sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sem comentar saída de Zinho, Zico elogia nova diretoria do Flamengo

Por Diego RibeiroSão Paulo
 
Zico organizou seu tradicional Jogo das Estrelas em um dia agitado no Flamengo. Enquanto o ídolo rubro-negro estava em São Paulo para organizar a partida festiva, nesta quinta-feira, no Morumbi, o clube viveu a despedida de Zinho, ex-diretor de futebol, e a posse do novo presidente Eduardo Bandeira de Mello. Sobre a saída de Zinho, o Galinho disse que não participou da negociação e desejou boa sorte ao ex-companheiros nos próximos desafios. Em relação à nova diretoria, o craque só fez elogios.
Zico partida Jogo das Estrelas (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Zico com a bola durante o Jogo das Estrelas, no Morumbi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
- Não sei como foi hoje (a reunião que definiu a saída de Zinho). Conversei com o Zinho antes da eleição mostrando que era desejo da diretoria contar com o serviço dele. Mas negociação não é a minha área. Onde quer que ele vá vou torcer para ele. Ele é um cara para ajudar o treinador, é o perfil dele. O Fla contratou o Pelaipe e acho que o Zinho não deveria continuar.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Robinho no Fla: iniciativa de Uram, altos valores e sem unanimidade

Por Janir Júnior e Vicente SedaRio de Janeiro
Robinho Milan Parma (Foto: AP)
Robinho já revelou desejo de deixar o Milan.
Futuro ainda é uma incógnita. (Foto: AP)
Os bastidores do interesse do Flamengo por Robinho mostram que o nome do jogador não era consenso na atual diretoria, os valores assustaram e o encontro que contou com a presença do vice de futebol Wallim Vasconcellos e do vice de relações exteriores Flávio Godinho com o vice-presidente do Milan, Adriano Galliani, serviu mais para ter a confirmação das cifras e manter a porta aberta com o clube italiano. Segundo a assessoria de imprensa da nova gestão rubro-negra, a negociação foi iniciada por conta própria pelo empresário Eduardo Uram, que repassou as condições ao Flamengo depois da primeira rodada de conversas.
Para amigos, o atacante demonstrou sua vontade de defender o time carioca, e Uram teve em Milão o primeiro contato com os representantes do clube italiano. O agente Fifa teria passado ao Flamengo que seriam necessários10 milhões de euros (R$ 27 milhões) para que o Milan liberasse Robinho, mais um valor entre R$ 800 mil e R$ 900 mil de salário livres de impostos. O clube não enviou nenhuma proposta para o Milan, e aguardou a chegada de Galliani para uma conversa sobre o atacante.
No período de transição na política do clube, a nova gestão tomou conhecimento da grave situação financeira do Flamengo. Mas o investimento em um reforço de peso não está descartado.
No departamento de futebol, porém, o nome de Robinho não era unanimidade, pois alguns integrantes da diretoria consideram que, no futuro, o jogador não terá um valor de mercado que possa devolver ao clube o alto investimento que precisaria ser feito para a contratação.
O atacante, porém, acreditava na negociação com o Flamengo, que acabou sendo desfeita na noite de Natal, nesta terça-feira, quando a diretoria enviou um comunicado dizendo que “em virtude do valor solicitado para realização do negócio, achamos por bem, neste momento, não seguir adiante nas negociações para contratação do jogador”. Assim, o clube evitaria maiores desdobramentos de uma possível novela.
Poucas horas antes da desistência oficial, Galliani não chegou a descartar a continuidade da negociação com o Flamengo, mas estendeu o prazo para um possível desfecho:
- Até dia 2 de janeiro, o Flamengo não vai ter uma diretoria nova. Então até lá nada vai ser resolvido. Antes disso, pode ser que alguma coisa seja vista com algum clube de São Paulo. Não estou dizendo que é com o Santos.
galliani entrevista (Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM)
Galliani: "Com o Flamengo, não chegamos a um
acordo" (Foto: Vicente Seda/GLOBOESPORTE.COM)
- Com o Flamengo, não chegamos a um acordo. Sobre o Santos, ainda há essa possibilidade. Atlético? Não sei...
A diretoria garante que o fim da negociação é oficial, e não apenas uma estratégia para evitar leilão por Robinho.
Sem Robinho, o clube aponta para outros reforços. O nome que apareceu em meio ao agitado mercado de negociações foi o de Giuliano, de 22 anos, do Dnipro, da Ucrânia. O meia participou da conquista da Libertadores de 2010 pelo Internacional. Quando era diretor do Grêmio, Pelaipe chegou a tentar a contratação do jogador, mas as altas cifras inviabilizaram o negócio. No entanto, um acerto não está descartado.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Morre Manguito, ex-zagueiro do Fla, campeão brasileiro em 1980

Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro

Manguito Flamengo ex-jogador (Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com)
Manguito participou das maiores conquistas do Fla
(Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com)

 
Alberto Gonçalves, mais conhecido como Manguito, faleceu na noite deste domingo aos 59 anos de idade. O ex-jogador do Flamengo participava de um evento na Lapa, Centro do Rio, quando passou mal e sofreu um infarto fulminante. Manguito havia sofrido uma isquemia meses antes e ainda estava em tratamento de recuperação. O velório do ex-zagueiro será nesta segunda-feira, no Clube Pavunense, na Pavuna, Zona Norte do Rio. Era neste local que Manguito dava aulas na escolinha de futebol. O enterro será as 16h, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque.
Manguito atuou pelo Flamengo por três anos, de 1978 até 81. Jogou 114 partidas e teve participação em conquistas marcantes na história do time. Foi campeão brasileiro em 1980, tricampeão carioca (1978, 1979 e 1979 Especial) e foi bicampeão do Troféu Ramón de Carranza (1979 e 1980).
- Triste a morte do querido Manguito. Um amigo que se vai. Muitas histórias. Ele me chamava de papai. Descanse em paz! - lamentou Zico, via Twitter.
Errata: inicialmente, informamos de maneira equivocada que Manguito foi campeão mundial em 1981.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Flamengo envia empresário à Itália e inicia negociação por Robinho

Por Eduardo Peixoto, Marcelo Baltar e Richard SouzaRio de Janeiro
Robinho, Milan (Foto: Agência AFP)
Robinho está na mira do Flamengo
(Foto: Agência AFP)
 
Robinho e mais dez. Esse é o planejamento ousado da nova diretoria do Flamengo para o início da próxima temporada. A diretoria elaborou uma estratégia para tentar a contratação do atacante do Milan e indicou o empresário Eduardo Uram para tratar do negócio.
O agente Fifa viajou para a Itália e teve uma reunião inicial com os representantes do clube de Milão neste fim de semana. Uram ainda está na cidade italiana e não repassou à diretoria o resultado do encontro e as condições para a transferência se concretizar.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Flamengo ainda insisti para ter Renato Augusto


O Flamengo não desistiu de Renato Augusto, mas para esfriar manchetes e diminuir a expectativa da torcida, o diretor executivo Paulo Pelaipe afirmou nesta quarta-feira que o meia trocará a Alemanha pelo Brasil, mas atuará em outro clube. De fato, há a concorrência do Corinthians, porém, o Rubro-Negro permanece com chance na negociação e age para concluí-la.
O Bayer Leverkusen aceita negociar 50% dos direitos econômicos de Renato por 4,3 milhões de euros (R$ 11,6 milhões). A proposta carioca, com a corda esticada, chega a 3,5 milhões de euros (R$ 9,45 milhões). A ideia é assinar contrato por quatro temporadas.

Pelaipe oferece nova função a Zinho: ‘Queremos que ele fique’

