Eduardo Bandeira de Melo condena tentativa de agressão ao zagueiro César Martins (Foto: Cahê Mota) |
Depois de uma manhã de reunião com cerca de 20 integrantes de torcida organizada, o presidente Eduardo Bandeira de Mello observou o treino de Zé Ricardo à beira do gramado. Sempre em contato com o diretor geral Fred Luz e o executivo de futebol Rodrigo Caetano, Bandeira também observava o telefone celular e atendia algumas ligações. Uma delas foi do GloboEsporte.com. O dirigente distinguiu completamente o episódio da invasão ao treino do fim de março, que provocou nota de repúdio do clube, ao encontro de hoje. Para ele, a conversa foi produtiva e os jogadores "devem inclusive ter gostado". Na entrevista, Bandeira também disse que "todas as possibilidades" estão sendo analisadas para o seguimento do comando técnico no futebol, depois da saída de Muricy.
Confira a entrevista com o presidente do Flamengo:
GloboEsporte.com: Ontem (quinta) o César Martins foi agredido e teve o vidro quebrado e hoje o Flamengo recebeu um grupo de organizadas. O que o senhor pode falar sobre esse tema?
Eduardo Bandeira de Mello: O que aconteceu com o César foi lamentável, uma selvageria que fazem com um jogador, com uma família. São bandidos, não são torcedores. Algo que deve ser reprimido e deve ser noticiado para ser reprimido. Mas o que tivemos hoje foi totalmente diferente. Nada a ver também com aquele episódio da invasão (no fim de março). Já estava agendado e eles inclusive pediram desculpas, apesar de não terem nada a ver com isso, pelo que aconteceu. Não houve cobrança, não foram pedir nada nem interpelar ninguém.
O Rodinei e outras pessoas disseram que não sabiam do encontro que o Flamengo diz que foi agendado.
Claro que não foi agendado com os jogadores. Nós pedimos depois para os jogadores participarem. Como já disse, não teve cobrança indevida, foi um encontro de apoio, incentivaram o time. Disseram que estão envolvidos com esse esforço das coisas melhorarem e reforçaram que não tiveram nada a ver com aquelas hostilidades e agressões de Volta Redonda (Nota da redação: na saída do empate com a Chapecoense, o ônibus do clube foi apedrejado e o presidente chegou a discutir com dois torcedores). Eles não tiveram nada a ver com isso. Só incentivaram o time.
Por mais que você diga que o encontro não foi de cobrança, a presença de organizadas no treino, no local de trabalho, não corre o risco de ficar comum à rotina? Na maioria das vezes jogador não gosta desse tipo de relação, se sentem intimidados.
Não é para se tornar comum e nem vai ser. Ninguém se sentiu intimidado. Qualquer apoio que vier é bem-vindo. Não dá para confundir com a invasão que houve; Não foram as mesmas pessoas daquela vez. Foram para incentivar. Os jogadores devem ter gostado, inclusive. No final da conversa todos foram cumprimentar os torcedores. Não houve pedido de nada, de ingressos, de material de torcida, como já houve em outros tempos. Essas coisas não acontecem mais. Foi um encontro produtivo de pessoas que queriam levar apoio.
César Martins fez ou vai fazer boletim de ocorrência da agressão sofrida?
Não sei. Não tinha ninguém do Flamengo com ele na hora. Hoje tive conversa com ele. Foi um episódio muito desagradável. Mas ele estava bastante tranquilo e focado para jogar. Diria que é uma pessoal especial.
Godinho ontem citou alguns nomes possíveis de virarem gerentes no futebol. Fábio Luciano é o que está mais próximo?
Você sabe que eu não falo de nomes, mas o Godinho citou um perfil, deu exemplos, de algumas pessoas que possam auxiliar, fazer um elo com o campo e que tenha também aptidões gerenciais. Mas não tem nada definido. Estamos trabalhando.
Uma outra questão: o Zé Ricardo começou o trabalho dele hoje. Em paralelo ao início do treinador interino o Flamengo segue na busca de um treinador ou vai primeiro esperar para ver como o time vai se sair?
Isso (troca de treinador) começou ontem de manhã. Soubemos da ausência do Muricy antes do jogo em Volta Redonda. Estamos avaliando as possibilidades, tudo é possível. Não vai ser definido de uma hora para a outra. Vamos avaliar com calma.
Houve rejeição ao nome do Abel Braga, em redes sociais, e entre torcedores. Isso influi na procura pelo novo treinador do Flamengo?
Não, todas as possibilidades têm que ser exploradas. Mas no momento não há nada de concreto que eu possa falar sobre esse assunto.
Por Raphael ZarkoRio de Janeiro
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