O ex-camisa 10 do Flamengo lembrou a amizade com o amigo, que começou quando ainda era criança. 
- É um momento realmente muito triste pra mim, pela amizade que eu tinha. Eu conheci o Carlos Alberto quando eu tinha 11 anos de idade, quando ele jogava com meu irmão no Fluminense, em 1964, 1965, por aí. E fizemos uma amizade, é um cara que batia bola comigo quando terminava os treinos. Depois consegui jogar com ele no Flamengo, fui dirigido e tive a felicidade de ser campeão brasileiro com ele. Era um cara espetacular. Última vez que estive aí no Brasil com ele, quando fomos homenageados juntos, recebendo o troféu JK. Então foi uma pancada muito forte. Um cara que marcou a história do futebol brasileiro, um cara espetacular e que descanse em paz. Meus sentimentos a toda família, ao Alexandre, meu camarada. E que continuem carregando o exemplo que o Carlos Alberto deixou para todos nós - comentou.

Zico reforçou também o papel de líder do Capita no futebol e como era uma pessoa que pensava à frente do seu tempo.
- E no Flamengo, com ele como treinador, há momentos divertidos. Primeiro ele acabou com a concentração, que já pensava na frente. E depois, a superstição dele, era um cara muito supersticioso. E a gente brincava com ele com isso né. Com esse time que você tem nem precisa ter superstição não, de chegar com a mesma camisa, a mesma roupa, os mesmos gestos que ele fazia no treinamento, aquelas coisas todas, então a gente brincava muito com ele. Então trago comigo essas coisas boas, esses ensinamentos que realmente ele nos deixou. E a lembrança de 1970 né. Foi marcante na minha vida a conquista daquela seleção fantástica porque a gente tinha um bloco lá na rua em Quintino, que cada jogo que o Brasil ganhava a gente saía desfilando pelo bairro. Então a gente desfilou todos os jogos até ser campeão, encerrando com aquele golaço dele - disse.
O ex-camisa 10 do Flamengo também falou sobre o período em que foi treinado por Carlos Alberto no Flamengo. Para Zico, a experiência e confiança do Capita foi fundamental para o sucesso do time. 
- Lembrança de muita segurança. Primeiro porque você não imagina chegar na concentração meio-dia com o jogo às 17h. Se fosse hoje...jogadores têm que ficar concentrados um, dois dias antes. E eu nunca mais esqueço isso. Vai descansar em casa, dorme em casa e vem com tudo amanhã. Então era sempre o que ele deixava de mensagem. A confiança e a alegria de estar disputando uma final, quantos poderiam estar ali, e nós éramos os escolhidos. Ele já tinha participado de várias finais e dava essa segurança para os jogadores. Então a gente entrava em campo tranquilo quanto a isso, a poder chegar e fazer nosso trabalho né - concluiu. 
Por Rio de Janeiro, RJ

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