Por Janir Júnior e Richard SouzaRio de Janeiro
 
 
Zinho no CT do Flamengo (Foto: Marcos Tristão / O Globo)
Zinho vai analisar a situação
(Foto: Marcos Tristão / O Globo)
O primeiro encontro entre Paulo Pelaipe, novo diretor executivo do Flamengo, e Zinho, diretor de futebol da gestão de Patricia Amorim, começou no fim da tarde desta quarta-feira e só terminou no fim da noite. Na reunião entre os dirigentes, Pelaipe convidou Zinho, cujo contrato termina em 31 de dezembro, a continuar no clube, mas na função de gerente de futebol. Zinho ficou de analisar a proposta e vai responder nos próximos dias, fazendo uma contraposta financeira.
- Nos encontramos com o Zinho, falamos sobre o Flamengo, sobre os projetos. Já manifestamos para ele que queremos que ele fique. Nós convidamos ele para ficar, estamos conversando ainda, trocando ideias, vendo o planejamento do projeto. Está tudo caminhando bem – disse Pelaipe, em rápido contato telefônico com o GLOBOESPORTE.COM
A permanência de Zinho teria o foco mais voltado para os atletas, fazendo o meio-campo com a direção. Isso sob a supervisão de Pelaipe e do futuro vice-presidente de futebol, Wallim Vasconcellos. Durante 2012, o tetracampeão trabalhou grande parte do tempo sem vice de futebol, acumulando funções de gerente, diretor e até atuando no pelotão de frente das contratações. A situação salarial de Zinho também foi debatida. Uma redução na remuneração, que hoje gira em torno de R$ 100 mil, foi requisitada. O tetracampeão deve fazer uma contraproposta.
Além do futuro de Zinho, o encontro serviu para iniciar a transição no departamento. O atual diretor apresentou relatórios a Pelaipe com informações sobre o andamento de negociações, lista de dispensa e de reforços, renovações pendentes e programação da pré-temporada. Pelaipe quis tomar ciência de tudo que acontece no futebol rubro-negro.
Antes de se decidir, Zinho deve ainda conversar com o técnico Dorival Júnior.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Inspirado no Galinho, Zico desponta como o novo craque das quadras

Por Flávio DilascioDireto de Joinville, SC
 
Baixo, habilidoso, artilheiro e exímio cobrador de faltas. Assim é a descrição daquele que todos conhecem pelo apelido de Zico. Não, não se trata de Arthur Antunes Coimbra, ídolo maior da torcida do Flamengo. O Zico em questão é Vinicius Renne Dias, destaque do Atlântico Erechim na Taça Brasil de Futsal, que está sendo disputada em Joinville, Santa Catarina.
Zico futsal e Zico campo (Foto: Montagem sobre foto de Divulgação)
Zico do Atlântico ganhou o apelido por causa do estilo de jogar (Foto: Montagem sobre foto de Divulgação)
Uma das maiores revelações do futsal brasileiro neste ano, o jogador de 22 anos e 1,68m conta que o apelido foi dado por um ex-treinador, em função do seu estilo de jogo semelhante ao do Galinho de Quintino.
- Meu apelido surgiu nas categorias de base, quando eu tinha uns 10 anos. O meu técnico na época começou a me chamar de Zico porque eu era muito habilidoso, baixinho, lourinho e tinha facilidade de pegar na bola. Acabei aceitando e hoje até a minha família me chama de Zico - afirmou o ala, autor de dois gols na vitória do Atlântico sobre o Cascavel, por 4 a 1, nesta segunda-feira, pela primeira rodada.
 
Natural de Foz do Iguaçu, no Paraná, Zico teve um motivo a mais para aceitar o apelido. Filho de um rubro-negro, ele ganhou as "bençãos" do pai ao contar a novidade em casa.
- Ele ficou entusiasmado, pois todo flamenguista é fã do Zico. Só que o apelido também tem um lado ruim. É um grande peso levar o nome de um craque na camisa. Procuro pensar que sou atleta de futsal e que não existe essa responsabilidade de ser igual a ele, porque sou um jogador de outra modalidade - desconversou.
Após largar bem no chamado "grupo da morte" da Taça Brasil, o Atlântico Erechim descansa nesta terça-feira, enquanto a chave B terá mais duas partidas: Orlândia x Botafogo, às 17h, e Joinville x Cascavel, às 20h. Para Zico, a briga pelas duas vagas às semifinais está totalmente em aberto.
- O grupo está muito nivelado, Orlândia e Joinville foram os finalistas da Liga Futsal, mas acho que todos têm chances aqui - concluiu.
*O repórter viaja a convite da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Pelaipe confirma acerto e quer conversar antes de garantir Dorival

Por Eduardo Peixoto Rio de Janeiro
 
paulo pelaipe grêmio (Foto: JEFFERSON BOTEGA/Agência RBS)
Paulo Pelaipe será o novo diretor do futebol do Fla
(Foto: Jefferson Botega/Agência RBS)
 
Por volta de 23h de domingo, Paulo Pelaipe bateu o martelo e aceitou comandar o futebol do Flamengo em 2013. Menos de 12 horas depois, o diretor executivo organiza a mudança de Porto Alegre para o Rio de Janeiro e matuta sobre as primeiras ações no novo clube. Um delas será conversar com a nova diretoria e decidir a continuidade do treinador Dorival Junior e do diretor de futebol Zinho.
Braço direito do presidente Paulo Odone, que encerra o mandato no Grêmio no fim do ano, Palaipe, 61 anos, sairia do clube gaúcho em 2013. Em busca de um executivo, a nova diretoria do Flamengo conversou com Felipe Ximenes, do Coritiba, e Eduardo Maluf, do Atlético-MG, mas preferiu o dirigente gaúcho, que assinará contrato por dois anos.

