por Estadão Conteúdo
Assim como reconhece que hoje a seleção brasileira não possui mais à disposição camisas 10 clássicos que desempenhavam uma função de meia que municiavam os atacantes como verdadeiros maestros, Zico revelou, em entrevista ao Estado, que hoje não consegue se lembrar de um jogador em atividade no Brasil que o faria sair de casa para vê-lo atuar de bem perto, não apenas como acompanha tantos outros pela televisão.
"A gente sente falta daquele jogador que faz a gente ir ao estádio só pra vê-lo jogar, não para ver o time jogar. É difícil eu dizer que hoje vou sair da minha casa e ir ao Maracanã no domingo para ver fulano jogar. Hoje está difícil. E não estou falando de camisa 10, mas de um jogador que realmente chame a atenção e faça coisas que você não espera que ele faça", ressaltou Zico, que foi este tipo de craque por muitos anos enquanto vestiu a camisa do Flamengo, pelo qual se tornou o maior ídolo da história do clube.
Já ao ser questionado sobre os motivos que fizeram com que o Brasil parasse de produzir autênticos camisas 10 como os que tinha no passado, o ex-jogador apontou que o próprio jeito de jogar das equipes colaborou para que isso ocorresse.
"Eu acho que, realmente, nas categorias de base esse tipo de jogador começa a acabar porque estão prevalecendo mais as partes táticas do que a individualidade, então esquecem que o que decide os jogos e o que ganha campeonatos é a qualidade técnica. Você pode ver que todos os grandes nomes foram muito fortes e importantes para as conquistas de suas equipes ou seleções", enfatizou o ex-camisa 10 do Flamengo e da seleção brasileira.
Zico também deu um conselho a Neymar ao comentar como vê a atual condição do atacante, que veste o número 10 da equipe nacional desde 2013 e a estreou em uma Copa em 2014. Ele agora se prepara para envergar a camisa no Mundial de 2018, na Rússia, onde espera poder ser decisivo para levar a seleção brasileira ao sonhado hexacampeonato.
"O Neymar precisa ter autocontrole quando o time está perdendo. Quando está ganhando ele até tem, mas, quando está perdendo, ele perde a bola, leva uma falta e se descontrola um pouco. Tem que se controlar quando o time está em desvantagem. O Brasil não é um time que está acostumado a estar em desvantagem. A cada dez jogos, em um costuma ter este problema. E este um é que pode ser perigoso", alertou.
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