Leonardo Maior - Extra
Em evento organizado por torcedores do Flamengo (com o comando de Sandro Rilho), na noite desta sexta-feira, no Rio de Janeiro, jogadores que fizeram história no clube foram homenageados como Júnior, Evaristo de Macedo, Zinho, Silva Batuta, Sávio, Rondinelli, Gamarra, Fernandinho, Edílson e Renato Abreu. E o Maestro Júnior, incomodado com o desempenho do time atual do Rubro-Negro, soltou o verbo quando subiu ao palco.
— (...) Nós representamos essa camisa com certeza, disso não tenho dúvida. Uns mais tempo, outros por menos tempo. E tem gente agora que precisa aprender a fazer isso. A gente está precisando. Muitas vezes eu não me sinto representado — disse o Capacete.
E de Flamengo ele conhece mesmo. Esteve presente nos principais títulos do Flamengo na história e é o jogador que mais defendeu o Rubro-Negro: 872 partidas.
— Ninguém tem apelido de Deus da Raça de graça (referindo-se a Rondinelli). Não era um esplendor em técnica, mas o que sobrava, sobrava (raça)... o que muita gente hoje não tem o mínimo e a gente gostaria de ver. É um desabafo? É um desabafo sim — acrescentou Júnior.
O Maestro concluiu dizendo que até os jogadores mais técnicos demonstravam raça em sua época. E que quer ver os atuais deixando a última gota de suor em campo.
Confira abaixo o desabafo completo
“Eu acho que todas essas lembranças... Cada um de nós aqui, dentro da sua época, do seu período, desde o Fernandinho até essa rapaziada mais nova... Todos nós, independente do número de jogos que participaram, o mais importante é o seguinte... a gente faz parte do clube, da instituição. Nós de alguma maneira ajudamos, uns com mais tempo, outros com menos tempo... o Gamarra e o Edilson jogaram pouco tempo, Fillol tb pouco tempo... e nem por causa disso eles deixam de ser idolatrados, queridos, reconhecidos... por quê? Quando eles vestiram essa camisa, eles puderam ter a dimensão do que ela representa na vida da Fla Nação, dos torcedores principalmente. Aqueles que sabem o quanto... Nós representamos essa camisa com certeza... disso não tenho dúvida. Uns mais tempo, outros por menos tempo. E tem gente agora que precisa aprender a fazer isso. A gente está precisando. Muitas vezes eu não me sinto representado. Eu gostaria que eles pudessem representar como a maioria aqui. Ninguém tem apelido de Deus da Raça de graça. Não era um esplendor em técnica, mas o que sobrava, sobrava... o que muita gente hoje não tem o mínimo e a gente gostaria de ver. É um desabafo? É um desabafo sim. É um desabafo. Sabe por quê? Porque eu tenho dentro de casa torcedores. E eles perguntam "Por quê não, pai?". Não sei, gente. Infelizmente, não sei. Gostaria de ter a receita, a fórmula para passar para quem está comandando para que pudessem ter atitudes e comportamentos como nós tivemos. Isso eu tenho certeza. Ninguém cobrou da gente garra, raça, essas coisas. A gente sabia que sem isso jamais iríamos chegar. E até os mais técnicos tiveram... aqueles que tratavam a bola com habilidade absurda, souberam colocar a parte determinante que honra essa camisa que é a vontade de vencer, a raça, a garra... a gente perde, mas vamos perder deixando a última gota de suor lá dentro. E é isso que eu quero ver dessas caras que estão aí. Porque nós representamos... Evaristo, Fernandinho, Fillol que veio de fora, viu, aprendeu e sabia como era a coisa. Obrigado!”.
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