Em e-mail para integrantes da Chapa Azul, o vice de marketing do Rubro-Nebro, Luiz Eduardo Baptista, confirmou a contratação e elogiou Pelaipe. "Temos a certeza de estarmos contratando um dos três maiores nomes da gestão profissional do futebol do país e que a sua chegada será o primeiro passo de uma caminhada gloriosa que planejamos para o Mais Querido", escreveu Bap.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Novo presidente vai à Gávea e dá início à transição na pasta de finanças

Por Janir JúniorRio de Janeiro
 
Partricia Amorim Eduardo Bandeira de Melo eleições Flamengo (Foto: Fernando Azevedo / FlaImagem)
Partricia Amorim ao lado de Eduardo Bandeira nas
eleições (Foto: Fernando Azevedo / FlaImagem)
 
O futuro do Flamengo já começou. Nesta quinta-feira, Eduardo Bandeira de Mello foi pela primeira vez à Gávea como presidente eleito do Rubro-Negro. Acompanhado por Wallim Vasconcelos (diretor geral), Rodrigo Tostes (vice de finanças) e pelo presidente do comitê gestor da dívida, Carlos Langoni. Bandeira se encontrou com Patricia Amorim e deu início efetivamente ao processo de transição. O encontro - com as primeiras ações em conjunto entre a atual gestão e seus sucessores - transcorreu em clima amistoso e de extrema tranquilidade.

Perto de sair, Patricia revela: 'Não quero mais me candidatar a nada'

Por Janir JúniorRio de Janeiro
 
 
Patricia Amorim está prestes a deixar de ser presidente do Flamengo. E garante: não volta para a vida política como candidata, dentro e fora do clube. Aos 43 anos e alvo de fortes críticas durante a gestão, ela, por mais de uma vez, disse que o fato de ser mulher pesava nos ataques. Mas alguns homens marcaram o seu mandato, cada um por um motivo, peculiar ou particular. Entre eles, Zico.
Patricia divide com o ex-camisa 10 a culpa da relação estremecida, mas sentiu o peso que é bater de frente com um ídolo do clube.
- As pessoas internamente e externamente mostraram que ele estava com a razão, eu que estava errada. Então, vai ver que eu estava errada.
Patricia Amorim no clube de remo, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
Patricia à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas. Ao fundo, o Cristo (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
Patricia afirma que talvez o futebol precise de uma coisa mais bandida. Isso, diz ela, não sabe ser. Além de perder a eleição no Flamengo, ela não se reelegeu vereadora em 2012. Um baque nas finanças de, pelo menos, R$ 15 mil, salário que recebia como funcionária da Câmara. Como presidente do clube, nada ganhava.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Nas curvas da bola, Oscar Niemeyer deu 'pontapé inicial' para os esportes


Oscar Niemeyer e Marcio Braga, Flamengo (Foto: Divulgação)
Márcio Braga, então presidente do Fla em 2007, homenageia Oscar Niemeyer com camisa personalizada pelo centenário do arquiteto rubro-negro. 'Ele ficou feliz e me honrou com sua simpetia', diz (Foto: Divulgação)

De uma coisa quase todo mundo sabe. O fascínio pelas curvas das montanhas, das ondas do mar, do curso dos rios, dos corpos das mulheres e tudo de belo que via no país influenciava, e muito, os traços de Oscar Niemeyer, morto nesta terça-feira, aos 104 anos. O arquiteto carioca, com mais de 150 obras espalhadas pelo mundo inteiro - entre monumentos, palácios, igrejas e edifícios -, pouco falava de sua infância. Mas naquele período surgiu uma das primeiras curvas que despertaram sua atenção. As curvas de uma bola. Sim. Antes de encontrar a real vocação e se tornar também comunista, ateu e uma das grandes personalidade do planeta, o então menino foi mordido pelo "bichinho" do futebol que apaixona milhões até hoje.
 
