Sávio, ex-Flamengo - Foto: Divulgação |
A TRIBUNA: Aos 42 anos, Sávio vê um Flamengo bem diferente do tempo em que o capixaba era chamado de Anjo Loiro. Revelado pela Desportiva Ferroviária, o ex-meia foi para o time carioca aos 14 anos. Quando tinha 18, subiu para o profissional, com o então técnico Carlinhos. Fez 261 jogos com a camisa Rubro-Negra e marcou 95 gols.
Aposentado desde 2011, Sávio é comentarista de TV, trabalha com gestão de carreira de novos jogadores, além de investimentos imobiliários e financeiros. Como empreendedora, enxerga o potencial que seu ex-clube tem prosperado desde que Eduardo Bandeira de Mello assumiu a presidência em 2013.
“A gestão é você equilibrar o clube em todos os aspectos, de campo e extracampo, e montar um time forte. Isso, o Flamengo está fazendo muito bem e vem forte para a Libertadores depois do que apresentou neste Brasileirão. Vai ser uma potência em 2017”, afirmou.
Ele conversou com A Tribuna e falou da facilidade de ver o clube com saúda financeira.
O CT, enfim, será inaugurado dia 13. O Flamengo agora tem um diferencial para ser a potência de 2017?
A comissão técnica tem pessoas que avaliam a parte tática, técnica, fisioterapeutas, fisiologistas... É tudo integrado, Hoje você tem mecanismos importantes para o futebol. Você pode fazer testes e saber se o jogador tem risco de lesão para a próxima partida, tem condições de saber quanto tempo deve treinar, de que maneira deve treinar... Antigamente, não tínhamos isso.
Você, que vivenciou momentos de crise política e financeira no Flamengo na década de 1990, como se sente vendo essa nova realidade no clube?
O Flamengo está indo para um caminho muito legal, que há muito tempo eu não via. Eu fico muito feliz, como ex-atleta e rubro-negro apaixonado. Ficava realmente muito triste com toda essa falta de planejamento e de carinho com o clube, falta de comprometimento de muitos anos com dívidas, enfim, um descaso muito grande.
É diferente ver o Flamengo sem salários atrasados?
É um sonho, eu olho para trás e falo “cara, que sonho”. Não era assim, sabe? É diferente. Apesar de toda essa falta de estrutura que era, salários atrasados constantemente desde quando eu subi (da base para o profissional), eu sobrevivi a isso tudo. Fazíamos nossa programação a cada 90 dias, por conta de atrasos de até três meses. Espero que seja o início de uma nova era.
Jorge está sendo assediado por clubes europeus. A preparação dos garotos da Base tem ajudado a lidar com o assédio de clubes estrangeiros?
O Jorge é um grande exemplo, muito jovem ainda, mas é realidade e é questão de tempo para o futebol europeu. Ele soube aprimorar a parte tática.
Méritos de quem trabalha nas categorias de base?
Faz parte de tudo o que a gente falou de gestão, estrutura e comprometimento do clube. O ponto mais importante do clube, que essa gestão trouxe o, é o fortalecimento da base. Sempre, de uma forma ou de outra, o Flamengo revelou craques. Sempre foi identidade do clube. Alguns anos atrás já batia muito nisso, de dar atenção à base. Estamos terminando o centro de treinamento, até que enfim, e vai ajudar bastante.
Acha que alguns jogadores nos últimos anos foram lançados precocemente?
Tivemos algumas precipitações de lançamento de jogadores que, na minha opinião, não estavam preparados nem priscologicamente e nem tecnicamente. Essa sagra que veio com Negueba, Adrian, sem querer dizer que são maus jogadores, mas é uma safra que não tinha qualidade para jogar no Flamengo. Nenhum conseguiu se firmar. Acho que foi uma precipitação. Não é quantidade, tem que pensar na qualidade. O Flamengo hoje tem prezado isso.
O que acha da confiança do Flamengo com o Zé Ricardo?
O Zé Ricardo assumir esse ano e ter esse respaldo de toda a diretoria chama a atenção. Temos uma Base mais estruturada e ele passou por isso. Zé Ricardo tem muita competência. Ele fez um trabalho revolucionário na Base e está apresentando isso no profissional. Tem uma filosofia própria de jogo, sabe lidar bem com o grupo e é conhecedor profundo do clube.
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