por Roger Garcia
O assédio a Vinícius Júnior é bem anterior à investida irrecusável do Real Madrid. Quando ainda engatinhava na Gávea, já chamava a atenção de clubes e olheiros pelos cantos do Brasil em torneios interestaduais. Aos 13 anos de idade, não embarcou na ponte aérea e mais alguns benefícios oferecidos pelo Corinthians. Pouco depois, mais precisamente em junho de 2014, como revela o ex-coordenador de categorias de formação do Flamengo, Israel Falcão (ao lado do jogador na foto à esquerda), o Cruzeiro foi quem fez carga para transferir o expoente daquela que ficou conhecida como a ‘geração 2000’ – formada pelos jovens promissores rubro-negros nascidos naquele ano, que durante um tempo colecionaram títulos e recordes em suas categorias.
- O Cruzeiro fez uma proposta em que aumentava bastante o valor que era dado pelo Flamengo como ajuda de custo. A família foi chamada, e ofereceram ao pai do Vinícius Júnior um emprego em Belo Horizonte – conta Falcão.
A transferência não se consumou por alguns motivos: os pais da jovem promessa não se empolgaram na ocasião com a possibilidade de mudar de cidade, e foram convencidos da importância de permanecer no Flamengo, que, através de Falcão e outros responsáveis da base, obtiveram com a direção a ampliação do valor da ajuda de custo. Não cobriram a proposta do Cruzeiro, mas a ação foi suficiente para impedir a saída.
- Naquela época, Vinícius Júnior, à beira dos 14 anos, vinha sendo quase sempre campeão, artilheiro e melhor jogador das competições que participava. Já era muito acima da média, jogava um absurdo. E sempre foi um garoto tranquilo, humilde, irreverente e brincalhão com os companheiros, e por isso não causava ciúmes no grupo – relembra Falcão.
Poucos conhecem tão bem a história das origens de Vinícius Júnior no Flamengo quanto Israel Falcão. Era ele o treinador do futsal sub-9 na Gávea quando o menino de São Gonçalo teve a primeira experiência no clube:
- A primeira experiência do Vinícius foi um teste no sub-9 do futsal, em 2008. Foi aprovado por mim logo no primeiro teste, mas naquele momento a família optou pelo Canto do Rio, em Niterói, em razão da distância, e porque os treinos na Gávea eram à noite.
Mais tarde, Vinícius aportou novamente no Flamengo. Falcão, dessa vez, coordenava a base no futebol de campo. A ligação durou até 2014, quando Falcão deixou o clube. Agora, acompanha de longe, mas de olhos atentos, os passos do menino de 45 milhões de euros – valor que o Real Madrid decidiu pagar para ver.
- Vinícius tem uma família estruturada, com incentivadores que sempre cuidaram bem da educação dele. Tem tudo para dar certo – aposta Falcão.
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