Aconteceu nos tempos em que morava nas Laranjeiras e aprontava na escola. Fim dos anos 1910. Mais precisamente, 1918. Com 11 anos, com uma bolinha de tênis - isso mesmo -, o garoto, que jogava pelada nas ruas íngremes de paralelepípedos do bairro da Zona Sul, acabou levado pelo tio para o Fluminense. Atacante, já com a "pelota" original, disputou umas três partidas pelo infantil. Pouco depois, quase parou no Flamengo, a convite de um amigo seu de colégio que depois se tornaria um dos maiores goleiros da história do clube: Amado Benigno. A história, contada pelo próprio Niemeyer, foi publicada no livro "As grandes entrevistas do Milênio", do programa de TV de mesmo nome na Globonews.
Para o bem da humanidade, Oscar trocou a bola pelo esquadro. Mas num Fla-Flu de emoções - entremeado por fugaz romance alvinegro - começou a relação com os esportes que durou ao longo dos 104 anos. Passou por aulas de jiu-jítsu com Hélio Gracie - isso mesmo -, projeto para o Maracanã perdedor em 1941, troféu de Fórmula 1 - que Felipe Massa levantou - e um monumento para o museu do Rei do Futebol, Pelé, cuja obra ainda não está concluída.
Torcedor
No período em que esteve internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, até pouco antes de sua morte, Oscar Niemeyer se distraiu diante da TV assistindo a partidas de futebol. Mesmo sem ser fanático, o arquiteto gostava do esporte. Quando garoto, foi tricolor. Depois, influenciado pelos amigos, trocou duas vezes de time. Primeiro, pelo jornalista-treinador e militante de esquerda João Saldanha, com quem aprendeu também a driblar a ditadura militar. Virou torcedor do Botafogo. Por último, surgiu o Flamengo, muito também por causa de um fanático primo. O produtor de cinema Carlinhos Niemeyer acabou conhecido como o criador, nos anos 1960, do famoso programa "Canal 100", que abria as sessões com uma filmagem inovadora na época: dentro de campo, a câmera lenta especial registrava os mais bonitos lances das partidas.
- O futebol é um jogo que cria tantas surpresas... A bola não vai reta para o gol, tem aquele arranjo todo, aquela troca de passes... E o Brasil tem os melhores jogadores do mundo. É um esporte apaixonante - disse, em entrevista em 2006 dada ao programa da TV Globo "Esporte Espetacular".
Maracanã e Wembley
Era a arte pela arte na qual Oscar tanto se inspirou e foi inspirador. Poucos sabem, por exemplo, que o autor do Sambódromo participou do concurso para escolha do projeto para construção do Maracanã, em 1941. O arquiteto foi um dos três finalistas. E sentiu o gosto da derrota. Mas não ficou triste. Em depoimento para o livro "As grandes entrevistas do Milênio" (2009), mostrou até um certo alívio. E explicou o porquê.
Wembley 2006 (Foto: Getty Images)Segundo jornal inglês, estádio novo de Wembley seria inspirado no projeto apresentado em 1941 por Oscar Nimeyer para a construção do Maracanã,. Arquiteto achou apenas uma coincidência (Foto: Getty Images)
- O meu estádio seria pior. Naquele tempo, a idéia que tínhamos de arquitetura em relação a estádio de futebol era fazer uma única arquibancada do lado em que o sol não batesse na cara do espectador. Depois, ao começar a frequentar estádios, vi como era importante existir arquibancada também do outro lado. O sujeito vê o campo, vê o jogo, mas precisa ver também a alegria do estádio. Então, um estádio circular, como o Maracanã, é a solução melhor. Passaram-se alguns anos, eu estava na casa de Maria Martins, em Petrópolis, quando chegou Getúlio Vargas, a quem eu nunca tinha encontrado. Getúlio olhou para mim e disse : ”Se eu tivesse ficado no governo, teria feito o seu estádio” .Tive vontade de dizer: “Era ruim. O outro projeto era melhor!”
Curioso é que, muito tempo depois, em 2005, o projeto de 1941 gerou polêmica em Londres. Segundo o jornal “Evening Standard”, o novo estádio de Wembley, reinaugurado em 2007, seria parecido com o do Maracanã de Niemeyer. Além de os dois serem ovais, a principal semelhança era o arco ligado ao teto por cabos de metal que ajudam na sustentação. Mas há diferenças: o de Wembley, criado pela empresa Foster and Partners, tinha 315 metros, 15 a mais que o do arquiteto brasileiro. E tem arquibancada dos dois lados. Para pôr fim às especulações, o próprio Niemeyer deu de ombros e considerou o fato apenas "uma coincidência".
Projetos no Fla
Outro projeto de Niemeyer que não vingou foi o feito para o CT do Flamengo em Vargem Grande. Em um de seus mandatos como presidente do Flamengo - mais precisamente, no ano de 2005 -, Márcio Braga fez o convite ao arquiteto, que chegou a se entusiasmar.
- Iniciamos as discussões. Ele chegou a fazer um esboço do que achava melhor. Mas não condizia com a necessidade do Flamengo naquele momento. Tinha a genialidade e a simplicidade do Niemeyer. Mas ele colocou, por exemplo, um educandário na parte que abrigaria os profissionais. Nada contra o educandário, mas seria melhor apenas na área para as divisões de base. O problema é que ele não queria mexer no projeto. Era aquilo ou não era aquilo. Aí, acabou não acontecendo. Ficou inviável para nós.
 
