Reinaldo Rueda na entrevista coletiva desta sexta-feira (Foto: Edgard Maciel de Sá) |
Por Edgard Maciel de Sá-Globo Esporte
O Flamengo voltou a treinar na manhã desta sexta-feira após o vice-campeonato da Copa do Brasil. A reapresentação do elenco foi quase toda fechada para a imprensa a pedido do técnico Reinaldo Rueda. O colombiano queria privacidade. A atividade no Ninho do Urubu foi marcada ainda por uma reunião entre jogadores, comissão técnica e diretoria.
A conversa foi revelada pelo próprio Rueda. Após o treino, ele deu entrevista coletiva sob os olhares do presidente Eduardo Bandeira de Mello e do diretor geral Fred Luz. E lamentou o que classificou como um foco exagerado em Alex Muralha, e um pouco em Diego, após a decisão por pênaltis que definiu o título cruzeirense.
- O futebol do Brasil é o maior do mundo. Se uma situação, a imprensa especializada, em uma final de Copa do Brasil, com a grandeza de Cruzeiro e Flamengo, se reduz a Alex Muralha, é muito triste. Muito. Todo o futebol fica em segundo plano.
- É preocupante para o futuro do futebol brasileiro, dos jornalistas de olho na Copa. A capacidade de análise está centrada em uma situação, que está inclusive fora dos 90 minutos, os pênaltis que decidem o troféu no caso. A capacidade de análise tem que ser do jogo, da tática. Me parece um desgaste necessário. Não se se isso beneficia o futebol brasileiro. Não podemos resumir 90 minutos em duas situações: Diego e Muralha, sendo mais sobre o Muralha. É muito preocupante e triste.
Pouco antes, o treinador resumiu o sentimento do clube após a derrota.
- Sempre vai ser a nossa tarefa essa cobrança, essa exigência dessa mentalidade vencedora. Para todos os jogos, todos são importantes para nós. Penso que não há muita diferença.
- Fizemos uma reunião com os jogadores hoje, diretoria, comissão, e sabemos que temos que ter a cabeça erguida, seguir em frente, exigindo, olhando nos olhos, querendo mais, e saber que temos dois desafios pendentes. Nossa evolução tem que ser dia a dia.
- É um time de jogadores com uma boa mistura entre jovens e experientes. O futebol é assim, há uma revanche a cada 72 horas. O comprometimento é sempre tentar ganhar. Vamos trabalhar para isso.
O Flamengo volta a jogar na próxima segunda-feira, contra a Ponte Preta, em Campinas, pelo Brasileirão. Ao falar novamente de Diego, que perdeu o pênalti que deu o título ao Cruzeiro, o treinador avisou que não vê a hora de a bola rolar.
- Diego é um profissional integro, 500%. Todos tem que assumir a responsabilidade e ele tem o nosso respaldo. Tem que se preocupar apenas com o futebol. Tomara que segunda-feira chegue logo para voltarmos a jogar. A única forma de reagir, de sanar, é jogando...
Confira outras respostas de Rueda:
Momento de Diego
- Penso que é normal. Diego voltou para a seleção depois de muitos meses. É um ser humano que quer sempre agradar e sempre ser melhor. É o que faz a cada treinamento. Sempre com intensidade. Quem sabe o sonho da seleção, da vaga na Copa, de estar no time para a Rússia, deixa esse desejo de melhorar. Mas se avaliamos e analisamos o jogo, vemos que as duas equipes pagaram por não ter jogado sábado ou domingo. Se Cruzeiro ou Flamengo, jogam sábado ou domingo, na quarta, o nível do jogo, teria sido superior. Mas os dois reservaram jogadores para evitar situações de último momento. Mas alguns jogadores se afetam mais que outros. Diego teve um incomodo no tendão, mas já foi superado. Sabemos que pode dar mais nível, e vai conseguir.
Pressão maior pelo G-6?
O trabalho não muda. Nós em Flamengo mantemos uma pressão interna, nós mesmos nos pressionamos. É nossa paixão, não muda nada. Deixamos de ganhar nos pênaltis. A pressão segue a mesma. E ela é necessária no futebol. Temos que estar pressionados todo o tempo, exigimos isso por essa camisa e por nossa profissão. Por respeito à torcida e à nossa família.
Ponte Preta
Não conseguimos manter uma escalação fixa por várias rodadas, o que seria ideal. Temos suspensos, machucados, convocados... A cada 72 horas temos que armar uma equipe diferente. Por sorte temos um plantel bom. Por mais que treinem, o jogo é o único que te coloca em nível ideal. Vamos fazer ajustes necessários pelas ausências, mas vamos com uma escalação muito boa. Queremos fazer um bom jogo, é um rival difícil. Vamos trabalhar para vencer.
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