Em 2007, Márcio Braga também convidou o arquiteto para fazer um monumento para a torcida do Flamengo assim que o prefeito Cesar Maia a decretou o tombamento como Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro.
- A ideia era que ele fizesse ali na beira da Lagoa, perto da estátua do Buck (técnico multicampeão de remo pelo clube). Naquele local não atrapalharia o visual nem nada. Mas acabou não acontecendo.
No fim de 2007, o dirigente voltou a se encontrar com o arquiteto por conta da homenagem que o clube lhe fez quando completou o centenário. Márcio entregou camisa personalizada com o número 100 e o nome do arquiteto inscrito. As recordações de Márcio são boas.
- Lembro bem que ele ficou bastante feliz com a homenagem e me honrou muito com a sua simpatia. Jamais vou esquecer - afirmou o ex-presidente rubro-negro.
Pele e Niemeyer, Museu Pele (Foto: Agência EFE)
Pelé e Oscar Niemeyer juntos no lançamento do projeto para o museu em Santos em homenagem ao Rei do Futebol: elogios mútuos no encontro de dois brasileiros reconhecidos no mundo inteiro (Foto: Agência EFE)
Do jiu-jítsu à F-1 e ao museu para Pelé
Simpatia era, aliás, um dos traços de Oscar Niemeyer, que, acreditem. gostava também de jiu-jítsu e foi aluno do saudoso grande mestre do esporte Hélio Gracie.
- Gostava muito do ambiente de lá. E era bom para fazer um pouco de exercício. Eles eram muito engraçados. Lembro que um dia fui encontrar o Hélio Gracie na casa dele em Teresópolis. Quando cheguei lá, estava trepado numa árvore. Ele achava que trepar na árvore e descer era um bom exercício. O grupo lá era muito bom, fraternal. As aulas eram divertidas. Toda garotada devia fazer um pouco de jiu-jítsu. O meu neto já está fazendo isso - disse certa vez o arquiteto ao programa "Sensei TV", do SporTV.
Massa, GP Brasil 2008 (Foto: Agência AFP)
Felipe Massa levanta troféu feito por arquiteto para
vencedor do GP Brasil 2008 (Foto: Agência AFP)
Não foi só o jiu-jítsu o esporte, além do futebol, com o qual Oscar Niemeyer teve ligação. Na temporada de 2008 da Fórmula 1, o arquiteto desenhou o troféu do vencedor do GP do Brasil, disputado no autódromo de Interlagos. E a taça parou nas mãos de um brasileiro. O piloto da Ferrari, Felipe Massa, teve a honra de levantá-la e assim poder exibir os velhos e inconfundíveis traços curvilíneos do arquiteto, inspirados no Palácio da Alvorada que construiu junto com toda a Brasília.
Segundo a organização da prova na época, o arquiteto não cobrou um tostão pelo troféu. Mas a empresa responsável pela produção decidiu doar verba à Fundação Oscar Niemeyer. Feliz com o resultado da obra, pela primeira vez feita em plástico verde, ele explicou o que contou no processo criativo.
- A arquitetura segue o caminho de uma obra de arte, e o que caracteriza uma obra de arte é a emoção, a surpresa. A coluna do Palácio da Alvorada é um dos símbolos da arquitetura de Brasília. Poderíamos ter feito num formato qualquer, retangular, reto, sem nenhuma complexidade. Mas optamos por usar uma forma de coluna que nunca foi feita igual - disse Oscar, na ocasião, por meio da assessoria de imprensa.
Mas faltava um monumento para museu. De quem? Do Rei Pelé. Fã também de Maradona, não só pelo futebol mas também pelo fato de o ídolo argentino ter até hoje fortes ligações com o ex-presidente de Cuba Fidel Castro, grande condutor da revolução que levou o país ao comunismo, Oscar Niemeyer jamais escondeu a admiração pelo brasileiro. E, nas curvas da estrada de Santos, traçou o caminho que o levaria para sua obra final ligada ao futebol.
Com orçamento de R$ 20 milhões, o museu, que terá mais de 3.000 peças relacionadas a Pelé, ainda não está concluído em Santos, cidade onde o menino Dico começou a exibir sua arte para conquistar o mundo e virar Rei. Na comemoração do homem de 1.281 gols e muitos e muitos títulos surgiu a inspiração do arquiteto para mais uma jogada antológica: o pulo do craque após a glória triunfal, o braço erguido para o soco no ar como símbolo do monumento a ser erguido em frente ao museu.
- Ele é o jogador de todas as gerações e merece várias homenagens. Ninguém vai esquecer do Pelé. É uma figura fantástica. Esperto, sabia conduzir e se defender, né? Levava muito pontapé - disse Oscar Niemeyer, em novembro de 2010, passando a bola para o Rei.
Na tabelinha dos sonhos de uma arte genuinamente verde-amarela, Pelé, com o mesmo toque de classe, devolveu a Oscar a velha bola por quem um dia o criador de Brasília ao lado de Lucio Costa se apaixonou quando criança. E uma frase do maior jogador de todos os tempos resume como poucas as bem traçadas curvas dos 104 anos bem vividos pelo poeta da arquitetura. Curvas que seguem inspirando até os pôsteres da Copa 2014 de cidades como Belo Horizonte - baseado na Igreja de Sao Francisco de Assis, da Pampulha - e Brasilia - inspirado na Catedral.
- Um dia vieram me dizer que o Niemeyer é o Pelé da arquitetura. Nada disso. Eu é que sou o Niemeyer do futebol. Palavras do Rei.

'Novo Neymar', Jean Chera não se firma no Fla e rescinde contrato

Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro
 

jean chera flamengo (Foto: Reprodução/Twitter)
Jean Chera não é mais jogador do Flamengo
(Foto: Reprodução/Twitter)
 
Chegou ao fim o ciclo de Jean Chera no Flamengo. O jovem, contratado com status de joia no início do ano, rescindiu seu contrato com o clube nesta quarta-feira. A informação foi publicada no Boletim Informativo de Diário (BID) da CBF.
O rompimento se deu num acordo entre clube e jogador. Jean Chera, 17 anos, chegou ao Flamengo com o rótulo de "novo Neymar" (foi revelado na base do Santos antes de se transferir ao Genoa, da Itália, onde não se adaptou) e não conseguiu se firmar nos juvenis do Rubro-Negro.
O meia vinha tendo poucas chances e nem sequer foi relacionado para o Brasileiro Sub-17, que está sendo disputado neste mês de dezembro.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Os dois patrocinadores engatilhados

Vencedora da eleição no Flamengo, a Chapa Azul tem duas empresas engatilhadas para patrocinar o clube em 2013: a rede de postos de gasolina Ale, que estampou a marca na camisa rubro-negra durante a campanha do título brasileiro de 2009, e a montadora francesa Peugeot.
No planejamento elaborado pelo futuro vice de marketing, Luiz Eduardo Baptista, haverá três cotas disponíveis a R$ 15 milhões. Os patrocinadores passarão por um revezamento quadrimestral de exposição da marca em três locais diferentes do uniforme: ombro, peito e manga. A sugestão inicial do Flamengo é que as empresas assinem contratos por três anos, totalizando R$ 45 milhões por cada uma.

Passado e futuro se misturam em evento promovido por Raí

Por Thales SoaresRio de Janeiro
Dória, Mattheus e Bruno Mendes (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
Dória, Mattheus e Bruno Mendes: promessas do RJ
(Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
Já tradicional, o jogo beneficente promovido por Raí, em prol da Fundação Gol de Letra, reuniu astros do passado com promessas do futebol carioca. Bebeto, por exemplo, teve a chance de atuar ao lado do filho Mattheus, de 18 anos, que joga no Flamengo e foi convocado para a Seleção sub-20 que disputará o Sul-Americano da categoria em janeiro de 2013.
Outros jogadores dos grandes times do Rio ainda compareceram. O atacante Bruno Mendes, o zagueiro Dória, ambos convocados para a Seleção sub-20, e o meia Vitinho, do Botafogo, e o atacante William Barbio, do Vasco, estiveram no evento.
No time branco (vencedor por 4 a 3), comandado por Zico, que mais uma vez atuou ao lado do filho Bruno Coimbra, atuaram ainda Zinho, Bebeto e Adílio, revivendo os tempos do Flamengo dos anos 80, contando ainda com Mauro Galvão e Alexandre Torres. Do outro lado, no time de preto, Raí reuniu Serginho, Lira, Maurício, Leandro Ávila e Valdo.
Seedorf não compareceu, ao contrário do que a divulgação do evento havia anunciado. Com uma contratura na coxa direita, o holandês já embarcou para passar férias na Europa e em momento algum chegou a confirmar a sua presença.
Zico e Bruno Coimbra (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
Zico atuou ao lado do filho Bruno Coimbra (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Bandeira de Mello esfria nome de Pet para futebol do Fla, e Ximenes cresce

Por Eduardo Peixoto, Janir Júnior e Vicente SedaRio de Janeiro
 
Confirmada a vitória de Eduardo Bandeira de Mello na eleição para a presidência do Flamengo, os integrantes da Chapa Azul voltam suas atenções agora para o departamento que, como fazem questão de frisar, necessita de intervenção mais urgente: o futebol. O grupo ainda não tem um nome definido para comandar o setor, e a articulação passa por uma conversa com o atual diretor-executivo, Zinho, e o técnico Dorival Júnior. Petkovic chegou a ser sondado e entrou na lista de possibilidades, porém Bandeira de Mello esfriou a chance do sérvio assumir o departamento na festa de comemoração em um bar próximo à sede da Gávea. A falta de experiência do ex-jogador como cartola pesa contra a escolha do seu nome.
Eduardo eleições Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Escolher o novo diretor de futebol do Fla é uma das primeiras medidas de Eduardo Bandeira de Mello
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
- Não descarto, mas não é o mais provável. Temos três ou quatro nomes com os quais vamos conversar durante essa semana e escolheremos um. Não posso dizer quais são para não atrapalhar as negociações. O certo é que será alguém com competência comprovada para o cargo - explicou.
Entre os novos eleitos, um nome que ganha força é o de Felipe Ximenes, atualmente no Coritiba. Petkovic seria diretor de futebol de Ronaldo Gomlevsky (candidato à presidência, mas desistiu há uma semana e passou a apoiar Bandeira de Mello).
Wallim Vasconcellos, que assumirá como diretor geral do clube, afirmou que é possível a manutenção de Zinho e Dorival "desde que concordem com as nossas ideias e propostas para o futebol". No entanto, os pares de Bandeira de Mello não trabalham com a hipótese de deixar o departamento como está. Com a chegada de um novo diretor, Zinho, se não perder o cargo, perderá poder. Uma reunião entre as partes deve acontecer nos próximos dias.
- Devemos anunciar os novos nomes do futebol na semana que vem - limitou-se a dizer Wallim.

Zico, sobre vitória nas eleições: 'Vão revigorar Fla e devolver credibilidade'

Por Márcio MaráRio de Janeiro
Zico eleições Flamengo  (Foto: Nelson Veiga / Globoesporte.com)
Zico é saudado por torcedores antes de votar na Gávea (Foto: Nelson Veiga / Globoesporte.com)

Desde a chegada à Gávea para votar na Chapa Azul que apoiou no pleito presidencial do Flamengo, o eleitor Artur Antunes Coimbra viveu os dias mais intensos dos tempos de Zico (assista no vídeo). Ovacionado, espremido nos cantos para dar autógrafos e cumprimentar os sócios que jamais deixaram de ser seus fãs, ouviu bastante a velha música "Ei, ei, ei, o Zico é nosso Rei". Parecia estar de novo no Maracanã. E, dessa vez, as poucas vozes de insatisfação que teve na carreira de jogador e de dirigente se calaram. Após a eleição que tira do comando do clube a diretoria com a qual trabalhou como diretor de futebol na temporada de 2010, Zico volta a sorrir na casa que chegou a ser sua primeira nos tempos de atleta profissional. Ao se colocar à disposição para ajudar como consultor, o eterno camisa 10 garante: os sócios que escolheram o presidente eleito Eduardo Bandeira de Mello e sua equipe não vão se arrepender.